Meu Querido Bebê

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Vegeta.

O pai de seu filho... O que ele diria se soubesse?

Será que se importaria que ela estivesse carregando seu filho. Bulma perguntava-se enquanto olhava seu reflexo no espelho do banheiro.

As vezes Bulma se questionava o que teria acontecido se ela tivesse ficado deitada em seus braços, com a cabeça em seu coração, enquanto ele dormia. Será que teriam formado um laço aconchegante e romântico? Certamente que não, é obvio, isso era uma fantasia.

Fi­caram juntos uma noite. Uma única, mas gloriosa noite. Ao acordar, na manhã seguinte, ela sentiu falta do calor e da segurança dos braços de Vegeta. Um mo­mento de felicidade, porém, não alterava o fato de que eles continuavam a ser completos desconhecidos de certa forma.

De que adiantava que Vegeta tivesse sido gentil e carinhoso? Que a tivesse mimado e feito com que ela se sentisse desejada? Sabia que nada do que acontecera significava algo à luz do dia.

Era adulta, e devia encarar isso de forma madura. Havia bebido muito, o clima de festa, a carência misturada a um pouco de solidão. Ela se deixou levar. Poderia ter acontecido com qualquer um. Só que não acontecera com qualquer um. Acontecera com ela. E coisas do gênero não aconteciam com Bulma Briefs. Não sem um bom motivo. E não sem consequências. Agora, ao menos sabia quais podiam ser as consequências.

Precisava resistir à capacidade que o passado tinha de ar­rastá-la de volta. Não fazia nenhum sentido ficar presumindo qualquer proximidade com Vegeta, só porque haviam compartilhado uma noite.

Vegeta continuava sendo um enigma absoluto. Não tinha qualquer pista sobre o que se passava na cabeça dele. Mas isso talvez fosse bom, pois per­tenciam a mundos diferentes.

Bulma meneou levemente a cabeça alinhou os ombros, sua coluna se enrijecendo de decisão. E orgulho.

— Talvez eu não conte. — Bulma confessou, enquanto passava a mão ao longo de sua barriga. — Vegeta vai se casar com outra, que interesse ele teria nessa criança?

Os lábios de Chichi se contraíram. Bulma sabia que a amiga a achava tola ou extremamente egoísta. Não era seu orgulho que a prevenia de contar sobre o bebê, preferia chamar de sobrevivência. Conhecia Vegeta o suficiente para saber que caso ele se percebesse guiado para um caminho que não desejava trilhar, as consequências seriam imprevisíveis.

— Ah, céus, parece que você está falando perigosamente sério. Eu sei como você é cabeça-dura quando cisma com alguma coisa.

— Não sou cabeça-dura; simplesmente faço o que considero certo. Não vou empurrar um bebê inocente para um pai que talvez não o queira. Posso me arrumar sozinha. — Possivelmente pudesse. Sabia que não faltava lhe coragem nem decisão.

— Espero que seja consciente de que o que, acaba de dizer não tem nem pés nem cabeça, Bulma, como é que você vai conseguir dar conta do trabalho e do bebê sozinha? O res­ponsável por isso deveria ajudá-la pelo menos finan­ceiramente. E quanto à licença-maternidade? Por acaso parou para pensar no que está se metendo? Como você vai pagar o aluguel? De onde voce vai tirar o dinheiro para pagar uma babá? Ter um bebê envolve trocas de fraldas, alimentá-lo no meio da madrugada...

— Eu estou far­ta de ouvir você dizer como devo pensar, agir ou falar. Não é você que está grávida. Não é você que tem de resolver a situação. Esta é a minha vida, Chichi. Portanto, deixe-me cuidar dela!

As palavras saíram de sua boca antes que Bulma pudesse pensar nelas. Mas Chichi, tão equilibrada e sensata não mostrou-se ofendida.

— Bem, esse assunto não me diz respeito mesmo. Se você quer seguir nessa tolice, o problema é seu. — Suspirou. — Deveria considerar melhor, e não tirar conclusões precipitadas. — Por melhor mãe que você venha a ser, toda criança precisa de um pai. — Antes de tudo, acho que toda criança tem o direito de saber quem são seus pais, se possível. Família é tudo.

Meu Pequeno Grande SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora