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CAPÍTULO 20
HENRICO VIORELLE

Quando meus braços deixam sua cintura e agarram a mala com o explosivo eu a encaro e sorrio antes de correr na direção que ela ia.

Eu sabia o que Reagan estava tentando fazer, mas eu não podia permitir que ela fizesse isso. Ela estava machucada e não aguentaria correr até o lago.

Corro o mais rápido que consigo. Abro a mala pendurada em meus ombros e vejo o cronometro marcando um minuto.

O barulho da correnteza estava cada vez mais perto e quando eu vejo o lago de longe eu arremesso a bomba que atinge a água com força.

Me viro para correr o mais rápido que posso no sentido oposto para encontrá-la e escuto a explosão e logo em seguida meu corpo é jogado para frente com a pressão me fazendo cair com a cara no chão.

A água é jogada para cima como uma grande onda.

O som ensurdecedor me deixa zonzo.

Apoio as duas mãos no chão e respiro fundo juntando todas as minhas forças.

- Henrico! – O berro de Reagan me faz colocar de lado qualquer dor que eu possa estar sentindo agora.

Eu me levanto com dificuldade e cambaleio no meio das árvores. Tento correr, mas eu estava perdendo o equilíbrio e acabava caindo.

Paro ao ver o corpo de Reagan deitado sobre a grama, eu ajoelho ao lado dela sentindo um aperto no peito.

Reagan estava com o rosto machucado e inchada, suas mãos estavam sangrando e cheia de vidro e a outra tinha um corte profundo. O corpo dela estava deitado diante de mim, tão delicado e todo machucado.

E uma lágrima escapa dos meus olhos, eu estava paralisado.

- Abelhinha. – Eu puxo o corpo dela com cuidado para perto de mim. – Acorde. – Eu sussurro implorando.

Assimilar tudo o que estava acontecendo estava fazendo tudo dentro de mim ruir.

Meu irmão, meu pai e a mulher que eu amo... todos feridos.

- Reagan... eu preciso de você aqui comigo.

Com dificuldade me levanto e pego o corpo dela que estava mole. Meu corpo todo doía, mas não se comparava com a dor que eu sentia internamente.

Parecia que eu estava sendo rasgado de dentro para fora.

Chego no local onde tudo começou e vejo diversos corpos mortos jogados pelo campo. A casa de madeira estava em chamas e ao longe vejo soldados da Camurro ainda montando guarda.

Zola me avista e corre em minha direção.

Olho para Reagan em meus braços e a aperto contra mim e o desespero cresce ainda mais. Encosto minha testa na dela e eu suplico para que ela fique bem.

- Deus... – Zola exclama ao ver Reagan em meus braços. – Caralho, precisamos levar ela ao hospital. – Ela parecia alarmado.

Eu fico parado olhando para Reagan ainda, eu estava com muito medo. Muito medo de perde-la.

Zola vem em minha direção para tirá-la dos meus braços e uma tensão se instala em meu corpo.

- Não! – Rosno e encaro meu tio que me olha tranquilo.

- Henrico, temos que a levar. – Ele tenta tirá-la dos meus braços novamente. – Rápido.

E eu deixo que ele a tire dos meus braços.

NEMICI I Livro 01 -  Série Obscuros Nova EraOnde histórias criam vida. Descubra agora