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CAPÍTULO 21
SIANED REAGAN

Todo meu corpo parecia queimar com as dores agudas que chegavam aos ossos. Eu não sentia minhas mãos completamente e minha cabeça estava pesada.

Minha mente viajava em todos os acontecimentos e eu sempre voltava para o momento em que Henrico corria para longe de mim com o explosivo em suas mãos.

Acordo assustada e me sento na cama sentindo tudo ao meu redor girando. Me lembro de ter sonhado com Henrico e de ter ele tão perto de mim.

Sinto um aperto no peito e uma agonia crescer dentro de mim.

Olho ao redor e vejo o quarto todo branco do hospital, me viro para trás e paraliso completamente ao vê-lo ali, bem na minha frente.

Henrico dormia como uma miragem.

Não foi um sonho, ele realmente estava aqui. E por um minuto me permito esquecer tudo o que aconteceu e eu o contemplo dormindo encostado na cabeceira da cama do hospital.

Ele parecia tão cansado.

Olho minhas mãos enfaixadas e sinto minha boca seca. Eu precisava de água.

Tento me levantar e sinto uma tontura e as dores insuportáveis em meu corpo.

Resmungo e sinto Henrico se remexer atrás de mim.

- Reagan. – A voz rouca sonolenta dele invade todo meu corpo.

Me viro para ele e me perco em seus olhos azuis. E as lembranças me invadem com força fazendo eu me aproximar dele para ver se ele realmente era real.

Encosto minha testa ne dele, suas mãos seguram minha cintura e seus olhos me analisam preocupados.

- Eu estou bem. – Sussurro para ele, eu sentia que ele precisava ouvir isso.

Ele encosta seu nariz no meu, seus olhos me mantem presa nesse momento. E eu conseguia acalmar tudo dentro de mim.

- Abelhinha... – A voz forte de Henrico me faz remexer. – Eu estava perdendo minha sanidade sem saber o que aconteceria com você... e quando você saiu correndo com aquela bomba eu...

- Não deveria ter se arriscado daquela forma também. – Eu o analiso e vejo que ele tem algumas escoriações no braço e no rosto.

- Eu morreria por você se fosse preciso, Sianed. – O meu nome soa diferente em seus lábios.

- Não. – Passo a mãos em seu rosto. – Eu não permitiria isso. – Beijo a ponta do seu nariz.

Henrico enlaça minha cintura ainda mais forte e me puxa contra seu peitoral e me beija suavemente como se eu fosse feita do cristal mais delicado.

O dia dentro da clínica foi monótono, Henrico só saia do quarto para falar ao telefone sobre assuntos da máfia.

Por mais que eu quisesse eu sabia que tudo isso ainda não tinha acabado. Henrico me contou que Osmar quase matou seu irmão e que isso já era uma guerra declarada.

Eu temia o que estava por vir, eu temia pelos que eu amo.

Ouço a porta se abrir e vejo a imagem idêntica à de Henrico adentrar o quarto de longe era possível diferencia-los por conta da barba, mas quando você realmente os conhecia, era perceptível que eles tinham mais diferenças do que semelhanças.

Matteo se aproxima da minha cama com dificuldade, não se adaptando as muletas temporárias, ele parece irritada com sua situação quando vejo ele jogar uma das muletas para longe.

NEMICI I Livro 01 -  Série Obscuros Nova EraOnde histórias criam vida. Descubra agora