— Ouch. Essa deve ter doído. — Patrick comentou quando o corpo de Lockhart caiu com um baque abafado sobre o tablado, após o ataque de Snape. Em seguida, o professor de DCAT pôs-se de pé, com cabelos loiros bagunçados e roupa em desalinho, e sorriu daquela forma abobalhada que as pessoas sorriam quando queriam disfarçar uma situação constrangedora.
— Muito bom Severo, muito bom. E esta é a primeira lição senhores...
— Qual? — Patrick cochichou para Dallas. — Cair feito um peso morto? — Dallas riu e isto pareceu atrair a atenção de Lockhart, cujo sorriso pateta sumiu do rosto e os seus olhos azuis sérios miraram a dupla.
— Talvez os senhores gostariam de ser os primeiros voluntários. — o professor soltou com um muito mal disfarçado tom azedo em sua voz. Aparentemente ele ouviu o comentário de Patrick.
Dallas e Patrick entreolharam-se e subiram no tablado e Dallas foi em direção a Snape, que repousou uma mão sobre o seu ombro e cochichou em seu ouvido:
— Não me faça passar vergonha. — e afastou-se.
— Legal. — ela murmurou sob a respiração. — Sem pressão. — Lockhart, do lado oposto do tablado, já tinha posicionado Patrick e dado à ele algumas instruções que, pelo rosto contorcido do corvinal, não foram bem vindas.
— Okay, na contagem de três. Um — Patrick e ela ergueram as varinhas na altura dos olhos. — dois — ambos assumiram a posição inicial de duelo. — três! — e Dallas sentiu os seus pés deixarem o chão quando o feitiço a atingiu em cheio no peito. Ela voou por poucos metros ao longo do tablado e caiu com um embolar da capa do uniforme e mechas do cabelo cobrindo o seu rosto. Aplausos ecoaram pelo salão, vindo dos espectadores, e com a maioria sendo da Corvinal. De rabo de olho ela viu que Snape tinha a expressão de quem estava prestes a eviscerar algo, ela, provavelmente, e Dallas colocou-se de pé aos tropeços e arrancou a capa da escola que havia embolado-se em suas pernas, a arremessando bem na cara presunçosa de Draco.
Do lado oposto do tablado, Patrick tinha um largo sorriso de triunfo e assumia novamente a posição de combate. Dallas o imitou e não foi preciso a contagem de três para o espetáculo estroboscópico de feitiços refletir nas íris de todos ali presentes. Dallas tinha um conhecimento vasto de feitiços, apesar de ainda estar em seu segundo ano, praticou dezenas durante a noite no silêncio de seu dormitório, escondida pelas pesadas cortinas da cama de dossel, mas Patrick tinha um irmão que trabalhava para o Ministério da Magia como instaurador de barreiras de defesa e de cunho repelentes e a irmã dele era uma auror. Com certeza ele tinha conhecimento de muito feitiço de combate, o que estava provando ser verdade pelo modo agressivo com que ele avançava sobre ela, com o brilho da competitividade e determinação iluminando as suas íris castanhas. Eram tantos ataques que tudo o que Dallas conseguia fazer era colocar Protego atrás de Protego a frente de seu corpo, mas o escudo cintilante era destruído com a mesma velocidade com que era erguido.
Dallas recuou passo por passo, ouviu os seus colegas soltarem exclamações surpresas e apreensivas pois, pelos seus cálculos, o tablado estava acabando e ela estava prestes a encontrar o chão de pedra do salão principal de forma dolorosa. Quando Patrick destruiu mais um de seus escudos, Dallas respirou fundo e soltou em alto e bom som:
— Patrick, pare! — Dallas não esperava que Patrick a ouvisse diante da euforia da vitória que deveria estar pulsando em seu corpo e ecoando em suas orelhas, o ensurdecendo para o mundo ao redor, ou que realmente a obedecesse, mas no minuto em que a ordem saiu de sua boca, o garoto congelou no meio do movimento. O seu braço ficou erguido, o seu corpo parado a meio passo na direção dela, o rosto rubro agora tinha uma expressão vazia, assim como os seus olhos. — Patrick? — Dallas chamou baixinho, porque Patrick não parecia somente congelado, mas totalmente alheio a realidade, como um boneco de cera. Ela sabia que ainda era propensa a descontrole mágico, mas pensou que a escola tivesse feitiços de contenção para reprimir este tipo de arroubos e evitar acidentes.
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Entre Extremos
Fiksi Penggemar15 anos atrás eu escrevi uma fanfic sobre Dallas Winford, uma trouxa que descobriu ser uma bruxa, que foi para Hogwarts, que viu-se sorteada para a Sonserina e que apaixonou-se por Harry Potter e enfrentou um dilema: qual caminho a seguir agora com...