Capítulo 8

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Foi em uma segunda chuvosa que Patrick convocou Dallas a estar no campo de Quadribol para assistir o seu teste para o time da casa. A garota sentou na área reservada aos jogadores, a única no estádio que tinha cobertura, e assistiu com desinteresse balaços serem rebatidos sob uma cortina fina d'água, enquanto artilheiros tentavam manter-se sobre o cabo escorregadio das vassouras e contra o vento forte que soprava vindo do sudoeste. Foram duas horas de teste e no fim um Patrick sorridente aproximou-se dela, coberto de água, lama e folhas soltas, e declarou que tinha entrado no time de Quadribol como um dos artilheiros.

— Meus parabéns. — Dallas até abraçaria o amigo em um raro gesto de afeto se este não estivesse parecendo um cachorro que correu pelo mato, rolou em uma poça de lama e então jogou-se dentro de um rio.

O tempo chuvoso e frio perdurou durante toda a semana, dando um ar mais macabro ao Halloween. A decoração de praxe preenchia o Salão Principal e naquela manhã Dallas havia recebido uma curiosa coruja que trouxera um presente ainda mais curioso. Um par de pregadeiras prata e cravejadas com pequenos diamantes e topázio, e ela tinha quase certeza de que as pedras preciosas eram originais, o que fazia o presente ser valioso, e junto ao presente havia somente um bilhete com uma simples frase: "feliz aniversário, m." em uma letra que ela não reconhecia.

— De quem é? — Patrick a indagou quando viu as pregadeiras descansando sobre a almofada, dentro da caixa de veludo.

— Eu não tenho certeza. — Dallas só tinha uma leve suspeita, que era a de que o remetente de seus presentes era a sua mãe. Sua mãe sabia que ela estava em Hogwarts, mas preferia enviar presentes anônimos ao invés de mostrar as caras e explicar porque a abandonou há onze anos.

O dia seguiu normalmente até a noite e aparentemente estava tornando-se tradição fatos macabros acontecerem em Hogwarts justamente no Dia das Bruxas. Um ataque e uma mensagem em sangue na parede e a Madame Norris petrificada foram encontrados no corredor do terceiro andar. O incidente virou a fonte dos comentários nas rodas de alunos, que foram alimentados por outros incidente na aula de História da Magia onde Granger, em um feito inédito em toda a história da escola, fez uma pergunta ao professor Binns. Uma justamente que se referia a tal Câmara Secreta pichada na mensagem da parede. Claro que o fato foi temporariamente esquecido graças ao primeiro jogo da temporada de Quadribol, um do qual Draco não calou a boca porque agora ele era apanhador da Sonserina, posição que ele adquiriu com um pouco de talento e muito dinheiro.

No dia do jogo, Dallas preferiu sentar entre os torcedores da Corvinal, para completo espanto destes. Era um ato de desafio contra Draco que encheu o saco de todos sobre como ele iria derrotar Potter custe o que custasse. Dallas não acreditava que Draco fosse realmente capaz de derrotar Potter. Ela viu alguns treinos do time da casa e os jogadores não tinham talento algum, exceto um terceiro anista e batedor, Devon Yale, que parecia estar sofrendo um AVC cada vez que via os seus colegas de equipe errarem uma jogada. Dallas não o culpava. Ela mesma não tinha muito conhecimento de Quadribol, mas sabia reconhecer um time ruim quando via um.

O jogo estava um tédio em sua opinião de leiga, até que um fato curioso mudou tudo. Um balanço tomou vida e começou a perseguir Potter com uma determinação curiosa. E, ainda sim, uma queda dolorosa e um braço quebrado não impediu Potter de pegar o Pomo de Ouro e fazer a torcida da Corvinal explodir a sua volta em comemoração.

— Droga. — Dallas resmungou quando a ovação diminuiu um pouco e Patrick voltou a sentar ao seu lado após um minutos em pé gritando e comemorando. — Draco vai ficar intragável pelo resto do dia.

— Por que você ainda é amiga desse cara? Malfoy é um cretino. Ele chamou Hermione de sangue-ruim outro dia mesmo. — Patrick disse entre aplausos que aos poucos morriam e a atenção voltada ao campo onde os professores socorriam Potter.

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