Droga! Precisava esticar minhas pernas.
Ficar guardando a mesma posição durante horas era muito mais fácil na minha época de exército. Meu corpo parecia gritar a cada mínimo movimento de respiração, minhas costas estavam me matando e meu sono, bom... Eu cheguei ao meu extremo, precisava de um descanso digno o mais rápido possível.
E pelo que eu observei ao passar da noite, eles pareciam ser decentes. Uma comunidade que tem crianças e idosos não poderia ser assim tão ruim de se confiar. Cheguei até a ver um bebê com um garoto. Sabe quanto tempo faz que eu não vejo um desses? Muito, muito tempo! E isso me fez ter bastante esperança de que seria uma boa descer e tentar entrar pelo portão principal como uma andarilha perdida procurando por ajuda.
Para ter mais segurança do que eu estava prestes a fazer, decidi aguardar até no final da tarde e então iria me aproximar deles. Eu já não tinha mais nada a perder, a única coisa que poderiam fazer era me manter em cativeiro como fiquei na comunidade anterior, mas eu duvido que seriam tão cruéis como aqueles filhos de uma puta foram comigo.
Varri novamente o lugar com meus olhos para ter certeza de que tudo estava bem e foi aí que me deparei com três figuras andando com dificuldade, foquei meu olhar no portão e a merda estava com uma fresta por onde os três mortos passaram facilmente. Droga, droga, droga... Essas pessoas pareciam tão mansas que o mínimo sinal de destruição seria um susto grande para eles.
Desci quase que pulando da árvore, mas pousando com sutileza. Circulei as placas de metal até alcançar o portão principal já entrando com o facão empunhado, minha automática pendurada nas costas e meu revólver a fácil alcance.
Já que não sabia como fechar o portão eu resolvi só ir atrás dos três mortos. Identifiquei um rastro de sangue no chão e segui ele alerta a qualquer perigo de morto ou até mesmo de alguém daquela comunidade. A noite começou a tomar o lugar das luzes do sol enquanto eu corria atrás do perigo, minha adrenalina voltando a comandar meu corpo, meu cérebro ignorando qualquer resquício de dor que eu sentia por ter ficado muito tempo parada na mesma posição durante praticamente um dia inteiro só observando. Meus sentidos estavam apurados e aquilo era o mais próximo que eu poderia me lembrar de como era estar em uma linha de combate na guerra.
Virei em um beco escuro entre duas casas, mas assim que escutei passos mais apressados que os meus e tratei de me esconder atrás de uma lata de lixo por simples medo de alguém fazer algo comigo. Olhei para a direita vendo um cachorro branco me encarar de dentro de uma das casas e por não me reconhecer ele começou a latir desesperadamente.
Foi então que ele apareceu, vindo correndo pelo mesmo caminho que eu tinha feito, era o maluco que foi nocauteado ontem, o tal do Rick que gritou com todos e apontou uma arma para os próprios colegas.
Ele parou por dois segundos para analisar o local e então recebeu o primeiro ataque de um dos mortos que tinham entrado pelo portão aberto, mas com uma facilidade extrema eu o vi cravar uma faca no crânio daquele morto enquanto o segurava pelo pescoço. Uma segunda morta se aproximou e um terceiro veio logo atrás dela, ele não daria conta dos dois ao mesmo tempo, e eu agi sem consultar meu cérebro e sem pensar nas consequências.
Rick praticamente voou para o pescoço da morta atingindo a cabeça dela com a faca também de baixo para cima, ele grunhia com o esforço que fez quando caiu com o terceiro em cima de seu corpo.
Apareci em seu campo de visão empunhando meu facão, e com um golpe só eu cortei ao meio o crânio dele sujando Rick que estava embaixo por completo. Com um único movimento ele jogou o corpo longe e já ficou de pé puxando uma arma na minha direção sem me dar um segundo sequer de reação.
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Safe Zone / Rick Grimes
Fanfiction"Uma vez que você entra em uma guerra, jamais conseguirá sair dela!" Marianna Swann, no mundo antigo - Sargento de primeira classe do exército dos Estados Unidos da América. No mundo atual - Mais uma sobrevivente. Há marcas nessa vida que carregamos...