Arte, Café e Menta | ⚢︎ [Em Andamento]

Capítulo 7

Depois do que aconteceu pela manhã com a Yara, fiquei com medo de que as coisas entre nós ficassem estranhas. Entretanto, ela me tratou normalmente depois do ocorrido.

Seguimos nosso planejamento inicial e passamos a manhã no parque e em seguida, seguimos para a casa da avó dela para almoçarmos.

A avó dela, Dona Lourdes, é um amor. Ela sempre me trata muito bem e cozinha de maneira extraordinária.

- Posso deitar com você?

Perguntou Yara e eu direcionei meu olhar para ela.
Estou deitada em uma rede de pano que fica presa a uma mangueira, no quintal da Dona Lourdes.

- Claro.

Respondo sorrindo e voltando a encarar o céu azul e limpo.
O dia está ensolarado e sem nuvens, dias assim devem ser aproveitados ao ar livre.

- Minha avó dormiu enquanto assistia televisão e eu decidi te fazer companhia.

Yara se explica deitando ao meu lado, fazendo a rede balançar.

- Sua companhia é sempre muito boa, fez bem.

Digo e fecho os olhos, sentindo o vento passar suavemente pelo meu corpo e balançar levemente a rede.

- Sarah.

Yara me chama e abro os olhos novamente.

- O que foi?

Pergunto ao vê-la com a expressão séria.

- A gente pode conversar sobre uma coisa?

Ela pergunta apreensiva e eu acho que sei exatamente o assunto que está deixando a minha sereia nervosa.

- É sobre o que aconteceu de manhã não é? - Ela apenas confirma com a cabeça e eu suspiro antes de voltar a falar - Não se preocupa com isso. Já sei que você vai dizer que foi apenas o calor do momento e que não quer que as coisas fiquem estranhas entre nós, mas não se preocupa que você não é a primeira garota que eu transei e depois disse a mesma coisa.

Ela parece estar surpresa com tudo que disse e precisou piscar algumas vezes antes de me responder.

- Nossa, eu fico feliz que você não fique mal com isso. Só me preocupo porque você é uma grande amiga, a minha melhor amiga na verdade - Ela mordeu o lábio e suspirou antes de continuar - Mas, isso não significa que aquilo não significou nada para mim.

Agora era eu quem estava surpresa com a confissão dela.

- E o que aquilo significou para você?

Perguntei rápido demais, por sorte ela entendeu tudo que disse.

- Para mim, aquilo significou que você é ótima com a língua e que eu definitivamente precisava experimentar tudo isso. Agora entendi porque tantas garotas procuravam você.

Ela riu, porém o riso me pareceu nervoso. Eu estava feliz e levemente desapontada.

Essa é a hora que eu devo voltar para a minha postura sarcástica e cheia de piadinhas de duplo sentido, capaz de esconder qualquer emoção.

- Digamos que a prática me levou a perfeição.

Respondi sorrindo e a encarando.

Seu corpo está muito próximo ao meu para estarmos tendo essa conversa.

- Você definitivamente não presta.

Ela respondeu rindo e bagunçando meu cabelo.

Tudo havia finalmente voltado ao normal.