Capítulo 4 - Sufoco

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Ainda amarrado a cadeira, com lágrimas escorrendo sobre meu rosto, o braço cheio de cortes e derramando sangue. O cara com o sorriso sádico me encarava em uma cadeira de frente para a minha, ele certamente apresentava características psicopaticas, de alguém que sente prazer em ver os outros sofrerem. Eu estava por um fio de apagar bem na frente dele, pois estava com medo do que aconteceria se eu o fizesse.

Já soluçava de leve depois de alguns minutos, ele só sorria ao ver meus cortes derramando mais sangues. Em uma jogada desesperadas eu tentei pedir para me lavar e por curativos; sua resposta fora um novo corte.

— Eu acho que quero escrever uma palavra...- Indagou pensativo. Eu fiz que não com a cabeça apressadamente fazendo as gotas de lágrimas caírem mais rápido.

— Não?!  - Perguntou sarcástico.

— Acho que vou escrever meu nome - Disse ele vindo com a faca para meu braço que tinha poucos cortes.

Ao encostar a parte pontiaguda, seu celular disparou um sonoro toque o alertando de uma chamada. Arfei de alívio.

— Não acabou não. Eu já volto docinho - Passou a mão na minha bochecha mas eu afastei o rosto, fazendo com que ele acertasse um tapa de leve.

Eu quero minha casa...

Eu quero o conforto do meu quarto e quero o abraço do meu pai...

Tentei ouvir a conversa mas só consegui ouvir um "Aham" "pode deixar" "Não, ele está bem" "eu não o torturei, eu não faço mais isso".

Desligou o telefone e voltou a me encarar.

— Nosso joguinho acabou, infelizmente. Tenho que te lavar. Eu até te soltaria, mas é teimoso e sempre tenta escapar, então eu vou cuidar de você - Falou me deixando confuso. Ele apresentava características doentias, hora normal, durão e amedrontador e outra Sádico e ao mesmo tempo cuidadoso e ainda assim com raiva. Eu não entendia.

Soltou meus braços e me desamarrou da cadeira. Me ajudou a chegar no banheiro, este diferente do primeiro...Onde realmente estávamos? Uma mansão? Abriu o chuveiro e começou a tirar a própria roupa;

— Não quero ter que me trocar de novo - Esta foi sua desculpa.

Se despiu por completo, com exceção da cueca, que mesmo assim formava um volume bem recheado... Me indignei com meus próprios pensamentos e me fiz mudar minha visão, olhei para os seus olhos que me encaravam.

Ele veio até  minha e deixou seu rosto poucos centímetros do meu, chegou mais perto e eu logo pensei que iria me beijar quando colocou sua mão em meus ombros, mas na verdade ele só estava me auxiliando para poder tirar minha camisa. Eu me abaixei para tirar minha roupa de baixo e acabei por esbarra  com minha própria ereção. Se levasse em conta que eu acabara de me excitar com o cara que me tortura e me bate, então eu seria rotulado como louco.

Virei de costas para ele, o que faz minha bunda sarrar seu volume. Ele soltou um risinho Sádico. Droga ! Deve ter pensado que eu teria feito de propósito.

— Por que você não encosta com mais  força? - Perguntou me encoxando. Me assustei e me afastei. Não tive coragem de encarar seus olhos novamente. Apenas entrei de baixo do chuveiro e senti a ardência em meus braços.

— Cuidado - Disse calmamente. Seu tom de outrora frio e Sádico, agora era simpático e preocupado. Eu não o entendia realmente.

Segurou meus braços e passou pelo chuveiro. A cerâmica branca era manchada pelo vermelho sangue,enquanto ele usava suas mãos para esfregar em meus braços.

Ao terminar o banho, ele me levou pra cima pro mesmo quarto em que eu fugira dele a horas atrás e me ajudou a me trocar.

— Vou pegar o curativo, não se atreva a tentar fugir, se não eu vou cortar sua língua! - Disse. Saiu do quarto deixando a porta aberta e seguindo rumo para o lado direito, não para se escadas, talvez para outro quarto. A tentação para fugir era grande, mas o medo de ter minha língua arrancada era maior.

Voltou com uma quite de primeiros socorros, e foi logo se sentando na cama ao meu lado. Tirou os gazes e o álcool, destampou e antes de passar disse;

— Não vai arder, não se preocupe tá bom? - Não assenti e nem nada,  apenas o observei.

— Pronto. Eu vou buscar sua comida, já volto - Olhei os curativos colocados de maneira delicada. Suspirei pesado. Estava começando a chorar novamente.

Revisado

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