POV Rafa Kalimann
Mal conseguia pensar, mas tinha que responder a pergunta que Márcia me fez sobre querer entrar, tentei fingir um sorriso antes de responder.
- Não, muito obrigado - tentava não transparecer minha frustração ao ouvir que Gizelly foi atrás de Hariany.
- Você é a Rafaella? - me perguntou depois de me analisar. Como ela sabia meu nome?
- É... Isso. Me desculpa. Rafaella - estiquei a mão para ela.
- É um prazer te conhecer. - disse apertando minha mão - Márcia, mãe da Gizelly.
- O prazer é meu. - por que ela tava me encarando daquele jeito? Ela deu um leve sorriso.
- Eu aviso pra minha filha que você esteve aqui - o jeito como ela me olhava... Será que Gizelly falou algo? Não, não, claro que não, eu não sou tão importante assim.
- Eu agradeço. - sorri pra ela - Melhor eu pedir meu uber pra ir embora. Me desculpa por aparecer aqui assim.
- Tá tudo bem, eu sinto muito minha filha não está. Mas ela realmente teve que resolver um assunto com a amiga.
- Tá tudo certo. Eu que devia ter ligado pra ela antes. - fiquei triste, ela sorriu.
- Não quer mesmo entrar? Você pode esperar o uber aqui dentro - ela ofereceu.
- Não, não, muito obrigado dona Márcia - tentei sorri, mas havia tristeza em mim.
- Só Márcia - ela ainda me encarava.
- Desculpa de novo.
- Vou esperar aqui com você - ela falou.
- Não precisa dona... - ela me olhou repreendendo a fala - Márcia, só Márcia - ela sorriu e assentiu.
- Eu vou esperar, assim mesmo. O assunto era urgente? - me perguntou e eu me espantei.
- Não, não era. - tinha que inventar uma desculpa, mas realmente não consegui.
- Entra um pouco, eu e meu marido estamos bebendo e jogando conversa fora. - me encarou de novo - E você não parece está muito bem.
- Tá tudo certo, olha, o Uber tá chegando - apontei pra um carro no final da rua.
- Que bom que foi rápido - ela falou.
- Pois é. Mais uma vez, me desculpa vir aqui incomodar.
- Tá tudo certo - ela falou.
O uber parou na porta e eu caminhei até ele, o sentimento de frustração e tristeza fizeram o caminho até a porta do carro ser longo, a abri, me sentei, coloquei o sinto e o uber partiu.
- Você tá bem? - perguntou o motorista me olhando pelo retrovisor.
- Tô sim, eu posso abrir a janela? Preciso de ar - eu tava segurando o choro e os vidros fechados estavam me sufocando.
- Claro, senhora, sinta-se a vontade - ele me respondeu.
Mesmo com a janela aberta, tava difícil de respirar. Quando passamos por uma praça, pedi pra ele parar por um momento, desci rápido e as lágrimas caíram. O cara do uber ficou me olhando. Eu respirei fundo, me controlei e voltei para o carro.
- Me desculpa por isso - falei assim que fechei a porta, minha voz ainda tava embargada.
- Tá tudo bem, moça. - ele sorriu pelo retrovisor - Podemos ir?
Fiquei em silêncio, ainda estava respirando, deixei o vento entrar pela janela e bater em meu rosto, fechei meus olhos e respirei fundo antes de respondê-lo...
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Não sei parar de te olhar
FanficEsta poderia ser a história de um casal formado por um homem e uma mulher, ou uma história de um casal formado por dois homens, mas não! Esta é uma história formada por duas mulheres, Rafa Kalimann e Gizelly Bicalho, que proporcionam um encontro de...