XII - Capítulo doze

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Me perdoem os erros ortográficos e aproveitem a leitura ♥️.

Kamila

Sair daquela sala foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz, felizmente eu fui capaz de fazê-lo.

Minha avó estava do lado de fora, de tão nervosa quase tremendo, eu a olhei bem nos olhos e fiz um movimento longo de inspiração pelo nariz e expiração pela boca, a incitando a fazer o mesmo.

Ela respirou devagar e compassadamente como eu e em seguida me perguntou com o olhar o que tinha acontecido lá dentro.

Ah vó, se a senhora soubesse...

Se soubesse o quão louca eu sou, por sentir uma necessidade latente quase gritando aos meus instintivo para voltar pra dentro, fechar a porta, e não sair mais de lá até que todo esse calor tenha se esvaído.

Sair daquela sala foi o caralho de atitude mais difícil da minha vida.

E antes que o meu coração apertado e burro me fizesse reconsiderar a ideia de conviver com ele, eu pego a minha avó e saio daquele lugar com a maior rapidez de que sou capaz com o meu par de pernas bambas.

- Como ele sabia o seu nome Kamila?

- Ham, o que?

- Ele te chamou pelo nome, como ele sabia?

Ah pronto! Me lasquei.

- E-eu não sei! Vai ver essa gente sabe de tudo né.

- Uhm... Você aceitou... a proposta?

- O que? Vó não! Eu sei que estamos precisando, mas isso é...

- É, eu sei, não deixaria você aceitar, não é problema seu. Fui eu que te trouxe pra isso.

- É problema meu sim, e fui eu que quis vir, então nada de se lamentar.

- Nós precisamos se lamentar sim, ou você conseguiu um acordo e não me contou?

Parei de andar quando percebi a burrada que fiz. Minha avó estava certa, eu estava tão nervosa e com medo dos meus próprios instintos, que saí de lá sem nem mesmo resolver o problema.

Bati a mão na testa e olhei pra ela.

- Vó! Eu esqueci.

Ela riu da minha reação e me puxou para continuarmos andando.

- Isso você puxou da sua mãe, mas não se preocupe, vai ficar tudo bem.

- Como? Como vai ficar tudo bem?

Ela não me respondeu, só engoliu em seco e encarou a frente me puxando pra casa.

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Pelo resto da tarde um deveria ter feito uma coisa que não tenho feito a muito tempo. Dormir.

Eu realmente precisava dormir, já estava sentindo a tensão nos meus ombros e na base da coluna num nível quase insuportável. E é claro, o momento mais silencioso nunca era durante à noite, mas minha nossa, se esse fosse meu maior problema acho que não estaria tão acabada.

Pode ser uma besteira infantil mas eu odiei o fato de Roberto ter me visto desse jeito. Com olheiras, ombros tensos e uma óbvia cara de quem está desesperado por ajuda. Eu posso até está assim, mas de jeito nenhum vou querer a ajuda dele.

- O que você está fazendo?

Levei um susto quando Lívia transpassou a porta do meu quarto.

- Nam, me mate logo mulher! - ela riu e eu prossegui - sei o que vai pensar, mas estou terminando meu trabalho sobre o morro - ela revirou os olhos castanhos enormes nas lentes da armação redonda - E... Não vou apresentar.

O Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora