Duelo de Sentimentos

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Dentro da grande marquise branca, a noite de sexta-feira de ostras e champanhe que inaugurava todos os anos o baile beneficente do prefeito de Orange City estava no auge. Garçonetes circulavam com bandejas reple­tas de canapés, enquanto garçons em ternos serviam champanhe em finas taças de cristal.

O evento costumava ser o aconte­cimento social do ano. Atraía celebridades e artistas, que mergulhavam em puro hedonismo. E outras personalidades, sem mencionar o grande número de socialites. Contudo para Lazuli Gero a noite não estava indo como planejado.

Ela havia entrado na festa de braço dado com um dos homens mais rico do país. Enfeitada com um vestido sem alças que abraçava todas as suas curvas, parecia simplesmente radiante. Diamantes em cada orelha e um colar de pérolas em volta do pescoço, estava pronta para uma noite de confraternização com os ricos e famosos.

Em vez disso, ela estava presa no bufê, rejeitando avanços de homens que desejavam poder ficar a menos de um metro e meio dela. Seu noivo Vegeta seu par, não estava ali. Ela segurou a taça em suas mãos com tanta força que os dedos se enrijeceram, em seguida lutou para sufocar a raiva que sentia, uma raiva causada pela indiferença de Vegeta e o regozijo dos outros.

Não ia soltar todo o temperamento iracundo que escondia em seu interior quando o encontrasse. Teria que evitá-lo. Sabia que não tinha condições para continuar com as festas luxuosas e o estilo de vida ostentoso. Tudo acabaria se não conseguisse levá-lo ao altar. O casamento era um assunto de extrema necessidade, conveniência e uma forma de conseguir manter sua posição social. Subitamente, ela recordou sua ultima conversa com o pai.

— Você precisa nos tirar dessa Lazuli — bradou Gero entre os dentes ao falar no celular com a filha.

— Relaxe, papai eu tenho tudo sobe controle.

— Não me diga para relaxar — exclamou o patriarca Gero. — Não é você que está ten­tando enganar os credores e ainda ter que manter as aparências perante nosso ciclo social.

— Você acha papai que eu não tenho feito o impossível para garantir o nosso futuro?

— Até o momento eu ainda não vi nada de concreto. Você precisa engravidar o mais depressa possível, assim o Vegeta estará ligado a você para sempre.

— E você acha que eu não tenho tentado papai? Mas ele sempre toma conta das precauções, quando faz sexo. Nunca acredita na declaração do tipo "estou usando pílulas" ou "é a época segura do mês".

— Lazuli, você não está me levando a sério!

— Não se preocupe papai, eu vou dar um jeito.

— Não se esqueça que sua família conta com você.

—Tudo ficará bem papai, eu prometo.

Voltando ao tempo presente respirou fundo para expulsar a cólera que ardia em seu íntimo à medida que a vermelha neblina da ira dissipava de sua mente, sentiu que os tensos nós que a contraia se desfaziam levemente.

Precisava encontrar Vegeta. Toda a noite, ela tentara ficar perto dele, mas toda vez que ela se aproximava ele parecia sumir de novo, e quando tentava achá-lo, não conseguia vê-lo.

Recusava-se a perdê-lo, sobretudo, a per­mitir que qualquer coisa, ou pessoa, atrapalhasse seus planos. Havia muito em jogo, e poucas alternativas. Uma delas era ter um filho o quanto antes, ainda que não sentisse desejo podia até suportar esse calvário. Por outra parte, seus planos de ficar grávida não dariam fruto se Vegeta continuasse a afastá-la de sua cama.

Meu Pequeno Grande SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora