Capítulo 14

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Acordei com o aroma de café e torradas me dando bom dia pela manhã. Olívia, que acordou mais cedo do que o Sol, estava na cozinha às 5 da manhã preparando nosso café.

Com os pés descalços, andei fazendo o menor barulho possível até a porta da cozinha, onde me encostei e fiquei observando minha musa cozinhar.

É um sentimento tão bom e esquisito acordar e ter alguém te esperando dessa forma, não digo apenas da forma romântica, mas sim no modo geral.

— Você deveria estar na cama!

Ela reclamou quando se virou e me viu aqui.

— Eu já acordei, então não, eu não deveria estar na cama.

Respondi sorrindo, ignorando a expressão irritada dela e me aproximando para lhe dar um beijo de bom dia.

— Eu ia levar seu café na cama.

— Fofo, mas ainda sim eu precisaria levantar para escovar os dentes.

Rebato e a puxo pela cintura para um beijo, este que ela não recusa, mesmo estando irritada.

— Vamos comer que nós temos aula e a sua escola é longe.

Ela sussurrou separando nossos lábios e a contragosto concordei com ela.

Nos sentamos no sofá, com nossas xícaras, torradas e um pote de requeijão. O café da manhã perfeito.

— Eu posso te deixar na escola se quiser.

Olívia se ofereceu roubando da minha mão a torrada que eu havia acabado de passar requeijão.

— Ei! — Murmurei tentando pegar minha torrada de volta — Eu não sei. Não iria te atrasar?

Perguntei desistindo de pegar a torrada de volta e passando requeijão em outra.

— Claro que não. Minha facul é perto da sua escola.

— Você não havia mencionado nenhuma faculdade antes.

— Eu faço Artes visuais em um curso a distância, mas uma vez por semana tenho aulas presencias.

Ela me explicou tomando um gole de café. Aliás, explicação essa que me deixou um pouco surpresa. Eu não sabia que ela fazia faculdade e tampouco sabia que era artes visuais. Eu esperava algo relacionado a música, não as artes plásticas.

— Devo admitir que fiquei um pouco envergonhada do meu quadro agora, eu não esperava que você fosse uma especialista e eu não sou muito boa.

Quando terminei de falar ela puxou meu queixo, me fazendo olhar nos seus olhos e deixar de lado minha xícara de café.

— Você viu o quadro incrível que você fez? Se você não é boa então Caravaggio não passou de um iniciante.

Ela disse em tom ameaçador, mas em seguida riu e me soltou.

— Nossa, por essa eu não esperava.

Respondi perplexa e pegando novamente minha xícara de café.

— Você não faz idéia do talento que tem, não é? — Ela perguntou, mas acho que não esperava uma resposta — Então, cabe a mim te fazer abrir os olhos e ver o quão fantástica você é.

— E como pretende fazer isso?

Perguntei a olhando nos olhos, olhos esses que me hipnotizam. Eu poderia passar dias só encarando esses olhos e não me cansaria.

— Se você deixar, pretendo fazer isso todos os dias, pelo resto das nossas vidas.

— Supondo que eu deixe, será que eu poderia retribuir o favor assim.

Arte, Café e Menta | ⚢︎ [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora