"Mãos para o alto!"

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Dean surtaria se ao menos imaginasse o que estou fazendo... Se bem que ele já é bastante surtado. 

Sozinha, consegui chegar à rodoviária, entrei num ônibus e o mais importante, não fui sequestrada, ameaçada, machucada... A lista é interminável. 

Depois de pagar uma quantia absurda por uma viagem de trinta minutos de táxi, finalmente reconheci o caminho de casa. 

Prontos ou não, aqui vou eu pessoal!

Para a minha surpresa, não encontrei ninguém, nada parecia fora de lugar, a não ser... Ouço um barulho estranho vindo da cozinha. Cuidadosamente, coloco minha mochila sobre a mesa e sutilmente caminho em direção ao barulho. Tenho um sobressalto assim que passo pela porta. De costas para mim, quase enfiado por completo na geladeira, um garoto parece desesperado. 

— Parado aí! - Grito nervosa. O jovem ficou paralisado. Estou com a minha faca na mão e aponto para o desconhecido enquanto me aproximo ainda por trás do balcão. — Quem é você? O que pensa que está fazendo?!

— Não me machuque! - Ele disparou ainda imóvel. 

— Mãos para o alto! - Gritei. Droga! Estou nervosa.

Imediatamente, ele fez o que mandei. Quando finalmente encostei no balcão, voltei gritar. Por que estou gritando?! 

— Olha para mim, seu maldito! - Eu ainda quero sair caçando por aí... Dean não vai saber dessa minha reação patética. 

Aliás, como esse maldito entrou aqui?!

Lentamente, ele virou-se em minha direção. Os olhos arregalado, as mãos estendidas para o alto. 

— Não me machuque, por favor! - Ele repetiu, sua voz parece trêmula. 

Posso notar que ele parece bem mais assustado que eu. Isso é bom, eu estou no controle. É isso aí! É bom mesmo estar com medo! 

— Como droga você entrou aqui?! - Já não estou mais gritando. 

— Pela porta... - Ele gaguejou. 

—  E como conseguiu abrir a porta? O que quer aqui?!  - Reforço minha curiosidade. 

— Castiel... - O interrompi rapidamente. 

— O que você fez com o anjo Castiel?! - Voltei a gritar. 

— N-N-nada... - Estou começando a ficar preocupada. 

— Por que você está gaguejando tanto?! - Estou com medo... 

— Por que você está gritando tanto?! - Ele gritou de volta. Como ele ousa?! 

— Kate, Não! - Fui repreendida ao ouvir a voz de Castiel. Rapidamente ele ficou ao lado do maldito que eu estava prestes a fatiar. O garoto relaxou ao lado do anjo que parece analisá-lo. — Abaixa essa faca, Kate. - Castiel pediu calmamente. 

— O que você pensa que está fazendo, Castiel?! - Inconscientemente estou apontando minha faca na direção do anjo. — Quem é ele?!

— Vamos conversar fora daqui! - Ele pediu. — E por favor, a faca. - Ele ressaltou. 

— Acho bom você me explicar o quanto antes. - Reforcei ao abaixar a faca, mas não a guardei. 

— Jack, por que não vai ver TV? - O anjo sugeriu. O garoto ao seu lado consentiu. Ainda assustado, ele caminhou lentamente para fora, mas sem desviar o olhar de mim.

É bom mesmo sentir medo! 

— Que droga é essa, Castiel?! - De repente, estou irritada. — Meu pai e o tio Sam por acaso sabem que você trouxe um estranho pra cá?! 

— Kate... Não é o que você está pensando! - O anjo disse calmamente. Como ele consegue? 

— E no que estou pensando, Castiel?! - Retruquei. —  Estou te chamando há dias e você nem me respondeu, nem mesmo um sinal! - Acusei. — Eu deveria imaginar... Sempre que você some, está aprontando alguma coisa! 

— Não, Kate... Não é isso! - O anjo se defendeu. 

— É você mesmo, Castiel? - Agora estou ficando preocupada... Não sei mais quem é real ou não. 

— Claro que sou eu, pequena Kate! - Ele reclamou. 

— Então me fala um coisa que só você e eu sabemos. Qualquer coisa.- Pedi. Estou apontando a faca em sua direção outra vez. Castiel estendeu as mãos na frente do copo, como um maneira inútil de se defender. 

— Sr. Baloo... O seu ursinho, está dentro da sua mochila. Você nunca fica longe dele. - O anjo disse confiante enquanto me olha nos olhos. 

Droga, ele sabe! Eu sabia que ele sabia, droga! Estou frustrada! 

— Como... - Ele já sabia o que eu ia perguntar. 

— Eu te vi crescer, pequena Kate. Eu te conheço bem. - Ele apontou. — Agora guarda essa faca. - Pediu. 

— Tudo bem. - A guardei na bainha em minha cintura. — Agora, quem é o garoto? - Voltei ao que realmente interessa. 

— É uma longa história, Kate. - O anjo avisou. 

— Eu tenho tempo, Castiel... Bastante tempo. - Retruquei. — Na verdade... Eu tenho o fim de semana inteiro. 

— Só um minuto... - Antes que eu pudesse contestar, Castiel evaporou. 

— Castiel! - Gritei, mas foi em vão. 

Bom, se ele não vai falar, então o garoto vai! 

Determinada a descobrir o que o anjo está aprontando, vou procurar do garoto. 

Procurei em tudo, quase todos os cômodos, mas nada dele... Mas então lembrei... TV... Só quarto do Dean tem televisão, e ele não estava lá... A não ser que... 

Furiosa, caminhei apressada até o meu quarto. Eu estava certa... Aqui está ele! Na minha cama, vendo desenho na minha TV, no meu quarto! 

AH, alguém vai morrer hoje! 

— Tire já os pés da minha cama, seu folgado! - Gritei, o assustando. 

Ele estava tão concentrado no Scooby-Doo na TV, que só percebeu que eu entrei no cômodo porque gritei. Scooby-Doo?! Foi o Dean, foi ele! Dean ama o Scooby- Doo! Ele sabe?!

— Eu não sabia que era o seu quarto... Eu... - Ah! 

— Quem droga é você?! - Gritei ao me aproximar dele novamente com a faca apontada em sua direção. E aqui está ele assustado e imóvel novamente. 

— KATE, NÃO! - Ouvi a voz de Dean atrás de mim. - NÃO MATE O MENINO! 

Para a minha surpresa, ao me virar, vejo ele e Castiel, um ao lado do outro na entrada do cômodo.

Ótimo, isso aqui só melhora! 






A Filha de Dean Winchester (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora