XVI. Olha pra mim

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POV Rafa Kalimann

A casa de Gizelly era maravilhosa, casa não, mansão, o portão que ficava ao lado direito dava de frente a um caminho para o carro percorrer até a garagem, que pelo que dava pra ver era enorme ao fundo da casa, essa lateral tinha várias plantas e era muito bonita, ao virar a cabeça pro meu lado esquerdo, pude notar que ali era o espaço dedicado à piscina, apesar de ser um pouco elevado e só dar pra ter a real visão do que tem ali depois de dar alguns passos e sim, havia uma enorme piscina, várias cadeiras, algumas mesas e muitas plantas, tudo muito iluminado, continuei andando pelo caminho até entrar na casa.

Havia uma sala de jantar em frente à porta, mas tava escuro não pude ver muito de lá, ao virar para a minha esquerda vi a sala de Gizelly, havia um grande centro de madeira quadrado com alguns enfeites em cima, dois sofás de couro, um de frente pro outro, sendo um branco e o outro preto, uma parede preta com uma lareira e em um canto uma estátua de girafa, havia ainda um divã preto, uma árvore perto das três grandes janelas que dava uma vista privilegiada da piscina e alguns enfeites com luzes no chão, perto da árvore. Tinha uma escada em tom amadeirado e uma estante pra dividir os cômodos ali, com alguns livros de psicologia, ao lado esquerdo dessa estante e perto da estátua de girafa, havia um quadro e eu me perdi ali, encarando-o.

- Gostou? - sai do transe em que tava e vi Gizelly parada naquele corredor e quebrando qualquer silêncio formado ao longo do caminho entre nós.

- É muito lindo - respondi a olhando.

- É de uma artista daqui de São Paulo.

- Ele é fantástico - falei apontando para o quadro e ainda a encarando.

- Foi uma garota de dezessete anos que pintou - ela olhou pro quadro e eu a segui - ela vivia nas ruas, mas teve um evento beneficente com uns moradores de rua e ela estava lá, tinham várias atividades legais, pintura era uma delas - fez uma pausa ao notar Mel chegando na sala, mas logo continuou - enfim, quando eu vi essa pintura eu me apaixonei. Demonstra toda a dor e tristeza que aquela garota sentia, mesmo possuindo tonalidades vivas, mas ao mesmo tempo a felicidade do momento. - saiu e se sentou no sofá branco que ficava de frente para a janela, em seguida chamou Mel pra sentar-se ao lado dela, minha filha que olhava o quadro e ouvia o que Gizelly falava - Ela queria cobrar só cinco reais por ele - sorriu.

- Que bom que foi barato - Mel disse, agora se sentando ao lado da capixaba e Gizelly a encarou.

- Quase isso.

- Como assim? - perguntei curiosa e caminhei para me sentar no sofá preto e ficar de frente para as duas.

- Olha pra isso Rafaella - ela se virou e apontou para o quadro, e ele era realmente espetacular, nunca que eu diria que uma garota de dezessete anos havia pintado - eu disse pra ela que ela tinha talento, ofereci pagar um curso e que daqui a uns dois anos eu pagaria pelo quadro.

- Mas se você pagou um curso pra ela, pra que pagar pelo quadro? - Mel perguntou.

- Porque ele é maravilhoso. - sorriu olhando pra Mel - Bom, vou me encontrar com ela mês que vem, ela tem uma exposição. Dependendo dos valores dos quadros dela agora, é o que irei pagar - Gizelly respondeu.

- Nossa, você é louquinha - Mel disse e Gi riu.

- Cês deviam ir na exposição dela, não se arrependeriam - me encarou.

- Quem sabe a gente não vai - eu disse.

- Vou mandar um convite pra vocês - ela falou.

- Bom, vamos filha? Já tá na hora.

- Aaaah mãe.

- Ah mãe nada, já tá ficando tarde, vamos, se despede de Gizelly e vamos - minha filha abraçou Gizelly, que nos levou até o portão.

Não sei parar de te olharOnde histórias criam vida. Descubra agora