XI. Não encosta em mim

2.2K 279 103
                                    

POV Rafa Kalimann

Logo após Gizelly ter saído, ficamos por lá por mais algumas horas e depois voltei pra casa, Vinícius ainda não tinha voltado e eu sabia que ele estaria com aquela mulher.

Bom, são muitos anos de casada e em quase todos ele teve pelo menos uma amante. Não, eu não sabia disso à época, fiquei sabendo a dois anos atrás quando o peguei se esfregando com a secretária em seu escritório. Perdoei, mas depois descobri as demais traições e ele disse que não tava mais fazendo isso. Tola! Esse ano soube que ele tava ficando com uma mulher quando ele voltou pra casa com o perfume dela no corpo.

Ele não me toca a quase seis meses e isso significa que ele tá me traindo de novo. Tem seis meses que estamos só brigando, mas nosso relacionamento já deu sinais do fim a anos atrás, eu que nunca quis ver. Eu ainda o amo, bom, pelo menos é o que eu acho, mas talvez seja só costume.

Estava em uma ligação com Gizelly, quando ele chegou e gritou por mim. Antes de ir até onde Vinícius estava, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Gizelly: Eu também não me arrependo de ter te beijado.

Por que fiz isso? Ia apagar, mas ela já havia visto a mensagem, excluí a conversa e fui conversar com Vinícius.

- O que houve? - falei chegando na sala.

- Cadê a comida? - falou.

- Na cozinha? - respondi sendo sarcástica.

- Pode me servir, tô morrendo de fome - disse autoritário e eu percebi que estava bêbado.

- Sabe que horas são? - perguntei e notei um perfume feminino exalando dele, sorri irônica - Não acredito que você voltou a me trair Vinícius - minha cara entristeceu, me lembrei que havia feito o mesmo hoje.

- E lá vem o drama - disse vindo em minha direção - você sabe que não é o suficiente pra mim tem tempo Rafa - sorriu - então só fica feliz por eu ainda bancar seus luxos e os da sua filha - agarrou meu braço com força - aprende uma coisa: eu fico com quantas mulheres eu quiser, porque eu quem pago tudo aqui! E você vai continuar sorrindo pras pessoas, dizendo que somos uma família feliz - me deu um selinho e eu tentei sair.

- Você é nojento, Vinícius - falei com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Que você ama - sorriu novamente e tentou me beijar a força, eu o empurrei e ele acabou levantando a mão para me bater e eu acabei caindo no sofá antes que ele o fizesse.

Eu fiquei estática o encarando, não tava acreditando que ele ia fazer mesmo aquilo, mesmo depois de ter prometido nunca mais fazer.

- Meu Deus, me desculpa Rafa, eu não sei o que deu em mim - falou se aproximando de mim e tentando me tocar.

- NÃO TOCA EM MIM - falei com medo dele.

- Você sabe que não era minha intenção - ele tentou encostar em mim de novo.

- NÃO ENCOSTA EM MIM! - disse e subi as escadas correndo.

Fui até o primeiro banheiro que encontrei e me tranquei lá. Comecei a chorar com as mãos na boca, não queria que minha filha notasse que eu estava chorando, quando me levantei e me olhei no espelho, me perguntei como deixei que aquilo acontecesse. Chorei mais ainda. Ouvi ele batendo na porta.

- Rafa? Abre. Eu não quis levantar a mão pra você, você sabe que nunca te bateria de novo - falava.

- Me deixa em paz Vinícius! - disse.

- Por favor... - não deixei ele terminar.

- Para! Só sai daqui. Você ia me agredir, de novo, Vinícius! Só me deixa em paz, saí daqui! - ele saiu.

Não sei parar de te olharOnde histórias criam vida. Descubra agora