Capítulo 12

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— Por que a senhora nunca me disse que era um Veela? — foi a primeira coisa a sair da boca de Dallas quando ela entrou na sala de estudos da Mansão Winford. Monty havia ido buscá-la na King’s Cross e assim que pôs os pés dentro da mansão ancestral, a primeira coisa que Dallas fez foi procurar por Amélia e quando a encontrou, jogou-se na cadeira oposta à mulher e soltou aquela pergunta.

Amélia calmamente abaixou o livro que lia e usou uma pétala seca de rosa para marcar a página e, com a elegância que lhe era característica, levantou-se, aprumou-se e foi até Dallas, lhe dando um tapa estalado em um dos joelhos antes de soltar a ordem:

— Sente-se como gente! Você é uma pessoa, não um cão com artrite para largar-se desta maneira sobre a cadeira. — rapidamente Dallas endireitou-se, costas eretas, joelhos juntos, tornozelos cruzados e mãos repousadas sobre as coxas. Satisfeita, Amélia retornou para a sua poltrona e assumiu postura semelhante da neta ao sentar-se, com a diferença que os seus braços estavam descansando sobre o apoio de braços. 

— Saber que a senhora é uma Veela explica tanta coisa. Por que não me disse? Eu tive que descobrir após um incidente na escola. 

— Eu sei. O seu professor de Poções entrou em contato, informando-me do ocorrido. 

— Por que então… — Amélia ergueu uma mão, pedindo silêncio. 

— Veelas não cruzam com trouxas. Não há registros do fato e, portanto, eu não fazia ideia do que esperar. Você apresentou alguns comportamentos característicos da espécie? Sim. Isto significava que você herdaria os meus genes Veela? Não. Além do mais, eu estou afastada da comunidade mágica há anos, não sei que evoluções ocorreram, que estudos foram feitos, se há relatos novos de Veelas unindo-se a trouxas e se a prole delas herdam características Veela. Além do mais, havia o seu lado mágico para considerar. 

— Isto é outra coisa! — Dallas soltou de forma inflamada. — A senhora mentiu. — Amélia estreitou os olhos em desagrado diante da acusação. — Não faça essa cara para mim grand-mère, a senhora mentiu. A senhora me disse que tinha conhecimento de Hogwarts por causa da minha mãe, sabia que eu era uma bruxa, por causa da minha mãe, quando todo este tempo este conhecimento venho da senhora. Eu deveria ter desconfiado, a senhora parecia muito confortável no Beco Diagonal na primeira vez em que fomos lá, sabia onde ir e o que fazer. Muito conhecimento para alguém que tecnicamente só teve contato com a minha mãe quando soube da minha existência.

— E você teria acreditado em mim? — Amélia disse tranquilamente, recostando na poltrona. 

— O quê?

— Você foi criada como uma trouxa, sob a crença de que magia é coisa de contos de fadas. Teria acreditado em mim se eu tivesse contado a verdade sem ter provas para oferecer? Como eu disse, estou há anos afastada da comunidade mágica, então eu não tinha nada o que usar para corroborar as minhas palavras e expor o meu lado Veela não surtiria efeito visto que até entrar no mundo mágico você não fazia ideia do que era uma Veela. Então, você teria acreditado em mim, sem provas? — a verdade era que não, Dallas não teria acreditado em Amélia. Sempre foi uma garota cética, do tipo ver para crer, e sempre considerou os incidentes estranhos causados por magia somente isto, incidentes estranhos que teriam uma explicação plausível se parasse para pensar nisto. 

— Não. — Dallas disse com um muxoxo e também recostou-se na poltrona, imitando a postura de Amélia. — Bem, agora que a Veela está fora da caixinha, como faço para controlá-la? Medir palavras não é bem o meu forte grand-mère, e eu deixei de mandar muita gente ir pastar em Hogwarts com medo de que eles fossem realmente ir pastar nos gramados da escola. — Amélia arqueou uma sobrancelha bem feita para Dallas, mas não comentou as palavras dela. 

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