Decisões Precipitadas

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Sentado num canto afastado do refeitório dos funcionários, Vegeta tinha uma boa visão de Bulma, que brincava com a salada, parecendo estar a quilômetros de distância, pensando sabe-se em quê. Àquela altura, ele já havia aprendido a calcular cada movimento, cada detalhe da linguagem corporal dela.

Poderia sentir-se culpado por ter passado tanto tempo estudando os pontos mais interessantes da garota de cabelo cerúleo, mas não era o caso. Ninguém sabia que ele, com frequência, fantasiava com ela.

Um raio de sol refletiu na face dela, e Vegeta notou que este fazia uma sombra embaixo de seus longos cílios. Observou que a garota estava pálida e abatida, com sombras escuras sob os olhos, como se estivesse sofrendo, perguntou-se o que Bulma teria em mente.

Aquele dia estava quebrando recordes de temperatura, com o céu sem uma nuvem. Claro que, no local, todos se sentiam como se, lá fora, fosse um lindo dia de outono. O ar-condicionado central explicava por que o lugar estava tão cheio.

Talvez por isso Bulma não tivesse notado sua presença, escondido entre dois empregados do setor comercial e o advogado da empresa, discutindo sobre a conta do Grupo Ginyu que era sem dúvida uma vitória, embora o mo­mento certamente houvesse ajudado a conquistar a maior em­presa de confecção de roupas do país. Vegeta se desligara da conversa há algum tempo. Na verdade, ele nem deveria estar ali.

Delegara a sua executiva Lunch um almoço de negócios no Saibaman Grill só para poder desfrutar, despudoradamente, daquela visão panorâmica de sua assistente.

Sabia apenas que, durante as últimas semanas, seus olhos eram involuntariamente atraídos para ela, notando detalhes de seu rosto. Ele se surpreendera sonhando com seu corpo no meio de reuniões, diante de seu laptop, no escritório de casa. Enquanto falava ao telefone com um cliente, observando-a pelo painel de vidro que separava seus escritórios, seu olhar recaía sobre os seios delineados pelos vestidos e pelas finas blusas sedosas.

Até bem pouco tempo, ele não tinha realmente se dado conta desse corpo, escondido sob camadas de roupas escuras, pelo menos não no sentido sexual da palavra. Agora, ele parecia passar boa parte do tempo no limite de uma excitação constrangedora.

No início, tinha achado graça em sua maneira de reagir a ela. Mas ficara um pouco perplexo, nem parecia que tinha passado os últimos anos em sua companhia!

Muito rapidamente, no entanto, seu cérebro chegou a uma conclusão lógica: estava sofrendo de carência sexual. Tendo diagnosticado o problema, resolveu solucioná-lo com a rapidez e eficiência com que atacava todos os outros.

Infelizmente, isso não tinha funcionado.

O encontro com sua noiva no dia anterior em um clube fechado, muito animado, um dos lugares favoritos de Vegeta, que gostava da orquestra de jazz de lá e da atmosfera descontraída. A culpa da insipidez daquela noite foi atribuída à música, que matara a conversa.

O segundo tinha sido num restaurante onde não havia música, e, assim, não havia nenhuma desculpa para o fato de que passara o jantar olhando para o relógio até se dar conta de que Lazuli talvez não fosse o que esperava.

Era um problema inesperado, ter uma assistente de quem sentia atração, mas que soubera manter distância desde a noite do jantar de negócios em que tinha se soltado um pouco mais. No entanto seu corpinho continuava muito sexy e ela tinha um jeito de olhá-lo por sob as pestanas que o fazia querer fechar aquela maldita porta de comunicação com um pontapé, agarrá-la e fazer com ela tudo o que desejava sobre a grande mesa de mogno.

Queria soltar a massa de cabelos cerúleos que ela prendera num coque no alto da cabeça e vê-los espalhados sobre um travesseiro de plumas de ganso, num lânguido abandono. Queria arrancar-lhe a blusa e apossar-se dos seios viçosos, provocantemente delineados sob o tecido fino.

Meu Pequeno Grande SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora