Epílogo - Aqui começa o 'para sempre'

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Dois anos depois


O dia da graduação chegou e a pensão que as garotas viviam em Queens estava um pandemônio: vestidos, fitas, maquiagens e grampos de cabelo se misturavam enquanto as jovens entravam e saiam dos quartos as gargalhadas.

Não foi fácil chegar a esse momento, afinal, só elas sabiam quantas noites haviam sido mal dormidas, quantos textos foram lidos e relidos e quantos cálculos foram revisados. Mas, aquele era o dia da glória. Em alguns minutos, estariam todas elas enfileiradas, vestidas com becas e com capelos em suas cabeças.

Diana estava especialmente orgulhosa de si: havia superado alguns obstáculos entre o primeiro e o segundo ano e ainda conseguiria se formar com honras em História do Canadá! Mas, além disso, ela estava feliz pelas amigas afinal, todas elas cresceram juntas e vê-las tornando-se mulheres incríveis lhe dava uma sensação de altivez que jamais imaginava que pudesse sentir na vida.

*****

A cerimônia foi em um dos gramados da Universidade. Anne, a oradora da turma, fez um discurso emocionante sobre a jornada da turma, especialmente das garotas que estavam se formando. Marilla e Matthew foram vistos enxugando as lágrimas diversas vezes durante o pronunciamento brilhante da garota ruiva que criaram com tanta dedicação.

Diana estava sentada no seu lugar designado observando a plateia e os tantos rostos conhecidos que ali estavam. A garota deteve o seu olhar na fileira dedicada à sua família: ora, quem seria capaz de dizer há alguns anos que Jerry Baynard estaria ali, sentado entre Minnie Mae e sua tia Josephine? Mas, ali estava ele, com um sorriso que mal cabia no rosto enquanto indicava delicadamente para Minnie Mae onde a irmã dela estava.

Nos últimos anos, o rapaz esteve trabalhando duro na casa de Josephine Barry, a tia extremamente rica de Diana. Nos horários livres – que a Srta. Josephine fazia questão de garantir a ele – Jerry estudava toda a matéria que havia perdido durante os anos de trabalho na lavoura. Nos finais de semana, sempre que o calendário acadêmico de Queens permitia, Diana e o francês passavam algum tempo juntos em Kingston ou Charlottetown.

O esforço do garoto foi recompensado, pois dali alguns meses ele entraria como calouro na Universidade de Queens e, em alguns anos, Jerry estaria ocupando a posição de destaque que Diana estava naquele momento.

Inclusive, o coração da jovem praticamente derretia de alegria, quando ela pensava em quantas coisas aquele rapaz tímido e meio sem jeito que ela conhecera há tantos anos estava conquistando. E, mais ainda, ela sentia-se capaz de explodir de contentamento quando pensava que estava ali ao lado dele, ajudando-o a ganhar o mundo que ele merecia.

No meio de tantos devaneios, Diana ouviu seu nome ser chamado pelo reitor:

- Diana, Barry. Magistério com honras em História do Canadá.

E, então, a jovem caminhou de forma determinada, segurando as lágrimas, até a mesa dos professores que a parabenizavam pelo feito da formatura e a plateia aplaudia educadamente, até que ouviu uma voz masculina destacar-se da multidão:

- C'est ma chérie!

E, então, ela se virou de frente para a plateia e fez uma breve reverência de agradecimento. Foi quando seus olhos focaram em Minnie Mae sendo carregada por Jerry, as mãos do pai dela nos ombros do rapaz e a sua mãe acenando alegremente, as lágrimas que ela bravamente segurou durante a cerimônia, finalmente rolaram pelo seu rosto.

*****

Como boa parte dos jovens de Avonlea formaram-se juntos, um pequeno salão em Kingston foi alugado para servir de recepção para as famílias dos formandos e seus convidados. O clima festivo era maravilhoso, a comida deliciosa e algumas crianças corriam por entre os convidados, como um teste para a sobriedade deles.

Diana estava do lado de fora, na varanda do local, admirando a noite e aproveitando para descansar os pés dos saltos. Jerry aproximou-se sorrateiramente por trás dela e abraçou-lhe sua cintura quando percebeu o sobressalto da garota.

- Você está deslumbrante – ele falou, aproximando a sua boca da orelha da jovem – mesmo depois de tirar os sapatos.

A garota riu e lhe deu um leve cutucão com os cotovelos.

- O futuro chegou, não foi, Jerry? – a jovem tinha um tom que mal passava de um sussurro.

- Sim, chegou... – o rapaz respondeu soltando a jovem e virando-a para que pudesse olhar os seus olhos.

- Você não tem medo?

- Teria... Se não tivesse passado por tanta coisa e se não tivesse você. – Jerry disse e segurou o rosto de Diana, erguendo-o, fazendo com que suas testas se tocassem. – Mon amour, acho que o momento perfeito chegou.

Diana sentiu o coração acelerar e colocou as mãos sobre as do francês. Ela não lhe disse nada, pois havia perdido, ao menos naquele momento, a capacidade de articular as palavras.

- Diana, você quer passar o seu futuro comigo? – o rapaz perguntou com um tom rouco e, temendo que não tivesse sido claro o suficiente, completou – Veux-tu m'épouser?

Diana nunca foi capaz de dizer a famosa palavra de três letras para o rapaz, por que resolveu responde-lo lhe dando o beijo mais feliz e apaixonado que era possível se dar naquele momento.

Jerry entendeu que aquilo era um sim. Ele e Diana teriam seu final feliz. 


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N.A.: E chegamos de verdade ao fim! Com muito açúcar para acabar essa fanfic do jeitinho que ela merece. Muito obrigada a todo mundo que leu, comentou e votou. 

Quando eu comecei a escrever, sentia um pouco de vergonha, mas vocês me deram o apoio que eu precisava! 

Muito obrigada, até a próxima!

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