Segura e Vulnerável

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Ainda esperando os malditos cinco minutos passarem Bulma saiu do banheiro convencida de que se tratava de um erro, ou de um atraso no ciclo por conta de tanto estresse, sem contar que se sentia mal fisicamente nos últimos dias, mas isso pode­ria ser facilmente explicado. Uma gripe, ou mesmo uma virose.

A ideia de uma criança indefesa dependendo inteiramente dela a amedrontava. Duvidava se seria capaz e se estava preparada para tal responsabilidade. Você não está grávida, disse a si mesma, e repetiu a fra­se várias vezes. Bulma nunca tivera um teste de gravidez nas mãos, mui­to menos usara um deles. Com o cérebro fervendo, respirou fundo e tentou relaxar.

"Vai ficar tudo bem mamãe!"

Era incrível como um resultado que muda a sua vida po­deria surgir após um procedimento tão simples. Mas o resul­tado seria o mesmo, não importando quanto tempo demoras­se. Seria negativo. Tinha certeza de que quando retornasse ao banheiro notaria que sua menstruação chegara.

Consistia em uma perda de tempo, mas para ficar tranquila, Bulma pegou seu celular que estava quase caindo da mesa de vidro da cozinha. Deslizou o dedo para desbloquear a tela do celular de imediato notou o aplicativo calendário direcionou o dedo e ele se abriu logo, fazendo-a recordar dos meses em que sobreviveu a temida TPM. Ficou chocada ao ver que a última marca, indi­cando o primeiro dia de seu ciclo, fora feita há quase cinco semanas.

Seu coração disparou. Tanto tempo assim? Um medo profundo a envolveu. Não entre em pânico ainda, disse a si mesma, encolheu os ombros e bloqueou a tela do celular.

"Eu posso sentir teu sofrimento, fica calma mamãe!"

Seguiu em direção a sala já sentada no sofá, com o controle remoto na mão zapeava pelos canais, hum, o que eu vou assistir? — Até que parou em mais uma reprise de E o Vento Levou.

"Amo você e esperei por você mais que por qualquer mulher."! O personagem dizia. Bulma chorosa usava um lenço de papel para enxugar as lágrimas que rolavam em rosto. Entre as pernas um pote sorvete de morango que ela havia pegado na geladeira, depois de fungar, ela colocou mais uma colherada de sorvete na boca, enquanto mexia o sorvete quase todo derretido.

Ergueu o olhar para seu celular vibrando na mesinha de centro, no visor a foto de Raditz. A azulada pegou o controle remoto da televisão para travar o filme e atender a ligação dele.

[...]

— Alô? Ela saudou vagamente.

— Sou eu Raditz! Como vai pequena Bulma?

— Estou bem, obrigada — resmungou puxando mais um lenço de papel da caixinha. — E você?

— Trabalhando bastante... Você está chorando pequena Bulma? A voz de Raditz do outro lado do telefone trasbordava preocupação.

É o filme. Ela explicou.

Você tá chorando por causa de um filme? Ela ouviu Raditz abafar o riso.

Não é só um filme! Exclamou Bulma indignada depois de assuar o nariz outra vez.

Está bem, senhorita dramática. Raditz provocou.

Você já está de volta? Ela perguntou.

Eu acabei de chegar. — Liguei para fazer-lhe um convite. — Que tal jantar comigo no Haru & Haru? Vamos pequena Bulma? Eu quero te ver!

Meu Pequeno Grande SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora