O Homem Certo?

185 9 50
                                    

O nervosismo estava prejudicando seu equilíbrio. De repente, não conseguiu apertar a campainha. Ele não havia ligado, embora, por diversas vezes, tentasse fazê-lo. Ela também não ligara. Pegou o celular para avisá-la que estava lá, mas não completou a ligação. Sabia que devia fazê-lo era um homem educado. Nem sequer sabia se ela estava em casa, ou sozinha, mas queria surpreendê-la. Não queria dar-lhe tempo de se preparar enquanto subia as escadas.

A noite estava fresca, no entanto Raditz transpirava como se fosse meio-dia de um dia de verão. Estava nervoso. Ficara no pórtico de entrada por cinco minutos carregando as flores.

Tocou a campainha. Ouviu passos no interior e a voz de Bulma que falava com o gato que o condomínio onde ela morava havia adotado. Quando queria alguma coisa, como comida e cama por uma única noite, Pual se enroscava nas pernas de seu escolhido, ronronando manso. Na manhã seguinte, depois de estar com a barriga cheia, virava as costas e saía imponente, com o nariz arrebitado, como se não lhe tivessem feito mais do que a obrigação.

— Calma, Pual, calma.

Depois de al­guns segundos, uma sombra cobriu o olho mágico e alguns instantes de antecipação se arrastaram. A maçaneta girou e a porta se abriu lentamente. As luzes da sala estavam apagadas. Por trás dela, a luz do quarto iluminava sua silhueta.

— Pual! Desculpe, ele... — Bulma deu um passo à frente para segurar o gato e parou abruptamente quando viu o homem. Arregalou os olhos.

— Adivinhe quem veio para jantar?

— Raditz? — Ela não pôde evitar. Seus lábios começaram a estremecer. Isso provavelmente tinha algo a ver com a súbita onda de alegria que a presença dele lhe trouxe.

Um gatinho cinza pulou para fora, passou pelo meio das pernas de Raditz que, foi arrebatado por um aroma incrível. Alho. Manjericão. Algo italiano. Inalou, sentindo o cheiro e fazendo comen­tários elogiosos.

— Para a mulher mais bonita da Terra — disse Raditz, entregando-lhe o ramalhete. — Por dentro e por fora — completou Bulma.

— Isso é para mim?

— Sim. Minha mãe me ensinou a nunca visitar uma mu­lher de mãos vazias.

Bulma estava en­cantadora o rosto estava sem maquiagem, exceto um batom rosa. O cabelo estava preso com uma trança simples, mas algumas mechas frouxas tinham se soltado e pendiam por suas costas. Parecia impossível que ela pudesse ser tão atraente vestida com um moletom branco e vermelho, salpicado de corações, a calça estava frouxa, deixando-o entre­ver seu umbigo, já que a parte de cima do pijama não che­gava à cintura.

A roupa de adolescente que ela usava, mostrava com excessiva clareza as curvas suaves de seu corpo sedutor. Devia ter pensado duas vezes antes de dar aquele pi­jama de presente no aniversário dela anos atrás.

Bulma avançou um passo e apanhou as flores que Raditz segurava, enterrando sua face nelas em uma tentativa de absorver completamente sua essência deliciosa. Não era algo simples como uma dúzia de rosas, mas um buquê de margaridas de várias cores. Seu coração acelerou. Não recebia flores há muito tempo.

— Entre, por favor, deixe-me colocar as flores no vaso e pegar seu casaco.

Ela o fez entrar e fechou a porta. Foram para a cozinha. Bulma repousou as flores na pia e colocou a comida no forno.

— Que delícias gastronômicas me aguardam? — perguntou Raditz.

— Frango e risoto de cogumelos seguido de uma torta de queijo com cobertura de maracujá que eu encontrei no freezer. Você ainda gosta?

Meu Pequeno Grande SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora