A Pequena Kate

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Naquele instante o mundo de Dean Winchester havia saído completamente dos eixos, assim como toda a sua consciência voltada contra a realidade. Aquilo tudo era demais para assimilar de uma só vez. 

Diante dos seus olhos o corpo de Jully sem vida, um metamorfo com a aparência de John ao lado... Ainda há toda a preocupação com o metamorfo que escapou e agora o choro desesperado da garotinha no topo da escada. 

— Dean! — Então pode-se ouvir a voz de Sam ecoar pelo ambiente. O mais novo que acabara de entrar encara o irmão de joelhos no chão enquanto tem sua cabeça apoiadas nas mãos. — Dean. — Ele se aproximou do mais velho a fim de encará-lo. 

Castiel apenas passou a vista na bagunça que estava ali e seguiu em direção a pequena garota que chora ruidosamente. 

— Vai ficar tudo bem, vamos ajudar você. — Castiel toca o ombro da menor que o encara com os olhos marejados, ela está desesperada.  

— Eu quero a minha mãe... — Suas palavras saem embargadas pelo choro que ela não tenta conter. 

— Vem comigo. — O anjo segura a mão da garotinha e a acompanha até o andar de baixo onde Sam finalmente conseguiu ter a atenção de Dean. 

— Estamos ferrados! Muito ferrados... — Dean suspira pesadamente. Há tanta raiva dentro dele... Tanta ódio... A angústia que se espalha e toma conta do seu interior...

— O que faremos com ela? — Castiel questiona. Ele parece perdido diante da situação. A garotinha está logo atrás do seu corpo afim de evitar a visão caótica bem diante dos seus olhos. 

— Eu não sei... — Essa não havia sido a primeira vez que Dean parecia ter chegado ao fim da linha, mas de longe é uma das piores.

— Castiel, leva ela para o carro. Vamos limpar essa bagunça. — Sam pede ao ver que Dean não está pensando em muitas soluções no momento. Castiel não demora até sair da casa. — Então Dean, o que houve aqui? — Sam qnuestiona ao analisar os corpos. 

— Um maldito metamorfo se passou pelo nosso pai. — Diz o óbvio. — O outro conseguiu escapar depois de ter tomado a forma da babá. 

— Isso é um problema. Sabe que eles não vão parar, não é? — Sam estende a mão para Dean que não recusa ao levantar-se. 

— É claro que eu sei... Lembra do último ninho que destruímos? — Sam confirma. — Aqui, o alfa. — Dean aponta para o metamorfo. — E esse não é de longe o nosso maior problema. Eles estão em busca do sangue Winchester. 

— Mas por que buscar na casa da Jully? Vocês tiveram um lance há muito tempo... O que tem... Oh... — Por conta própria Sam tem suas conclusões. — A garota... 

— É isso mesmo. Ela escondeu de mim que eu tenho uma filha. Isso foi tão injusto! — Dean lamenta. 

— Oh... — Sam parece tão deslocado quanto Dean. — O que faremos?

— Primeiro vamos limpar essa bagunça, depois a gente ver. 

Nos fundos da casa onde Sam havia preparado o local para dar a Jully um fim de caçador, Dean observava tudo de perto. Ele sabia que ali se encerrava qualquer possibilidade de um futuro que ele havia criado em sua mente nas últimas horas, mas seria nesse mesmo local onde todas as suas memórias junto com a mulher se eternizariam para sempre. 

Ponto de Vista — Dean 

Deixo uma lágrima escapar assim que Sam acende a fogueira. A pouca luz me dá mais privacidade. Sam não se aproxima muito, ele sabe que preciso de espaço. Eu nunca fui muito bom em lidar com esses tipos de sentimentos. 

Enquanto o fogo se espalha, me vem à cabeça que do outro lado da casa uma garotinha está no meu carro sendo cuidada por Castiel.

Jully estava tentando proteger a filha, na verdade ela salvou a minha vida mesmo que agindo tão imprudentemente. Eu deveria ter impedido isso, as coisas deveriam terminar de outra maneira... Mas é isso o que as pessoas ganham por tentar ajudar, elas morrem. 

— Temos que ir, Dean. — Sam toca o meu ombro. Apenas o acompanho sem dizer nada. 

A cada passo, eu desejo que o tempo passe mais lento e que eu esteja mais distante do carro... Mas onde já se viu algum Winchester ter o que quer? 

— A pequena Kate adormeceu. — Cas salta do carro assim que nos aproximamos. 

— Kate? — O encaro em confusão enquanto dou uma espiada pela janela. 

— Katherine. A filha da mulher que estava morta no chão da sala, Dean. — Castiel é específico demais.

— Ela é filha do Dean, Castiel. — Sam não poderia ser mais direto. Cas me encara perplexo. 

— Fi-filha do Dean? Como?! — Sam explica brevemente a atual situação. — E o que faremos com ela? 

— Eu não sei... — Suspiro. — Vamos procurar algum familiar dela. Você pode fazer isso, Sam? — O encaro cansado. 

— O quê?! Nós somos a família dela, Dean. Ela tem o seu sangue. — Ah Sammy... 

— E você acha que eu não sei?! Acontece que a nossa vida é uma grande confusão, eu não quero meter a garota nisso. — Esbravejo. 

— Mas tem um bando de metamorfos atrás dela, demônios e sabe-se lá o que mais. — Ah... Por que, meu Deus? 

— O Sam tem razão, Dean. Devemos protegê-la. — Fala o anjo que nem sabe se cuidar sozinho. Penso. — Ela é nossa responsabilidade. 

— E o que vamos fazer, banir as bonecas e dar armas e facas pra ela?! — Eu não quero ser responsável por destruir a vida da garota. 

— Se for para mantê-la a salva, sim, Dean. — Sam profere. — Por que, você tem algum plano? — A ausência de palavras é a resposta. Eu não tenho nenhum plano a não ser levar a garota com a gente. 

A Filha de Dean Winchester (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora