Capítulo 17

281 30 18
                                    

Eu nunca havia tido uma véspera de natal como essa.

Eu achei que ontem havia sido agitado, pois fomos todos as compras,  mas hoje está muito mais agitado. Andressa, Jennifer, Olívia e eu passamos o dia na cozinha, foi algo novo e muito prazeroso, além de que agora eu finalmente aprendi a fazer um Chester recheado.

O meu único problema agora é que não sei o que vestir, amigos da família virão para a ceia e não quero estar mal arrumada no primeiro natal que passo com a Olívia. Eu ainda quero ter outros natais com ela e ainda quero que os amigos dela tenham uma boa impressão.

— Com licença, amor.

Olívia disse educadamente ao entrar no quarto.

— Precisam de ajuda em alguma coisa lá fora?

Perguntei sem a olhar, ainda encarando as roupas espalhadas na cama dela.

— Não, eu só vim te avisar que algumas pessoas já começaram a chegar.

Ela avisou empurrando as roupas para se sentar na beirada da cama. Ela está linda e parece não ter a mesma preocupação que estou tendo agora.

— Oli, me faz um favor? — Pedi de forma manhosa, sentando no colo dela, sem me preocupar em a molhar com a toalha que estou enrolada — Escolhe uma roupa para mim.

Ela riu, jogando a cabeça para trás e em seguida me encarando nos olhos. Sua mão deslizando por baixo da toalha molhada.

— Sinceramente, eu te acho mais bonita sem roupa, mas já que você não pode se apresentar nua para os meus amigos, eu ajudo.

Ela falou e parou a mão na minha coxa, me beijando em seguida.

— Ótimo, porque eu claramente não sei o que vestir. Está nas suas mãos agora.

Respondi me levantando do colo dela e voltando a encarar as roupas.

— Bom, acho que aquela calça preta ficaria bem em você e... — Ela começou a falar, caminhando até o próprio guarda-roupa e tirando de lá uma camiseta vinho de mangas longas — Com essa minha camiseta aqui. Ela é longa, mas você pode dobrar as mangas.

Ela me estendeu o cabide com a camisa e eu o peguei. A mesma se sentou na cadeira da própria escrivaninha e ficou me observando colocar a roupa.

Quando vesti a camisa dela, ela se levantou e disse que me ajudaria. Ela dobrou minhas mangas e colocou um lado da camisa dentro da minha calça, me beijando logo em seguida e sussurrando um "Você está linda" no meu ouvido. Essa mulher não faz idéia das consequências que isso causa em mim.

De mãos dadas, saímos do quarto e nos juntamos aos convidados e familiares.

— E aí galera, a Sarah finalmente ficou pronta, então agora vocês podem conhecê-la.

Olívia anunciou quando chegamos a sala, onde, aparentemente, já haviam mais de 10 pessoas.

— Boa noite gente.

Cumprimentei todos sorrindo, enquanto apertava um pouco a mão da Olívia devido ao nervosismo.

— Então você é a minha nova cunhadinha! — Uma garota ruiva exclamou animadamente e me abraçou, o que me deixou meio paralisada no início, mas logo soltei a mão da Olívia e retribui o abraço. — Eu sou a Camila, uma das amigas de faculdade da Olívia. Aliás, ela me mostrou um quadro que você pintou e você ar-ra-sou.

A garota falava freneticamente, sem pausas para respirar, o que me deu um pouco de medo. Mas, o que me chamou a atenção foi o curioso fato que ela contou, e que me fez encarar a Olívia com um sorriso bobo. Ela mostrou o quadro que fiz dela para os amigos, amigos que entendem de artes e que sabem mais do que eu sobre os sentimentos dela.
Às vezes, isso me deixa ensimesmada, pois mesmo que Olívia seja carinhosa e demonstre afeto, eu não sei até onde ela quer chegar comigo.

Arte, Café e Menta | ⚢︎ [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora