Uma garota nada normal...

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Era evidente que eu estava muito ferrada...!

Depois que eles me matarem, voltarei, então Dean e tio Sam poderão me matar outra vez... E talvez o anjo Castiel consiga me trazer de volta... Não sei... Talvez seja melhor ficar onde quer que quem comanda essa parte do negócio decidir... Céu, inferno... Tanto faz... Seria um loop infinito das mais variadas maneiras de morrer... Eu estou pirando! 

— Me larguem seu malditos! Eu vou acabar com vocês! — Gritei enquanto me remexo. 

Meus pés não tocam o chão e não consigo raciocinar enquanto sou carregada para o meu destino final... 

Eu sou tão jovem para morrer... Eu nem dei o meu primeiro beijo... Estou choramingando enquanto meus pensamentos me direcionam cada vez mais fundo no desespero. Eu vou morrer virgem! Eu com certeza vou para o céu! Não tenho mortes nas costas... Nunca matei ao menos um inseto... Oh céus... Tem todos aqueles monstros... E... Oh, eu nunca matei um monstro... Tudo isso se torna cada vez mais trágico... 

Já posso até ver a luz no fim do túnel...

Adeus mundo cruel... Adeus... 

E a luz branca que antes me invadia... Se transformou num dilúvio azul marinho... Meu sangue é azul?! Estou completamente ensanguentada...

Na verdade, eu quis dizer... Desorientada. 

Agora unidos, o dilúvio e a luz do fim do túnel, pouco a pouco me sinto ainda mais próxima da realidade. 

Já sem uma sacola na cabeça e de volta à terra firme, sinto o chão sob meus pés. Enquanto encaro meu corpo, avalio o estrago que a tinta causou nas roupas de Clarisse... Tudo está tão azul! 

Olho em volta e estou cercada por idiota! Uns vinte idiotas para ser mais específica. Dentre os garotos num uniforme de futebol, meia dúzia de garotas em roupas estúpidas, líderes de torcida... Não tinha como ficar pior, tinha?! Clarisse era uma delas... 

— Que merda é essa?! — Gritei. Agora tem vinte pares de olhos arregalados a me encarar. Mas não por que eu gritei... Involuntariamente, tenho minha faca em mãos. 

— Oh, oh, oh... Abaixa essa faca, novata! É apena um trote de boas vindas! — Um garoto alto, loiro e forte disparou ao estender as mãos em minha direção. 

Estou no centro de um círculo formado por idiotas... Estou usando a palavra "idiota" tantas vezes... Os idiotas estão a quatro passos de mim, embasbacados, incrédulos... assustados. Eu quem deveria estar assustada! Isso foi cruel! 

— Quem foi o cretino que inventou isso?! — Continuo gritado. 

— Calma, Kate... Foi só uma brincadeira. — Clarisse tentou se explicar, mas claro, eu estava tão irritada... 

— A droga de uma brincadeira estúpida! Eu deveria esfolar a cara de vocês! — Os ameacei. — Não brinquem assim comigo outra vez! E isso não é um aviso! 

— Minha nossa! — Um malandro baixinho, de cabelos compridos e músculos definidos se aproximou. Seu tom era puro deboche. — Como se uma mini faca fosse nos assustar. Qual é, novata?! Se queria parecer uma louca, parabéns! Você conseguiu. — Alguns deram uma risadinha, mas eu estava focada demais no babaca falante e debochado para notá-los prontamente. 

— Você acha mesmo que eu não vou enfiar essa faca bem no meio da sua cara se continuar falando merda?! — O encarei mais de perto. 

— Uh, além de louca, selvagem! — Ah, selvagem... Eu nem precisei me esforçar muito para... Droga!  

Agora tenho diante de mim, um bebê chorão, de joelhos aos meus pés enquanto tem a minha faca atravessada em sua mão esquerda. Nossa, eu não me lembrava que essa belezinha era assim tão afiada. 

— Olha cara, você vai me desculpa, mas essa faca foi um presente que o meu pai me deu... Eu vou ter que pegar de volta. — Esse foi o meu rápido pré-aviso... 

Poucos segundos depois arranquei a faca da mão dele... Mais gritos desesperados... Uh, isso deve ter sido doloroso. Agora sim eu pareço uma louca. É o que os olhares assustados dos idiota transparecem. 

— Eu sugiro que alguém faça um torniquete no braço do coleguinha aqui... Talvez a hemorragia faça ele morrer em alguns minutos, ou talvez ele só perca a mão... E eu realmente espero que o hospital não seja tão distante. 

— Você é o demônio?! — Gritou uma garota baixinha da voz enjoada. Ela deve ter alguma coisa com ele, só pode! 

— Talvez eu seja... — Dei de ombros... — Alguém quer vir tirar a dúvida? — Aponteia minha faca na direção deles, mas todo recuaram... Ou melhor saíram correndo, até o mão furada, deixando um rastro de sangue pelo caminho... Menos Clarisse.

— Kate! — Ela gritou assustada. — O que vocÊ fez?! Era só um trote! É uma tradição aqui na escola. 

— Isso não é um filme, Clarisse. Quem você e os seus amiguinho pensam que são?! — Perguntei no mesmo tom. — Droga! Isso não foi legal! 

— Não mesmo! Você enfiou a faca no Joshua! — Ela parece indignada. 

— Ele quem provocou. Na verdade, todo vocês! — Retruquei. — Quer saber?! Me deixa em paz! 

— Não é assim que as coisas funcionam por aqui, Kate! — Ela gritou enquanto me afasto rapidamente.

— É uma pena para vocês! — Avisei. — Se queriam brincar, vamos brincar! — Eu claramente estava blefando... Minhas pernas trêmulas eram a evidência... Esses babacas me fizeram bagunçar tudo! E na verdade, eu estava mesmo era morrendo de medo. 

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!

Esse capítulo da minha vida deveria se chamar: DROGA!... Talvez... IDIOTAS!... Ou melhor... COMO TER UM PRIMEIRO DIA INCRÍVEL NA ESCOLA... Ah, um ainda melhor... COMO NÃO CHAMAR A ATENÇÃO, TÍTULO MERAMENTE IRÔNICO... 

DROGA...

DROGA! 

Pessoal, essa me parece uma boa hora para conhecer o céu...!!! Não me façam implorar! 

Oras, DROGA! 

O que eu penso que estou fazendo?!

ANJO CASTIEL!!!


A Filha de Dean Winchester (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora