Emoções à Flor da Pele

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Os primeiros raios de sol da manhã filtra­vam-se pelo basculante quando Bulma se desencostou da parede do banheiro no qual passara a noite, não havia dormido nem sequer um minuto encontrava-se cansada, exaurida, como se as oscilações emocionais pelas quais passara, nas últimas horas, tivessem drenado até sua última gota de sangue.

Estava acabado, pensou, enquanto seus olhos enchiam-se de lágrimas. Sentia-se como uma espectadora impotente da própria agonia. As emoções eram tão intensas e confusas que ela desejava apenas ficar num cantinho quieta, onde pudesse colocar um pouco de ordem em seu caos interior.

"Mamãe, me diga o que foi? Por que você chora?"

Se as circunstâncias houvessem sido diferentes, Bulma pensava... Talvez tivesse conseguido relegar, ao esquecimento, aquela noite. Entretanto, o destino mais uma vez jogara suas cartas, tornando simplesmente impossível ignorar o que acontecera.

Ainda era quase surreal assimilar aquela verdade. Estava grávida! Uma noite de bebedeira e sexo havia gerado um bebê. Suspirou olhando para sua barriga lisa, e com a ponta dos dedos, tocou um pouco abaixo do seu umbigo, onde uma vida estava se formando.

"Mamãe, já se passou um mês desde que fui concebido e já começo a ver como o meu corpinho começou a se formar."

Procurava justificativas, quando a pura verdade era que nem havia como se desculpar: fora negligente e imbecil. Tivera um momento de fraqueza — na verdade, uma noite inteira de fraqueza, mas não queria pensar nisso —, e agora teria de viver com esse fato.

Vegeta iria acreditar se lhe contasse? — A garota perguntou-se como iria contar a seu chefe sobre o bebê.


****

Unhas longas pintadas de vermelho arranharam a pele bronzeada de Vegeta. Com um murmúrio de protesto, ele se virou e prendeu os braços femininos com força contra o colchão, um de cada lado. Ao tentar se desvencilhar, Lazuli abraçou-o com as pernas de modo a prendê-lo não apenas junto de si, mas dentro de seu corpo. Mas ele a venceu com facilidade e em poucos instantes estava sentado na beirada da cama. Aborrecida, a loira fincou as unhas no ombro dele.

Ele olhou para o ferimento com frieza e sua voz soou firme ao ordenar:

— Precisa aparar suas garras.

Ao perceber, finalmente, que havia perdido a batalha, Lazuli sentou-se sobre os travesseiros e mordeu um lábio.

— Não pude evitar querido. Você me excita tanto que desperta a pantera que existe em mim. Como posso ser razoável e sensual ao mesmo tempo? — Ela se aproximou devagar e cobriu de beijos o ombro que havia machucado para se lançar de volta aos travesseiros em seguida, ciente de que nada do que fizesse naquele momento serviria de desculpa.

Vegeta apanhou o copo sobre o criado-mudo e tomou o que restara da dose de uísque em um só gole.

— Uma pantera com unhas aparadas talvez eu tolerasse.

— Oh, por que não se dá a mim por inteiro? — Lazuli pediu provocante ao mesmo tempo em que fazia o lençol deslizar para desnudar os seios.

Um sorriso irônico mostrou que ele havia entendido a mensagem nas entrelinhas.

— Para sua barriga crescer e os seios encherem de leite? Oh, não. Prefiro que continue assim, Lazuli.

Sob o olhar negrume, a herdeira da família Gero contorceu o corpo de modo a exibir ainda mais as curvas. Sem parar de fitá-lo, ergueu os braços e segurou as barras que formavam a cabeceira da cama. Os seios projetaram-se em franca disponibilidade. Lazuli esboçou um sorriso de triunfo ao perceber que era observada, contudo, Vegeta se afastou, com um sorriso ainda mais ostensivo, vestiu a calça e se dirigiu à janela enquanto a abotoava.

Meu Pequeno Grande SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora