XXVI. Perfume

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POV Gizelly Bicalho

Acordei cedo, percebi o silêncio na casa, todo mundo ainda dormia, sorri ao me virar na cama e sentir o cheiro que Rafaella deixou em meu lençol, seu perfume era amadeirado, mas suave, combinava perfeitamente bem com sua pele.

Não tardou para as lembranças da madrugada que se passou retornarem à minha mente, meu sorriso se alargou quando lembrei de tudo que havia rolado... Será que não foi mesmo um sonho? Não, não foi, eu estive mesmo com Rafaella... Nossa, foi tão incrível que não parece ter sido real... Se o cheiro dela não tivesse aqui, juraria que tinha sido um sonho!

Será que Rafaella estava se sentindo tão bem como eu? Será que ela gostou tanto do que rolou como eu? Será que ela vai acordar feliz? Como será que ela vai reagir quando acordar? Tô morrendo de vontade de ver o sorriso em seu rosto. Nossa, não vejo a hora de Rafaella acordar! Preciso vê-la.

Fiquei ali, deitada, sentindo o cheiro que Rafa havia deixado para trás, por mais alguns instantes, até que criei coragem para me levantar e ir fazer minha higiene matinal. Em seguida desci, fui até a cozinha, queria preparar um café da manhã bonito, então comecei a fazer antes mesmo que as mulheres (e a criança) que ainda dormiam, acordassem.

Cortei algumas frutas e as arrumei em cima da mesa da área externa, preparei algumas jarras de suco de laranja, maracujá e morango - sim, não sabia a preferência de algumas pessoas ali, então arrisquei nesses três sabores -, fiz ainda alguns sanduíches naturais, preparei café bem forte, deixei o bacon e os ovos prontos para serem fritos, levei para a mesa alguns pães de queijo, torradas e bolachas, deixei lá queijos, presuntos e mortadelas.

Queria tudo bem organizado, coloquei uns arranjos com flores que colhi do meu jardim, separei alguns remédios pra ressaca e esperei que elas acordassem, o que não demorou muito tempo, pois logo vi Mel descendo as escadas com Marcela e Thelma.

- Bom dia pra vocês! - falei sorrindo.

- Só pra você, minha cabeça tá doendo demais - Marcela falou e sua cara de ressaca não negava o que ela sentia.

- Digo o mesmo - Thelminha tava do mesmo jeito.

- Bom dia, Gi! - Mel respondeu animada e com um sorriso no rosto - Que cheiro bom.

- Preparei o café pra vocês - disse olhando pra menor - e remédios pra vocês - me dirigi pra Ma e Thelma.

- Você é perfeita! - Marcela disse.

Antes que saíssemos pra mesa, vi Rafaella descendo as escadas, meu coração acelerou e eu sorri pra ela, que apenas me olhou e soltou um sorriso fraco, não entendi muito bem, mas logo vi Mel correr até a mãe para desejar um bom dia e abraçá-la.

Depois disso, seguimos até a mesa, todas se serviram, Marcela e Thelma tomaram o remédio pra ressaca, poucas palavras foram trocadas ali, eu tentei buscar o olhar de Rafaella em alguns momentos, mas tudo que obtive foi fuga. Droga! Então seria assim? Minha animação foi embora.

- Mãe, posso ir pra piscina? - Mel perguntou assim que acabou de comer.

- Agora não, Mel. - foi a resposta da loira.

- Ah, mãe... - falou desanimada.

- Cê acabou de comer, Melanie - Rafa respondeu.

- Posso pelo menos colocar meu maiô? - perguntou a pequena.

- Tá bem, mas toma um banho antes - disse olhando para a filha.

- Tudo bem.

E lá foi Mel animada tomar um banho e vestir seu maiô. Deixando sua mãe pra trás, uma mãe que fugia de qualquer contato visual comigo, que não trocou mais de duas palavras comigo... então tá é oficial, agora vai ser assim.

Não sei parar de te olharOnde histórias criam vida. Descubra agora