Capítulo 8

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O dia amanheceu chuvoso, por isso Edna, a mãe da Yara, nos levou de carro até a escola. Por sorte, ela não falou muito durante o caminho, o que é até um tanto quanto estranho considerando que é a Edna.

Outro fato bastante curioso foi Samuel, que uma vez na vida chegou cedo na escola.

— Bom dia para as sumidas, quem são vivas sempre aparecem.

Samuel começou a tagarelar assim que entramos na sala de aula.

— São seis da manhã, está chovendo e frio, eu só queria ficar embaixo das cobertas até o meio-dia, mas infelizmente estou aqui. Então por favor, não começa com suas perguntas e não me obrigue a ter que interagir socialmente agora.

Reclamo jogando a mochila em cima da minha mesa.

— Pelo visto a Yara esqueceu de te dar chá antes de sair de casa.

Samuel respondeu rindo.

— Ela não tomou chá, mas tomou café. Eu não tenho nada a ver com o mau humor dela.

Yara se defendeu fazendo Samuel gargalhar ainda mais.

— Não é desse chá que eu estou falando Yara. Você é muito inocente mesmo.

— Mais uma piadinha dessa e eu corto a sua língua.

Ameacei o olhando seriamente e ele arqueou a sombrancelha me olhando com deboche.

— Bom dia alunos.

Cumprimentou a professora Bruna ao entrar na sala de aula e todos foram se sentar nos seus lugares.

Depois da Bruna outros 3 professores entraram em sala até o fim do período.

Para a minha sorte, no colégio todos haviam esquecido o vídeo, ou estavam fingindo muito bem. De qualquer forma, isso é algo para se comemorar.

Outra coisa para se comemorar é meu primeiro dia no trabalho. Meu turno começa às quatorze horas.

Giovana irá me ensinar tudo que preciso saber e eu apenas preciso manter a calma e controlar a ansiedade para que tudo fique bem.

— Quer que eu escolha a sua roupa?

Yara se ofereceu após o almoço e eu concordei. Enquanto ela escolhe a roupa, eu posso tomar um bom banho.

Saí do banheiro apenas com a toalha em volta do corpo para vestir a roupa escolhida pela Yara. Como era de se esperar, ela não me decepcionou.

Uma calça jeans preta, camisa de botões azul escura e tênis com cano alto e preto era a roupa ideal. Confortável e nada chamativa.

— Se quiser eu posso ir com você.

Yara se ofereceu após eu abotoar os dois últimos botões da camisa.

— Não precisa, eu vou ficar bem e não tenho hora para voltar. E não vou poder te dar atenção também.

Tentei tranquilizá-la e peguei a mochila com as minhas coisas.

— Tudo bem então.

Ela sorriu, mas não me pareceu sincero.

Dei um beijo na sua testa e sussurrei um "Tchau".

Chamei um carro no aplicativo e me despedi da Edna que estava sentada na sala.

Entrei no carro e assim que me sentei no banco de trás o motorista disse meu nome surpreso.

— Sarah? Sarah Machado?

Ele parecia ter visto um fantasma.

— Sim, sou eu. Algum problema com a viagem?

Arte, Café e Menta | ⚢︎ [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora