XXXIII. Apaixonada? Eu?

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POV Gizelly Bicalho

Quando eu recebi o convite pra ir passar o feriadão na casa de Rafaella, estava com Marcela, então tive que pensar rápido e acabei dizendo que ia para a casa de minha mãe. Logo em seguida corri pra ligar pra minha mãe e dizer que estava indo pra lá no dia seguinte. Bom, ela super amou a notícia e ficou toda empolgada.

Na manhã da sexta-feira, após eu ter acordado, Ivy insistiu para que eu levasse ela e Marcela à casa de Rafaella. Eu tentei dizer não, tentei mesmo, mas ela e Ma sabiam ser insuportáveis até conseguir o que queriam.

Dirigi até lá pensando em todos os cenários possíveis de como seria meu reencontro com Rafaella depois daquele dia. Queria muito que ela não tivesse lá, não queria vê-la, pelo menos tentava acreditar nisso. Bom, até que chegamos lá e não a encontrei. Ela havia saído e eu me senti extremamente decepcionada.

Pensei que era coisa do destino, então botei na minha cabeça que ia dar apenas um oi pra Mel e iria sair dali antes que ela voltasse, mas acabei demorando um pouco mais do que esperava e isso fez com que desse tempo de Rafaella chegar em casa.

Não soube reagir àquilo. Simplesmente não soube. Fiquei nervosa. Porra! Ela ainda mexe comigo. Evitei falar com ela e olhar pra ela. Não podia demonstrar que ela ainda mexia comigo, ela parecia tão bem... Droga.

Fui embora. Quando cheguei na casa da minha mãe, ela logo percebeu que eu não estava tão legal assim, mas deixou pra perguntar apenas quando estávamos acabando de fazer o almoço.

- O que houve meu amor? Tô achando você tão pra baixo hoje - perguntou me olhando.

- Nada mãe, só umas besteiras minhas - respondi sem a olhar.

- Problemas com o coração? - nessa hora eu a olhei, mas não falei nada - Quando tiver pronta pra falar eu vou tá aqui - droga, havia me esquecido que ela me conhecia bem demais.

Eu apenas a olhei e ela veio me abraçar. Almoçamos e em seguida nos sentamos no sofá, para assistir a um filme qualquer, eram raros os momentos que eu passava com minha mãe e meu padrasto. Quando o filme acabou, como quem percebesse que eu queria conversar com minha mãe, meu padrasto inventou uma desculpa pra sair.

- Eu vou dar uma saidinha, mais tarde volto - falou se levantando do sofá e indo dar um beijo em minha mãe.

- Tá bom, meu amor - disse assim que os lábios se desgrudaram daquele selinho.

Logo que ele saiu, eu me levantei.

- Vou pegar uma cerveja, quer uma? - perguntei e minha mãe apenas fez que sim com a cabeça.

Quando voltei, minha mãe começou a puxar um assunto qualquer.

- E o trabalho? Como anda? - perguntou.

- Bem, tô fazendo meus horários e tentando pegar mais leve por lá. Dei algumas palestras semana passada, mas agora acho que vou dar um tempo, tô pensando em escrever outro livro, mas não sei ainda - falei.

- Acho que o mundo precisa de mais um livro seu. - sorriu - Mas vai ser outro pra tua área ou outro romance como aquele?

- Acho que outro romance com algumas partes de psicologia que façam as pessoas refletirem sobre coisas óbvias, mas que insistem em serem ignoradas - respondi.

- Já quero o primeiro exemplar autografado! - sem dúvidas, minha mãe era minha maior fã, ela lia todos os meus trabalhos, fossem científicos ou não.

- Claro que ele será seu! - falei sorrindo e me deitando em sua perna.

- Quer conversar sobre o que tá incomodando essa sua cabecinha? - disse minha mãe tocando em minha testa.

Não sei parar de te olharOnde histórias criam vida. Descubra agora