Capítulo 2 - O destino joga as cartas na mesa

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Passaram-se dois meses desde que Diana enviara a carta e até então não recebera nenhuma resposta: nem uma carta, nem um pombo correio, nem ao menos um sinal de fumaça. Então, depois de tanto tempo e finalmente estava conformada: ela tinha partido o coração de Jerry em tantos pedaços que jamais conseguiria remendar e ter para si novamente. A única solução que tinha era seguir em frente.

Era fácil seguir em frente em Kingston, com as amigas, entre as aulas e seus trabalhos de casa absurdamente grandes e detalhados a ideia de um amor romântico ficava realmente em segundo plano na sua cabeça, mas não na cabeça das suas amigas. Todas estavam começando a se envolver romanticamente com alguém e isso era tão irritante que ela não conseguia suportar!

A ideia de meninas suspirando com cartas três vezes por semana era tão perturbadora que Diana estava fazendo questão de descer para tomar café mais cedo na cozinha, sob pretexto de que precisava sair em seguida para a biblioteca para estudar. Geralmente ela recebia as cartas dos seus pais às sextas feiras, então não estranhara o fato da Sra. Blackmore solicitar que ela esperasse que a criada voltasse dos correios para que pudesse logo responder sua correspondência.

Porém, não pode deixar de sentir o coração meio descompassado pela simples esperança de que Jerry lhe mandasse uma carta. "Adoraria ler suas palavras em francês", pensou, porém se repreendeu afinal, não poderia deixar que seu coração ficasse preso naquela história pois a equação era simples: ela mandou uma carta e ele não respondeu e isso significava o fim. Era isso, fim de história.

Nenhuma surpresa, a correspondência do dia viera de sua mãe. Educada, a garota agradeceu a ambas as mulheres na cozinha, terminou seu desjejum e como sempre fazia, juntou seus materiais e partiu rumo à biblioteca, onde poderia ler a correspondência trivial da sua mãe e começar suas leituras sem ouvir os suspiros de um monte de garotas.

Querida Diana,

Espero que esteja bem assim como nós por aqui.

Aqui em casa as coisas correm em paz, seu pai tem conseguido negociar as nossas maças juntamente com as das terras de Blythe e estamos indo de vento em polpa nas vendas! Finalmente estamos nos recuperando

Sua irmã, Minnie Mae, começou a se interessar pelo piano e tenho ensinado o básico a ela, apesar de que, pelo o que tenho observado ela não é tão virtuosa quanto você, mas ao ela deseja ir a Paris para a escola de etiqueta. Porém, isso não vem ao caso.

O que quero na verdade te dizer é que estamos te esperando em casa para o jantar de ação de graças e caso não se lembre este acontecerá daqui duas semanas. Portanto, já estou enviando o dinheiro necessário para que compre as suas passagens de trem e por favor, certifique-se de nos avisar quando chegará para que possamos providenciar com o seu pai para que ele lhe apanhe na estação.

Aproveite que estou enviando dinheiro além do necessário e providencie um vestido novo.

Com carinho, mamãe. 


Respirando fundo, ela dobrou a carta, retirou o dinheiro do envelope que sua mãe enviara e pela quantidade daria para ela comprar no mínimo três vestidos. Aliás, Diana julgava desnecessária a compra de mais uma peça de roupa já que seu armário estava abarrotado de vestidos que talvez tenha usado apenas uma ou duas vezes. "Minha mãe deve achar que eu desaprendi a me vestir." concluiu.

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- É claro que Minnie Mae quer ir a Paris, qualquer pessoa gostaria de ir para se manter longe da mamãe – pontuou com um sorriso travesso Diana.

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