XV. Eu quero

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POV Gizelly Bicalho

Tava na cara o incômodo de Rafaella ao me ver ali e eu pensei mesmo em ir embora, mas o clima tava agradável, então decidi ficar mais um pouquinho.

- Gente, emergência no hospital, tenho que ir - Thelma falou.

- Nossa, que pena amiga - Manu disse.

- Verdade - Rafa disse.

- Marcamos algo outro dia, desculpem, mas tenho que correr, beijos - a gente se despediu dela.

Com o tempo passando, eu brinquei com Mel e conversei com ela, que estava contente e se divertindo muito, apesar de estar em meio a adultos. Enquanto Rafaella evitava a todo custo me olhar, vez ou outra sentia seu olhar recair sobre mim e eu a olhava de volta, mas ela sempre fugia do contato de nossos olhares, então, decidi que iria embora.

- Gentê, a noite tá incrível, mas acho melhor eu tá pedindo o uber e indo embora - falei tomando o resto de cerveja do meu copo.

- Uai Gizelly, a noite tá só começando - Ivy falou.

- Vai embora antes da gente? - Mel perguntou me encarando e eu a olhei de volta - Nós vamos embora já já, amanhã tenho aula, espera um pouquinho, que mamãe te deixa em casa - ela disse e olhou pra mãe - pode? - Rafa assentiu - É legal tá aqui com você.

Levei uns segundos pra digerir o que a pequena havia falado.

- Tudo bem! - disse levantando as mãos em rendição e vi um sorriso se abrir no rosto da menor.

Havia uma mulher, loira de olhos verdes, um sorriso maravilhoso e um rosto de bebê, que não parava de me encarar e eu notei, mas não foi só eu quem percebeu as investidas da mulher em cima de mim, Ivy percebeu também.

- Tá com sede Gizelly? - Ivy me perguntou.

- Que? - falei sem entender e ela riu.

- Deve tá é desidratada da secada que aquela deusa ali tá te dando - Ivy disse apontando com a cabeça sendo nada discreta.

Vi a cara de Rafaella ficar séria com o comentário e Mel olhou pra gente sem entender.

- Liga não, pequena, ela é looouca - eu disse gesticulando e olhando pra garota.

Mas o fato é que eram nem 20h e àquela mulher não parava de me olhar desde que chegamos ali e mesmo com o discurso de ser errado e de ser casada, Rafaella não escondeu muito bem o desconforto em ver àquela mulher me secando.

- Aquela moça mandou essa cerveja pra senhorita - disse o garçom me entregando uma garrafa de Heineken e apontando para a loira, eu apenas peguei a cerveja e assenti para ela, que sorriu, estendendo a sua bebida no ar.

Não sabia se queria entrar no jogo daquela mulher, não com Rafaella e Melanie ali, mas é fato que depois daquilo, vez ou outra trocava alguns olhares com ela. Me levantei pra ir ao banheiro e quando saí, a loira estava lá, encostada na bancada com um sorriso malicioso no rosto.

- Oi - ela falou me encarando.

- Oi - respondi indo lavar minhas mãos e ela se virou pra mim.

- Não sei se percebeu, mas eu tô te secando a noite toda e como cê não tomou uma atitude, decidi vir atrás - falou se aproximando ainda mais de mim e demonstrando seu sotaque mineiro.

- Hm - encarei sua boca e que boca mais linda essa mulher tinha - acho que deu pra perceber muito bem - dei um passo pra frente e ficamos a alguns centímetros uma da outra.

- Não vai me beijar agora? - a loira perguntou e eu molhei meus lábios e dei um sorriso de lado.

Coloquei minha mão direita em sua nuca e a puxei pra mim, grudando nossos lábios em um beijo quente e rápido, quando nossas línguas já dançavam uma na boca da outra e minha mão esquerda já estava apertando a loira ainda mais contra meu corpo, a porta do banheiro foi aberta.

Não sei parar de te olharOnde histórias criam vida. Descubra agora