Capítulo 8 - Assassinatos parte 1

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Se não tivesse vivendo aquela cena poderia dizer que era daquelas clássicas de um filme de terror em que o psicopata assassinava todos os presentes naquela sala. E estava prestes a acontecer.

— Calma, calma! - Coloquei a mão em seu peito e encarei seus olhos. Os garotos ainda estavam estirados no chão gritando de dor e pedindo por socorro. Eu não sabia se sentia pena ou medo.

Ele tentou ir pra frente, mas minha mão em seu peito o fez recuar. Ele bufou. Estava com tanta raiva que seu rosto estava vermelho.

— Fica calmo, tá? - Falei e me virei pra encarar os outros dois. Ambos ainda demonstrando dor. Michael já retirara a faca de sua mão e estava do lado do amigo dizendo que tudo ficaria bem.

Fui até eles e os ajudei a levantar, íamos atravessar a sala até a porta quando o barulho ensurdecedor foi ouvido por toda a casa. Foram 3 disparos. Cai junto com os garotos porém não sentia dor alguma, foi apenas o peso deles que me levou para o chão. Me levantei atordoado vendo todo aquele sangue, um pouco havia espirrado em mim, e grande parte manchava a minha mão.

O zumbido do tiro ecoava, estava sem saber o que fazer. Sentado no chão observando os dois corpos.

— Vai se lavar e sobe lá pra cima - Falou tão calmo, que por um momento me fez pensar que o que acabara de acontecer era tão natural quanto a qualquer coisa da nossa rotina. Ainda cambaleando e tonto, tentei levar andando até o banheiro.

Me lavei e ao terminar tinha esquecido a toalha e não havia nenhuma lá, eu não o chamaria estava com medo de mais para tal ato. Então vesti apenas a calça que antes estava e sai do banheiro.

Ao passar pelo local da cena, tudo que vi foi a marca de sangue do corpo de ambos, nada mais que isso. Subi o mais rápido possível e tranquei a minha porta pelo lado de dentro, não na chave, pois era ele que a tinha.

— Está com medo? - Me assustei virando pra trás abruptamente, ele me deu um susto tão grande que eu gritei, estranhamente o grito mais feminino de toda a minha vida. Ele riu e se aproximou.

— Que isso sirva de aviso - Me encostou na porta enquanto vinha até mim e levou o dedo até a minha bochecha, fazendo uma pequena massagem naquela região. Eu o afastei com a minha mão e ele não pareceu gostar nada.

Usou mais de sua força até que seus lábios estivessem a poucos centímetro do meu. Foi inevitável não olhar para eles e ele reparou, quase encostou os seus lábios nos meus mas apenas esfregou de leve.

Eu não sei exatamente o que estava sentindo, mas havia medo ali, excitação e um pouco de desejo. Tudo de uma vez o que não era nada bom.

— Deixa a porta aberta, eu volto logo - Saiu me deixando pra trás ainda estranhando tudo que aconteceu ali e provavelmente gastando todos os meus neurônios naquele fatídico episódio.

Procurei a roupa tão desesperadamente que era possível ouvir minhas mãos batendo nas roupas tão qual a minha respiração e a pulsação do meu coração.

Eu estava me desconhecendo ali mesmo, como podia está desejando o homem que me aprisionou e me torturou brutalmente e pior excitado com o que a acabara de acontecer.

Me vesti, me sentei na cama. Eu não sei se podia descer agora então apenas fiquei encarando o espaço vago da porta a fora pelos corredores que já iniciava a escada.

Observei por minutos até ouvir os passos na escada. Me deitei rapidamente fingindo estar dormindo. Tudo aquilo era um prato cheio pra minha ansiedade. Foi a primeira vez que testemunhei um assassinato na vida e fiquei excitado minutos depois.

Ele adentrou o quarto e caminhou em passos lentos até a cama onde se sentou e passou a mão em meus cabelos. Se meu coração já tinha disparado então agora ele estava parando.

Ele simplesmente se deitou do meu lado...

Revisado

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