Safe Zone / Rick Grimes

Capítulo 28 - Calmaria Antes da Tempestade

— Eu deveria ter feito — Daryl resmungou com seu olhar de ódio focado no loiro.

— O que?

— Deveria ter feito! Deveria ter te matado quando eu tive a chance.

— Sim você deveria — O loiro concordou com Daryl e fez um sinal para que seus capangas nos revistassem e pegassem nossas armas — Mas aqui estamos nós. Meio que traz a questão de volta, de quem começou isso — Ele sorriu maliciosamente para o caipira — Você vai ter que acreditar em mim quando eu digo que ela não era a pessoa em quem eu estava mirando — Levantou a besta que eu reconheci na hora que era a do Daryl — Como eu disse: Dá um coice do caralho. Nada pessoal.

Ele alternava seu olhar entre Daryl e eu, sua voz debochada estava me irritando em uma velocidade impressionante e o que eu pensava era em como sair dessa emboscada sem que Eugene ou o caipira morressem no processo.

— Veja... Nós não gostamos de começar nossos negócios dessa maneira, mas, bom... — Fez uma pausa e respirou fundo — Vocês idiotas que começaram com tudo isso, não foi mesmo?

— O que vocês querem? — Retruquei controlando ao máximo meu tom de ameaça por não estar em uma situação favorável.

— Desculpa, docinho, esqueci de perguntar o seu nome — Continuou com seu sorriso, agora me analisando de cima a baixo — O meu é D, ou Dwight, pode me chamar de qualquer um... E qual o seu?

— Marianna — Praticamente cuspi meu nome — O que vocês querem?

— Bom, Marianna... Não é o que nós queremos. É o que você e o Daryl vão fazer. Vocês irão nos levar até a sua comunidade, que parece ser linda. Vão deixar a gente levar o que nós quisermos, e quem nós quisermos... Se não, iremos estourar os miolos do Eugene aqui, depois os seus, e então os dele — Indicou para o Daryl com a cabeça — Mas eu realmente espero que a gente não chegue a esse ponto, ninguém mais precisa morrer, tentamos manter esse numero em somente um para mostrar o nosso ponto.

Dwight engatilhou sua arma na cabeça de Eugene e respirou fundo antes de continuar. Eugene por sua vez desviou o olhar para algo a sua direita e de relance eu vi um pouco dos cabelos vermelhos atrás de alguns latões de óleo.

— Então, o que vai ser? Você me fala.

— Se você quer matar alguém, comece com a nossa companhia, escondido a nossa direita — Eugene suplicou com sua voz amedrontada e eu trinquei meu dentes, não tinha defesa nenhuma se precisasse ajudar meu amigo — Ele é um cuzão de primeira classe, e merece morrer mais do que qualquer um de nós aqui — Finalizou com uma pitada de raiva na voz.

Eu procurei desesperadamente pelo ruivo, mas não o via mais e não tinha vestígio nenhum de que estava no mesmo lugar. Cruzei olhares com Daryl e com Eugene para tentar entender melhor o que estava acontecendo, e algo dentro de mim me dizia para ficar preparada.

— Vão checar — Dwight ordenou para os seus capangas.

Poucos segundos depois o grito do loiro de dor me chamou a atenção, e assim que eu voltei meu olhar para frente, tive a cena de Eugene com o rosto no meio das pernas de Dwight. Ele mordia com tanta força que era quase impossível que o salvador se livrasse da dor intensa. Ao mesmo tempo três capangas caíram no chão mortos por alguns tiros que vinham do meio das árvores que cercavam os trilhos do trem.

Daryl não me deu nenhum sinal, mas a nossa sincronia foi perfeita. Ele agarrou um dos caras por trás e cortou o pescoço do mesmo com facilidade, já eu, soquei o queixo de outro que estava atirando na direção das árvores, ele caiu desmaiado pelo impacto do meu punho, liberando uma Ak-47 para mim. Eu o finalizei com dois tiros no meio da cabeça e já corri para ficar atrás de um carro abandonado, que parecia ser um bom escudo