Eu nunca havia tido uma véspera de natal como essa.
Eu achei que ontem havia sido agitado, pois fomos todos as compras, mas hoje está muito mais agitado. Andressa, Jennifer, Olívia e eu passamos o dia na cozinha, foi algo novo e muito prazeroso, além de que agora eu finalmente aprendi a fazer um Chester recheado.
O meu único problema agora é que não sei o que vestir, amigos da família virão para a ceia e não quero estar mal arrumada no primeiro natal que passo com a Olívia. Eu ainda quero ter outros natais com ela e ainda quero que os amigos dela tenham uma boa impressão.
— Com licença, amor.
Olívia disse educadamente ao entrar no quarto.
— Precisam de ajuda em alguma coisa lá fora?
Perguntei sem a olhar, ainda encarando as roupas espalhadas na cama dela.
— Não, eu só vim te avisar que algumas pessoas já começaram a chegar.
Ela avisou empurrando as roupas para se sentar na beirada da cama. Ela está linda e parece não ter a mesma preocupação que estou tendo agora.
— Oli, me faz um favor? — Pedi de forma manhosa, sentando no colo dela, sem me preocupar em a molhar com a toalha que estou enrolada — Escolhe uma roupa para mim.
Ela riu, jogando a cabeça para trás e em seguida me encarando nos olhos. Sua mão deslizando por baixo da toalha molhada.
— Sinceramente, eu te acho mais bonita sem roupa, mas já que você não pode se apresentar nua para os meus amigos, eu ajudo.
Ela falou e parou a mão na minha coxa, me beijando em seguida.
— Ótimo, porque eu claramente não sei o que vestir. Está nas suas mãos agora.
Respondi me levantando do colo dela e voltando a encarar as roupas.
— Bom, acho que aquela calça preta ficaria bem em você e... — Ela começou a falar, caminhando até o próprio guarda-roupa e tirando de lá uma camiseta vinho de mangas longas — Com essa minha camiseta aqui. Ela é longa, mas você pode dobrar as mangas.
Ela me estendeu o cabide com a camisa e eu o peguei. A mesma se sentou na cadeira da própria escrivaninha e ficou me observando colocar a roupa.
Quando vesti a camisa dela, ela se levantou e disse que me ajudaria. Ela dobrou minhas mangas e colocou um lado da camisa dentro da minha calça, me beijando logo em seguida e sussurrando um "Você está linda" no meu ouvido. Essa mulher não faz idéia das consequências que isso causa em mim.
De mãos dadas, saímos do quarto e nos juntamos aos convidados e familiares.
— E aí galera, a Sarah finalmente ficou pronta, então agora vocês podem conhecê-la.
Olívia anunciou quando chegamos a sala, onde, aparentemente, já haviam mais de 10 pessoas.
— Boa noite gente.
Cumprimentei todos sorrindo, enquanto apertava um pouco a mão da Olívia devido ao nervosismo.
— Então você é a minha nova cunhadinha! — Uma garota ruiva exclamou animadamente e me abraçou, o que me deixou meio paralisada no início, mas logo soltei a mão da Olívia e retribui o abraço. — Eu sou a Camila, uma das amigas de faculdade da Olívia. Aliás, ela me mostrou um quadro que você pintou e você ar-ra-sou.
A garota falava freneticamente, sem pausas para respirar, o que me deu um pouco de medo. Mas, o que me chamou a atenção foi o curioso fato que ela contou, e que me fez encarar a Olívia com um sorriso bobo. Ela mostrou o quadro que fiz dela para os amigos, amigos que entendem de artes e que sabem mais do que eu sobre os sentimentos dela.
Às vezes, isso me deixa ensimesmada, pois mesmo que Olívia seja carinhosa e demonstre afeto, eu não sei até onde ela quer chegar comigo.
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Arte, Café e Menta | ⚢︎ [Em Andamento]
Ficção AdolescenteSarah Machado é uma jovem pintora lésbica, que ainda tem 17 anos e está "no armário". Ou pelo menos estava, antes de um maldito vídeo, onde ela beija e dança loucamente com outra garota, cair na internet arruinando ainda mais a sua vida, que já não...