Mariana.Depois daquele fatídico beijo, eu fui embora.
Eu fui embora, pois, eu precisava pensar. E, talvez, a presença de Bianca poderia corromper meu raciocínio. E eu não queria me precipitar.
E é claro que eu havia gostado. Eu estava há dias imersa nos efeitos que Bianca me causa. Eu estava há dias relutando e questionando a simples vontade de conhecer o seu gosto. Esse desejo permeavam pelos meus pensamentos de forma constante durante o dia e se intensificavam quando estava em sua presença.
Demorei, mas assumi, finalmente. Bianca Andrade, a boca rosa, capotou o meu corsa.
Enfim, depois dela ter dito que era somente um beijo, eu decidi ir para casa.
Eu precisava pensar sobre o efeito que aquilo me causou. Sobre quais eram as minhas expectativas. Sobre quais seriam as possíveis consequências — mesmo que fosse impossível prever, e como eu lidaria com isso.
Naquele resto de dia, eu só pensei.
No começo da manhã, eu só pensei.
No entanto, eu estava tranquila. Eu saí de lá com um posicionamento, após pensar, eu estava convicta do que eu faria — ou tentaria.
E foi em um momento despretensioso que eu percebi o meu celular vibrar, pela primeira vez ao dia.
"Bibi Boss" no letreiro do meu celular anunciava uma ligação da Bianca.
Aliás, desde que ela disse que eu poderia chamá-la de: Bi, Bibi ou Biazinha, eu a chamei de: Bibi. Por isso, carinhosamente, eu salvei seu contato com "Bibi" e o "Boss" porquê ela constantemente estava cantarolando o refrão de Boss Bitch, e ironicamente, ela é, de fato, a minha Boss. Enfim.
— Boa tarde, Bia. Está tudo bem?
A ligação com Bianca durou alguns poucos minutos. Ela disse que gostaria de me enviar algumas fotos físicas do primeiro ensaio. E é claro que eu concordaria, seria muito importante acrescenta-las em meu portifólio. Todo trabalho pode ser um trabalho decisivo em futuros contratos.
— Não, está tudo bem. Não estou, nem irei fazer nada hoje. Não tem problema ligar.
Me justifiquei, pois, o tom de voz e as palavras de Bianca, denunciavam um possível nervosismo pela preocupação de estar me atrapalhando. Como é boba.
Após a ligação, eu me senti melhor. Estávamos, aparentemente, bem. Embora o surto tenha sido meu.
Me acomodei no sofá, coloquei um filme na televisão e dediquei minha atenção a isso.
Ouvi, de longe, batidas na porta. O que é estranho, geralmente se toca a companhia. Enfim, levantei e fui olhar, pode ser algum desconhecido perdido, né?
— Meu Deus, é a patroa! — me assustei com uma Bianca sorrindo nervoso em frente à porta de casa.
"Pera" aí! O que ela veio fazer aqui?
Fiz várias perguntas para Bianca, mesmo ainda estando as duas em frente de casa. Ela tinha um semblante se dúvida, mas eu estava mais.
— você quer entra? — percebi que bianca fora até ali para me entregar as fotos, o mínimo que eu poderia fazer é chamá-la para entrar, né?
Bianca se aproximou antes mesmo que eu pudesse abrir passagem para ela passar pela porta. Senti as mãos de Bianca em minha cintura, um ato que, gentilmente, forçava a ida do meu corpo até o dela. Eu nem raciocinei direto e os lábios de Bianca pousava nos meus.
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Um café ou dois?
Lãng mạn"Uma vez li uma frase de escritor norte-americano, Ernest, nesta frase o autor dizia que só existia dois lugares no mundo em que podemos ser felizes: em casa e em Paris. E que Paris é uma festa móvel. Depois de um imenso bloqueio criativo, precisav...