Capítulo 5 - Irreversível

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Era tão confuso, tão assustador, tão calmo, tão irritado, tão...cuidadoso. Quem era ele? E por quê eu? E o que ele quer a preço disso tudo? Preocupo-me a ponto de não saber se terei algumas dessas resposta. Já havia percebido que fugir é inútil e nem tão adiantaria, uma vez que ele conhece a casa inteira e eu apenas conheço os corredores e banheiros.

Eu queria que ele voltasse, pode parecer estranho, mas eu queria fazer-lhe algumas perguntas, mesmo tendo quase certeza de que ele ignoraria e provavelmente me xingaria.

Fiquei horas esperando, não estava com fome e nem sede, apenas querendo acabar com minha curiosidade, não se engane! Eu não estou nem um pouco conformado em ser sequestrado, mas como sei que não vou conseguir escapar, embora tenha certa esperança, ficarei quieto para não ganhar novas cicatrizes além das que ficarão nos meus braços.

Rolando na cama de um lado para o outro, procurando uma maneira de repelir o tédio, falho em minha tentativa. Não sei quantas horas passei esperando o sequestrador vir, só sei que o sono bateu. Talvez ele não viesse naquela noite.

Fechei os olhos e dormi.

(...)

No dia seguinte, já acordado, me levantei e tentei abrir a porta na rasa ilusão de que eu pudesse fazer minhas higienes em um dos banheiros desta casa ou mansão. Estava trancada. Voltei a me sentar na cama...Quando é que ele vem me ver? Quando eu morrer de fome? Quando morrer de sede?

Encarei a porta por longas horas... Ficava no desejo de vê-la se abrindo e eu finalmente podendo fazer algo de útil.

Mas um dia se passou e ele não veio. Já estava começando a me desidratar ao extremo. Apenas fechei os olhos e utilizei toda minha capacidade de imaginar bons sonhos, o sonho deste dia demorou a vir até mim, me tocando e depois indo embora, até que ele me pegou definitivamente.

Bocejei abrindo os olhos e ficando sentado, olhei para a porta e me deparei com um prato de comida e um copo de água. Corri até os mesmos quase que caindo por vezes mesmo assim ignorando a gravidade me jogando no chão.

Colher? Para que colher? Estava tão desesperado que quase quebrei o prato com uma velocidade desconhecida até mesmo por mim. Minha linha de raciocínio ficou apenas em volta daquela refeição. Não era das melhores mas eu não estava em posição para reclamar, por isso apenas comi.

Levando o copo de água até minha boca rápido e com muita força machucando meus lábios, ignorando isto mesmo assim, um pouco da água escorria pelos cantos da minha boca que depois eu limpava com a manga da camisa.

Após terminar a refeição eu estava querendo um banho. Por isso o esperei vir no quarto e me levar para tal ato. Não aconteceu. Eu não sabia quantos dias já haviam se passado desde a última vez que eu o vi, mas a julgar pela minha intensa vontade de dormir e ao frio, eu poderia identificar a noite.

Suspeitava de está aqui a 1 semana,  incluindo os 3 dias que ele passou sem me ver. Naquele fatídico dia, optei por dormir no chão, não estava afim de sujar a cama.

Apenas encarei o teto até o sono vir me levando com ele para uma dormência interna.

Revisado

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