Chega um momento em que o cheiro inebriante e nauseabundo não o confunde mais, ele sabia que era podre. Porém no meio da podridão havia algo adocicado levemente perfumado e era esse aroma que o confundia. Ele estava louco, queimando pela ardência incandescente do desejo e precisava fazer algo a respeito, tinha que tê-la uma vez mais. Ele já tinha feito isso na noite anterior e na noite anterior á anterior também. O tempo era relativo e o silencio reinava.
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O dia era quente e um gordo com a camisa manchada de mostarda estava encostado no balcão, sua roupa estava suada e colada ao corpo delineado seus horrendos seios masculinos. Ele se abanava com um papel que parecia ser um recibo de conta ou algo do tipo. Seu olhar era indiscreto, sempre que tinha uma oportunidade virava-se para trás com o pretexto de olhar para fora observando o farto decote da moça atrás dele. Ele nem tinha a decência de não olhar para uma moça com um velho numa cadeira de rodas, céus ele poderia ser o pai dela! A mocinha estava levando seu pai ao banco para receber a miséria que era o dinheiro de sua sofrida aposentadoria e ainda tinha que ser assediada por um gordo nojento com camisa suja de mostarda, que a cada oportunidade encarava os seios fartos dela pela camisa de linho branca. Também que tinha ele? Era apenas um homem fazendo o perfeito papel de homem, e quem mandou aquela mulher vir ao banco com uma saia justa preta e aquela blusa escancarada ali mostrando o conteúdo para quem quisesse ver. Ele estava apenas vendo o que todo mundo via. Não tinha culpa de ela estar segurando a cadeira de rodas de um velho caquético.
O velho babava e roncava ruidosamente, com um chapéu de cowboy encobrindo seu rosto, enrolado num chalé xadrezado cobrindo seus braços. Apesar do calor infernal de El Paso, mais uma cidade da estrela solitária dos Texas fazia, aquele velho encarquilhado estava provavelmente com frio. A sorte do gordo é que a gostosa não estava com nenhum frio, podia ver as gotículas de suor se acumulando no vão de seus seios fartos, pensou em como seria afundar a cara naquela carne macia e tocar o vão daquelas pernas quentes. Ela deveria ter um rosto bonito também, mas se não tivesse não faria diferença, com aquele corpo qualquer homem ficaria louco, era só virar ela de lado e mandar ver.
O homem que estava atrás da moça bonita com uma bela bunda e seios perfeitos também teve a mesma idéia do gordo, talvez todos os homens daquele estabelecimento (exceto o velho que morreu e esqueceu de ser enterrado) tinham no momento que aquela bela mulher de cabelos rubros adentrou o banco quente. Ela estava um pouco acima do peso, sim era verdade, a blusa era justa nos peitos e ela tinha uma pequena saliência na barriga, talvez gostasse de tomar uma cerveja de vez em quando, com aquele rabo não importava. Quando mais carne melhor. Ela usava grandes óculos de sol escuros, mesmo dentro do banco. Deveria ser uma daquelas vadias que apanham do marido e se escondem atrás das lentes escuras. Usava um lenço vermelho ao redor da cabeça em contraste com o cabelo da mesma cor. O homem atrás da mulher de vermelho deu mais uma encarada naquelas ancas e colocou a mão no bolso.
A caixa que era tão velha quanto o velho na cadeira de rodas com a gostosa de vermelha tocou a companhia e chamou o próximo da fila no banco, apesar de serem cinco caixas apenas um estava funcionando. Os outros estavam ‘’fechados para almoço’’ desde o ano anterior. Aquela múmia de rosto franzido e o guarda que estava próximo á porta giratória eram os únicos que ainda trabalhavam nesse lugar esquecido por Deus. E o gerente, mas ele estava ocupado demais fingindo contar cédulas de dinheiro na mesa de trás da velha múmia com rosto de maracujá de fundo de gaveta, quando na realidade também apreciava o decote da mulher de vermelho.
—Próximo! —Brandiu a velha no caixa sem tirar os olhos do computador. O gordo de camisa manchada aproximou-se empurrando um papel para a velha.
O velho deitado na cadeira de rodas com um chapéu de cowboy em cima dos olhos e uma manta xadrezada imunda suspirou, ainda mostrando que apesar dos pesares estava vivo. A gostosa de vermelho tirou uma mecha vermelha de cabelo da testa e colocou atrás da orelha. Agachou-se próxima ao colo do velho, dando á todos os presentes uma visão privilegiada de seu traseiro e mexeu na manta do mesmo.
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Putrefy
Mystery / ThrillerO mau não é criado, você nasce com ele. Cherry Pie é uma ambiciosa striper com um passado negro e algumas idéias erradas na cabeça, alguns dizem que ela é a personificação de um anjo, outros juram que ela tem um buraco negro no lugar da alma. Quand...