My only angel

Perdão

Importante: esse capítulo pode conter gatilhos, então se perceber que não se sente bem apenas pule para o próximo, não há problema nisso.

*Rosé*

- Me perdoe! Eu juro que se eu pudesse voltar no tempo e evitar isso eu evitaria! Eu me arrependo muito mesmo, me desculpa... - Falei rapidamente em completo desespero.

Jennie estava sem cor, totalmente pálida. Eu entendia o choque, mas não queria que ela ficasse brava comigo, mas talvez fosse o certo. Talvez ela devesse ter raiva de mim, afinal, eu fiz algo terrível...

- Esquece. Está tudo bem, não precisa me perdoar, eu entendo.

- E-Eu... - Lisa tentou formular alguma frase, mas não conseguiu.

Todas estavam em silêncio e em busca de algo em suas mentes que fizesse elas voltarem para a realidade confusa. Elas nem mesmo se moviam e aquilo estava começando a me assustar.

- Gente, vocês estão b-

- Eu sou o anjo mais poderoso? - Lisa perguntou, mas tenho certeza que já sabia da resposta.

- Sim...

Me lembro como se fosse hoje da pequena Lalisa e em como ficava radiante ao me ver. Quando eu soube que enviariam um anjo para cuidar de Jennie, eu fui a primeira a me oferecer para ir junto e cuidar desse anjo. Essa sim foi uma decisão boa.

- Não, isso não é possível.

- Você controla todos os elementos, como não seria a mais poderosa?

- Mas eu não me sinto assim, eu sou apenas Lalisa Manoban! Nem sabia que era um anjo antes, passei anos achando que eu era apenas uma humana.

- Isso não significa nada. Te enviaram para ser o destino de Jennie e ela para ser o seu. Quando se encontrou com ela as coisas começaram a acontecer mais intensamente e isso fez eu te contar.

- M-Mas e meu amor por ela? - O medo em sua voz tocou meu coração.

- Seu amor é puro e lindo. Nem todos os anjos se apaixonam pelo seu destino, na verdade a maioria deles os enxergam como filhos. Fique calma, você a ama porque realmente se apaixonou por ela.

Lisa soltou todo o ar que prendia e relaxou na cadeira. Sempre soube do tamanho do poder dela e do quando ela é importante. Se tudo desse certo, talvez um dia ela comandasse as coisas...

Minha atenção foi toda para Jennie quando ela se levantou e veio para o meu lado. Seu rosto ainda pálido me preocupava, mas tentei focar em seus olhos e no que eles estavam querendo dizer.

Sua mão tocou meu ombro e com a cabeça ela fez um gesto para que eu me levantasse. Eu obedeci, minhas pernas estavam bambas e meu coração batendo inexplicavelmente rápido, mas as vezes errando algumas batidas. Me surpreendi com um abraço apertado e um carinho no cabelo. Ela estava mesmo fazendo isso? Esperei por qualquer tipo de agressão, mas nada aconteceu.

- O que? - perguntei indignada.

- Rosé, você não teve culpa. Confiou na pessoa errada, isso acontece alguma hora. Infelizmente foi naquela situação, mas sei que não fez por mal. - Seu tom foi tão gentil que pareceu um soco no meu peito. Eu queria que ela gritasse comigo, não que fosse compreensiva.

- Jennie, você não precisa ser tão boa assim, eu entendo se estiver com raiva.

- Eu não estou. Apenas estou em choque, é impossível processar todas essas informações de forma rápida.

Me afastei um pouco dela e a encarei confusa. Não, ela não podia me perdoar assim tão facilmente. Eu tinha feito algo horrível, complemente terrível. Seus pais estão mortos por minha culpa.