DIX-HUIT.

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Bianca.

Eu não sei exatamente como chegamos até aquele momento. Logo com ela, que horas atrás me fez questionar todo o meu comportamento. Porém, eu não podia negar a euforia da minha excitação. Eu estava, sobretudo, feliz.

O corpo de Mariana chocava contra o meu. Exercíamos interação magnética, e sem dúvida a nossa força era a de atração.

A forma como ela regia seus gemidos e suspiros entre agudos e graves ao pé do meu ouvido, fez dela, um maestro.

Nossos beijos tinham trocas intensas. Eu mal conseguia soltá-la, nem mesmo para respirar.

Trocamos de posição e Mariana sentou por cima das minhas pernas, nossas colunas estavam eretas. A posição era favorável para que eu pudesse deslizar as mãos por baixo de sua blusa, senti suas costas quente e arrisquei passear pela região, conforme ela pedia por mim, eu arranhava de leve suas costas.

Mariana não hesitou aos meus toques. Pelo contrário, suas mãos curiosas começaram a explorar o meu corpo, por cima da roupa mesmo, ela pegou em meus seios, interrompendo o beijo para olhar o toque. O contato fez com que eu jogasse a cabeça para trás, deixei uma parte vulnerável exposta, Mariana não deixou passar. No mesmo instante eu podia sentir seus beijos serem depositados em meu pescoço, e aos poucos, descia em direção ao meu colo.

Trocamos a posição. As mãos de Mariana, agora, estavam na barra da minha regata, conforme ela subia, levantava também o tecido.

Enfim. Mal pude perceber quando precisei levantar os braços para que a roupa saísse de mim, deixando, agora, meu tronco completamente vulnerável. Mariana vislumbrou a cena por alguns instantes, era notável um sorriso perverso em seu maldito rosto lindo.

Eu estava desarmada, desvendada e vulnerável.

E ela? Ela tinha um sorriso vitorioso. Contemplava tudo o que eu estava entregando. Um misto de coisas, que se atraísse um olhar desatento, não saberia decifrar e logo constataria que não haveria nada. Mas havia muito.

Eu estava nua. Não completamente, no meu físico. Mas nas intenções eu estava.

Nossa interação estava freneticamente curiosa. Queria conhecer cada extensão da pele de Mariana. Queria observar cada uma das feições prazerosas que seu rosto esboçava. Estava entretida em conhecê-la, para além do que ela normalmente propunha.

Estávamos no nosso mundo, e novamente o resto estava em silencio. Foi neste momento que nossos corpos se afastaram assustados: alguém havia chegado procurando por Mariana.

A porta da frente batendo nos tirou do transe. E com ele, veio a vergonha da possibilidade de sermos pegas nos conhecendo. E também a irritação por termos sido obrigadas a parar.

Eu não queria parar.

— Mariana? — era um berro. Eu nem sabia que ela morava com alguém.

— Estou aqui. — Mariana respondeu num inglês quase que perfeito. Se dirigiu até a porta do quarto e trancou. Retornou até próxima da cama, pegou minha regata e gentilmente me entregou. Entendi ali, que não terminaríamos o que havíamos começado. Bufei.

Me vesti novamente. Arrumei meu cabelo com as mãos mesmo, Mariana me olhava seria. Seu semblante não denunciava quaisquer emoção da qual eu pudesse decifrar.

Sorri pra ela e pedi que abrisse a porta. Saímos.

Na sala, Pugliesi estava sentada no sofá de maneira despretensiosa enquanto assistia algo na televisão.

— Oi, Gabriela. — Mariana dizia, novamente em inglês.

Gabriela nos olhou.

— Não sabia que estava acompanhada, Mari.

— Bianca já está de saída. — eu estava? bom, acho que estava, né? Mas eu nem disse nada que já estava.

O fato era: não fazia ideia do que estava fazendo ali. A tensão do ambiente e as feições de Gabriela, a rigidez de Mariana desde que ela abrira a porta do quarto me fez questionar cada segundo do tempo que percorri desde a minha casa até a dela.

Por que eu estava ali? Por que Mariana fechou a cara? Por que me mandou embora? Por que Gabriela estava ali? E por que parecia brava?

Pois então, aproveitei para ir embora. Mesmo minha curiosidade gritasse para inventar alguma desculpa e ficar para ver onde aquilo daria.

— Desculpa alguma coisa. — disse já na porta de Mariana, enquanto esperava o Uber.

— Tudo bem. Da próxima vez me avisa que está vindo. — eu somente concordei e sorri fraco.

Enfim.

O caminho de volta foi mais rápido do que eu imaginei que seria. Assim que cheguei, liguei para a minha assessoria, para que eles me atualizassem das pendências da marca. Amanhã seria o dia de fotografar para a campanha, de fato. As fotos oficiais.

Foi isso que eu vim fazer aqui: trabalhar. Eu não podia colocar sentimentalismo em cima disso. Embora eu soubesse muito bem que as vezes, em algum dobrar de esquina, podemos nos surpreender. Mas o que eu fazia com isso era total responsabilidade minha. Por esse motivo, canalizei em: trabalho.

Meu intuito era abrir minha primeira loja fora do Brasil, totalmente dedicada a minha marca. Ainda existiam os desafios para essa realização, por isso, não poderia de nenhum jeito, deixar nada atrapalhar.

Nem que seja o refúgio dos meus dias solitários.

Comecei a pensar no que, de fato, eu vim fazer aqui. E como, mesmo saindo do Brasil, as coisas continuavam nebulosas. Estávamos caminhando com a campanha publicitária da marca, mas isso a pedido da Payot. No entanto, eram coisas que poderiam ser feitas no Brasil, a questão de estar aqui era: procurar os pontos. Eu já sabia onde eu queria a boutique, mas havia diversas burocracias que estava impossibilitando de conseguir.

Embora Paris tenha sido, desde sempre, o meu maior desejo. Era, também, de longe, o maior desafio. E todas as ligações e todos os e-mails recusados me lembravam de como sonhar é difícil.

Liberté, égalité, fraternité.

Minha escolha pela capital da França refletia a grandeza da expansão dos meus negócios. Desde a história até o glamour de sua arquitetura.

E foi, em meio aos meus devaneios que eu ouvi o celular tocar. Miguel estava chamando.

— Fala, Miguelito.

— Oi meu amor. Está ocupada? — neguei. — preciso que você vá, amanhã, sem falta, conversar com o dono do ponto que você quer. É muito urgente. Ele tem somente uma proposta, precisamos ver qual é. Ele disse que trataria somente com você, pessoalmente. Mas eu já te adianto, ele não estava convencido. Disse que não gosta de fazer negócio com brasileiros. — meu coração parou por algum milésimo. Senti o ar faltar e meu pulmão inflar. Engoli seco.

— Tá bom, Miguel. Obrigada por me avisar.

— Não há de que, Bia. Marquei de manhã, ok? Dependendo do que ele disser, as fotos a tarde poderão rolar normalmente. Agora preciso ir. — nos despedimos.

Estava apreensiva. Realmente, por todo esse tempo, estava sendo difícil conversar com o proprietário do local que eu escolhi. Ele mudava muito rápido de opinião e de posicionamento. Um dos motivos que me motivou a vir pra cá, para poder resolver as coisas pessoalmente. Porém, esse cara não era tão flexível quanto eu gostaria que fosse.

Eu jurei que meu maior desafio amanhã seria uma morena em específico. Acho que me precipitei.

🚀
Olá, menines.
Queria começar pedindo desculpas pelo sumiço e também pelo capítulo curto. Acontece que estou passando por momentos conturbados, mas não esqueci de vocês, viu?
Agradeço as pessoas que vem aqui comentar para voltar. Eu fico muito feliz que vocês ainda estejam aqui.
Logo logo volto com um capítulo maior, tá bom? No mais, espero que gostem.
Até breve. ♥️👄

Um café ou dois?Onde histórias criam vida. Descubra agora