Um presente

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P.O.V. Solara.

Bem, imagine a minha cara quando um pacote da joalheria simplesmente aparece na minha porta. Eu abri e era para mim. O cartão estava endereçado para mim. Abri o cartão e a mensagem era interessante.

"Espero que aproveite o presente, talvez possa usar para mim algum dia."- Eric.

Eric? Eu não conheço nenhum Eric, exceto...

-O vampiro.

Só de curiosa abri o pacote branco com o nome da joalheria escrito em dourado, numa letra toda rebuscada, então vi a caixa de veludo e quando abri...

-É o medalhão que eu queria. Mas, como é que ele sabia?

Soube tudo sobre a reputação desse cara e não quero acabar numa masmorra ou na mão dele por causa dum colar. Tenho quase cem por cento de certeza que esse presente vem com segundas se não terceiras intenções. Por isso, eu vim para o bar tirar satisfação. O lugar era... muito caído. Para começar... Vamtasia? Sério? E a placa de neon vermelha com essa decoração de cabaré/ prostíbulo. Grita decadência. Fui recebida pela vampira de roupa de couro, a parceira da tia Tara. Pam.

-Identidade por favor.- Pediu a mulher numa voz monótona e com cara de poucos amigos.

Tirei o documento da bolsa e dei na mão dela.

-Stackhouse ein? Alguma conexão com a Sookie?- Perguntou a mulher.

-Minha tia. Olha, não estou aqui procurando briga, pelo menos não ainda e não com você. Estou aqui para falar com o seu chefe. Eric. Sabe, alto, loiro, marrento?- Perguntei.

Felizmente a moça só apontou e ele estava sentado num... Trono? Encima do palco, então peguei minha identidade de volta, agradeci a atendente e fui direto até o palco.

P.O.V. Eric.

Ela não fez rodeio, veio direto e reto. Com o presente na mão.

-Senhorita Stackhouse. Não gostou do presente?- Indaguei.

-Eu adorei na verdade, mas eu não sou idiota. Sei que não me comprou esse colar pela bondade do seu coração frio e morto. Verdade seja dita, eu sei tudo sobre a sua reputação. Eu não quero brigar, mas não sou o tipo de garota que é comprada. Se acha que pode ganhar o que quer que seja de mim com dinheiro ou joias... está errado. Eu devolveria na loja pessoalmente, mas não tenho o recibo.- Disse a ruiva colocando a sacola aos meus pés.

-Boa noite.- Desejou-me a garota. Ela se virou para sair.

-Porque não fica com ele? Você disse que adorou.- Falei.

A Stackhouse se virou e me olhou com aquele sorriso de cara, você é um imbecil. Ela cruzou os braços.

-Você deve achar que eu sou uma idiota né? Mas, não sou. Por mais que eu tenha adorado esse colar, sei que se eu aceitar esse negócio... esse pacto com diabo vai voltar para me assombrar no futuro. Esse presente vai ser como um tiro. Vai sair pela culatra de algum jeito. Só me comprou esse troço porque... você quer algo. Estou chocada.- Disse a última parte com muito sarcasmo.

-Então, porque não para com a baboseira e fala logo.- Falou sendo muito direta.

-Eu quero que você seja minha.- Declarei.

Ela deu gargalhadas tão altas que ambos os humanos e vampiros do bar pararam para olhar.

-Tá. Nos seus sonhos Northman. Eu não sirvo para ser marionete de vampiro. Menos ainda para ser uma bolsa de sangue ambulante.

Eu a joguei sob o ombro e a carreguei até o meu escritório á toda a velocidade. Quando a coloquei no chão, ela xingou: -Imbecil!

-Ai, partiu meu coração.- Eu disse sendo sarcástico.

-Porque está fazendo isso?- Indagou a garota.

-Porque com o que você é, fada Princesa precisa ser de alguém ou não ser. Ponto.- Repliquei.

-Eu posso me cuidar. E ser tratada como um objeto? Uma bolsa de sangue ambulante e falante, um brinquedo para você torturar ou atormentar. Um bicho de estimação. O que exatamente você quer de mim, senhor Northman?- Perguntou novamente.

-Tudo.- Respondi.

-Bem, isso esclarece. Só que não. E Tudo seria?- De novo com a mesma pergunta.

-Se você for minimamente parecida com a sua tia, seu sangue tem gosto de liberdade, como o brilho do sol numa linda garrafa ruiva.- Disse Eric me dando uma secada. 

P.O.V. Sol.

-Fora a telepatia e o temperamento eu não sou nada igual a tia Sookie. Todas as coisas de fada? Eu não faço nada daquilo. Nada de luz saindo da mão ou coisa parecida.- Declarei.

-Bem, ontem á noite transformou um vampiro em torrada.- Constatou o dono da boate.

-Como você sabe disso?- Perguntei meio temerosa.

-Porque eu estava lá.- Respondeu ele.

Foi assim que ele soube sobre o colar.

-Não sou uma fada. Mas, não sou um ser humano também. Sou muito mais durável do que os dois.- Eu disse simplesmente.

P.O.V. Eric.

Mais durável ein?

-Posso perguntar, o que isso significa?- Questionou.

Então ela respondeu numa voz monótona, sem qualquer emoção como se estivesse anestesiada: -Eu tenho habilidade sobrenatural de cura. Humanos não tem, fadas também não, pelo menos não que eu saiba. Quando eu era criança nunca ficava machucada por muito tempo, duas horas no máximo e isso foi uma fratura no braço. Posso meter a mão no ferro de passar quente, no fogo que eu não sinto dor. Eu não sinto nada verdade seja dita. Soa como coisa de fada para você?

Não. Nem de longe.

-Imune ao fogo ein?

-Não acredita? Testa então.

Esquentei um atiçador de lareira, até o metal ficar em brasa. E estendi para ela.

Me olhando desafiadoramente, como se me enfrentasse Solara pegou o atiçador em brasa com a mão direita, segurou por mais tempo do que até mesmo eu aguentaria e quando ela soltou... me mostrou a mão e não havia... nada. Nem mesmo uma marca.

Bem, me considere intrigado.

-Como você fez isso?- Perguntei.

E novamente aquele tom de voz sem emoção com um fio de tristeza, mágoa.

-Queria eu saber, mas não importa, não é? Eu faço isso desde que consigo me lembrar. Minha mãe quase teve um enfarte quando eu meti a mão no ferro de passar quente, eu me lembro. Eu tinha sete, quando ela tocou... ela se feriu. Eu não. Alguns dias depois eles chamaram o padre.

Um padre?

-Porque um padre?

-Acho que eles pensaram que eu estava possuída pelo diabo ou sei lá e mesmo se estivesse, aquela cantoria não ajudaria em nada.

Um exorcismo?

-E como foi ser exorcizada?

-Não foi. Aquilo foi falcatrua da pior qualidade e a pior parte é que meus pais caíram. Se o trambique tivesse sido bom, eu até daria algum crédito, mas... 

Ela deu risada. Uma risada sem humor.

-Eu amava os meus pais, mas eles eram mais burros do que uma porta. Como se aquele pastor de meia tigela com o seu pandeiro tivessem alguma chance contra um demônio de verdade. Teria arrancado a cabeça dele. Bem, isso foi mais do que o suficiente. Você tem o seu colar de volta e eu estou caindo fora.

Umm, interessante. Eu a bloqueei antes que pudesse sair.

-Então, acredita em demônios?

-Acredito que há mais entre esse mundo e o próximo do que se imagina. Com licença.

-O que é você?

-Bem que eu queria saber. Mas, se bruxas, lobisomens, fadas e vampiros existem então... acho que tudo é possível.- Disse a garota saindo.


A Sobrinha da SookieOnde histórias criam vida. Descubra agora