Capítulo 50

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— Lily. — Patrick sussurrou para a estátua que guardava a escadaria de acesso para a sala do diretor, e nada aconteceu. — Lily! — repetiu em um tom mais firme.

— Acho que Deirdre nos passou a perna. — Dallas alfinetou enquanto dividia a sua atenção entre vigiar qualquer movimento estranho no corredor, e as tentativas frustradas de Patrick em abrir a passagem.

— Ela não faria isto! — Patrick resmungou em um tom defensivo.

— Por quê? Porque vocês têm o mesmo tom de vermelho de tinta óleo correndo em suas veias?

— Você é desprezível. — foi a resposta completamente "madura" dele, seguida de uma careta para fechar o cenário com chave de ouro. Dallas abafou uma risada com as costas da mão. O momento não era propício para piadas, mas era isto ou desmoronar sob o peso da tensão que toda aquela situação gerava. — Deirdre não teria razões para mentir, simples assim. Ela é nascida trouxa e só por isto, apoia a nossa causa sem questionar. Não, ela nos deu a informação correta, mas talvez quem tenha mentido tenha sido Phineas Black, já pensou nisto? Em comparação a minha família, os Black não têm a melhor das reputações. — Patrick alfinetou de volta, com um olhar bem significativo para Dallas.

In vino veritas. — Dallas rebateu. — Phineas não teria razão para mentir, não é mesmo?

— Não? Então por que cacete a senha não funciona? — Patrick sibilou, irritado. O tempo que perdiam ali tentando abrir aquela passagem era um tempo precioso, cada minuto gasto os colocava ainda mais em risco. Eles sabiam, pelo histórico passado de seus anos em Hogwarts, que o corpo docente sempre se reunia na sala dos professores antes do jantar de boas vindas e se Snape fosse seguir a rotina, o que eles acreditavam que aconteceria somente para manter as aparências, esta era janela de oportunidade perfeita para eles roubarem o livro de registros da escola.

— Porque... — Dallas deu um tapa estalado na nuca de Patrick. — Snape é um mestre de Poções e lily ainda é uma planta.

— Hã? — Patrick torceu o rosto em uma expressão confusa e Dallas rolou os olhos.

— Pelo amor dos deuses, como é que você foi parar na Corvinal? Você desonra as cores da sua casa.

— E você honra de maneira perfeita as da Sonserina. — a resposta dele o fez ganhar outro tapa estalado na nuca. — Pare com isto! — Patrick advertiu com irritação e ganhou um segundo rolar de olhos da amiga.

Liliaceae. — Dallas sussurrou e meio segundo depois a estátua de acesso a escadaria girou, cedendo passando para ambos.

— Nerd. — Patrick acusou enquanto subiam os degraus com as varinhas em punho. Todo cuidado era pouco.

— Ou talvez a única pessoa desta escola que presta atenção nas aulas de Poções. — ela defendeu-se quando alcançaram a porta de entrada da sala e espalmou uma mão no peito de Patrick para pará-lo. — Você me espera aqui. — disse em um tom baixo. A porta era de madeira maciça e pesada, o suficiente para cortar qualquer som que viesse de fora para dentro da sala e vice-e-versa, mas Dallas não queria arriscar que as vozes deles ecoassem naquele estreito corredor espiral.

— Não. Não vou deixá-la entrar sozinha aí.

— Vai sim. — ela declarou com firmeza, transfigurando-se para a sua fisionomia normal. — Se Snape quebrou a rotina e estiver aí dentro, eu terei que usar o Encanto Veela a potência total. Snape é oclumente, saberá se defender do efeito do Encanto, ou no mínimo resistir por mais tempo que o usual. Você não vai me servir de nada se estiver sob o efeito do Encanto também.

— E se ele estiver aí dentro e o Encanto não funcionar? Independente do ranço que a maioria dos alunos de Hogwarts tem de Snape, ninguém pode negar que ele é um homem brilhante e um bruxo igualmente poderoso. Eu sei que você é foda, Dallas, mas experiência ainda vence conhecimento, e Snape tem mais de vinte anos de experiência sobre você.

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