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Chocadas era pouco para a reação das duas mulheres a minha frente.
Depois de desmaiar, decidi que eu deveria ser forte, decidida, e muito, muito corajosa. Depois de conversar muito com elas, e escutar muitos conselhos, decidi que o melhor seria fazer um exame de sangue para a comprovação final. Era surreal de mais isso tudo para mim.

Uma semana havia se passado. E depois de fazer o exame, tive a certeza de que estava sim grávida.

- Bom.. senhora Dulce Maria você está grávida de duas semanas... é incrível como os sintomas já estão surgindo. Tem muitas mulheres que veem aqui, e descobrem estar de dois ou três meses. O pior caso foi quando a mulhere descobriu quando já estava de oito meses... A coitada se desesperou - o médico contava enquanto sua risada baixa ecoava pela sala enquanto se movimentava em minha direção.

- Tem certeza doutor ? eu não sei se...

- Está tudo bem.. você só está surpresa com toda essa descoberta.. aposto que o pai também vai ficar ansioso... afinal irá fazer uma surpresa para ele não é ? Pois ele não está aqui agora. - Seus olhos tranquilos pareceram se preocupar quando minha feição ficou séria. Eu não sabia o que responder. Pois não parei nenhum minuto para pensar no pai desse ser que agora começou a habitar dentro de mim.

- Oh.. será mãe solteira ? Tudo bem... bom.. creio que deverá iniciar o acompanhamento com o pré natal..

Eu escutei tudo o que ele me disse... mais o meu coração estava apertado, minha mente viajava... minha preocupação era..
Como uma acompanhante de luxo poderia engravidar de um cliente que nem era cliente?
Porra, como eu poderia provar que o homem que eu acredito que é o pai, seja realmente o pai? Se eu contasse a Christopher " Vamos ter um filho " eu levaria um belo chute no traseiro, e uma gargalhada nada amistosa vinda dele. O pior é que ele não tem culpa... E não acredito que ele queira esperar por um teste de gravidez que só pode ser feito após o nascimento. E só de pensar em toda essa bagunça e briga que seria, eu só consigo acreditar que a melhor coisa era eu me virar sozinha.

Me despedi do médico, peguei os papéis que comprovaram a existência de uma nova vida habitando em mim, e fui pra casa. No meio do caminho eu só cconseguia vagar em meus pensamentos. Então várias ideias surgiram, e várias perguntas se formaram.

Como vou trabalhar ?

- Droga !

Pensar isso me deu raiva. Eu não poderia trabalhar mais como acompanhante, meu corpo já não seria o mesmo, e eu não poderia fazer programas estando com uma barriga que não pararia de crescer, e aliás eu não seria louca de fazer isso estando grávida.

A ideia de abortar a criança surgiu na minha mente, mas então logo descartei. Eu havia aberto minhas pernas para Christopher, e foi porque eu queria tanto como sabia que ele queria. Ele nunca me forçou, é eu sabia disso. Essa criança que agora estava em meu ventre não tinha culpa do que aconteceu, e por mais que eu estivesse magoada com Cristopher, eu não poderia fazer isso apenas por sentir algo ruim em relação a ele.

Cogitei então a ideia de doar para uma casa de abrigo, ou orfanato que seja.. Então resolvi que seria a melhor ideia a se fazer. A questão era que Christopher jamais poderia saber da existência dessa criança. Eu não queria brigas, coisa que eu sabia que aconteceria se eu dissesse que ele era o pai.

Chegando em casa, decidida do futuro que me esperava. Me sentei na frente do computador e fiz algo que eu não imaginava que faria. Fui atrás de um emprego.
Anahí havia me dado a ideia de pegar serviço, Maitê até tentou me contratar mais eu disse que não seria bom para mim frequentar a boate nesse tempo, e ela super entendeu. Uma coisa que eu escondia de muitos era que, antes de virar o que eu era atualmente. Eu havia estudado e cursado direito. Isso mesmo eu estava cursando o último ano da faculdade de direito, quando uma proposta surpreendente e assustadora chegou a mim. " Ser uma acompanhante de luxo e ganhar muito por noite ". Era maravilho aos ouvido de qualquer moça que não suportava mais se matar para pagar um faculdade cara, e viver problemas de mais para um vida só. Sem pensar três vezes eu aceitei.

Depois de destrancar a faculdade, e conversar tudo corretamente. Fui orientada de que meu último ano seria de estágio. O que significava que eu terminaria meu curso e ainda conseguirá dinheiro. E depois de muito enjoou um sorriso brotou em meus lábios.

- É Dulce.. quem diria.. você deixando de usar roupas curtas e justas, por roupas formais. O mundo gira mesmo.

E como girou para mim !

Resolvi manter em segredo a parte da doação, e foquei apenas em conseguir me formar.

Depois de duas semanas, eu consegui um estágio em uma advocacia muito boa. Seria excelente para o meu currículo, que por sinal andava meio vazio. A advocacia era liderada por três sócios, sendo que eu trabalhava para um deles, o Ramiro ou melhor Doutor Ramiro Puente. Ele era incrível nos tribunais, um ótimo homem, e principalmente não esquecia nunca da família . Sua sala era um santuário de fotos de sua família, pelo menos foi o que todos colegas de trabalho me disseram. Eu era estagiária ali junto com duas pessoas, sendo o Ricardo um rapaz atraente e estiloso, e muito inteligente, e a Vivian uma mulher firme, e muito ambiciosa em questão de seu futuro. Mais era uma garota boa e esperta.

Era minha primeira semana... E tudo parecia bem...

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