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"—Mate-a — Era isso que Fernando Hidalgo ordenava a filha.

Ele estendeu a arma na direção da garota que balançou a cabeça negativamente.

— Pai o que o senhor está fazendo? — A pequena garota perguntou, confusa.

—Sabina, seu pai foi descoberto pela mãe dessa menina. Agora mate-a. — Repetiu.

A garota que era amiga de Sabina chorava encostada na cama.

—Mas, pai, ela é minha melhor amiga, eu não posso fazer isso.

Fernando pegou a mão da filha e a abriu, colocou a arma na mão dela e pegou outra.

— Segure a arma dessa forma. — Ele demonstrou segurando a dele. Sabina permaneceu imóvel. — Agora! — Gritou.

Já começando a tremer ela segurou a arma como o pai havia lhe mostrado.

— Agora destrave. — demonstrou novamente. — E pare de tremer.

Sabina destravou a arma.

— Agora atire.

Ela começou a negar com a cabeça.

— Por favor não faça isso. — Linsey, melhor amiga de Sabina implorava enquanto soluçava.

— Acabe com isso, Sabina. — Escutava seu pai gritar.

Seu pai levou a arma que ele estava segurando até sua própria cabeça e disse:

— Ou ela morre ou eu morro.

Bum!"

Sabina acordou. Era tudo um pesadelo, ou melhor, uma lembrança.

A garota levantou da cama e caminhou até a janela abriu a cortina e percebeu que ainda estava escuro do lado de fora.

Caminhou até o seu celular e viu que ainda eram quatro da manhã.

— Droga. — Sabina resmungou ao lembrar que não havia tomado o remédio para dormir.

E então ao mesmo tempo foi grata, tomar o remédio apenas a fazia dormir a noite toda, mas não impediam os pesadelos constantes que a garota tinha.

Sentou na cama e pegou seu celular. Procurou o contato de González e então ligou para o mesmo.

Na primeira vez caiu na caixa postal. Sabina hesitou em ligar outra vez, mas lembrou das palavras do homem:

"Pode me ligar a qualquer momento, até de madrugada se desejar."

E então ligou novamente, dessa vez ele atendeu.

— O que você quer Sabina? — sua voz estava embaraçada.

— Pepe, não estou conseguindo dormir sem ter pesadelos.

— Tomou o remédio? — Ele perguntou, sua voz demonstrava o tédio que estava sentindo.

— Não, eu esqueci.

— Então tome agora.

— Não dá, amanhã tenho um compromisso logo cedo.

— E o quer que eu faça? Não posso ficar a noite inteira falando com você.

Ela então percebeu que ele estava bêbado.

— Onde você está, Pepe? Está bêbado?

— Não interessa, Sabina. Só me deixe em paz.

Então a chamada foi encerrada.

Sabina respirou fundo, por mais que soubesse das regras e Pepe fosse apenas um amigo, Sabina sentia algo a mais por ele. Ou talvez fosse apenas seu vício por remédios para dormir falando mais alto.

Saiu do quarto e caminhou até a cozinha desejando que a madrugada passasse mais rápido.

Sem dúvidas a hora de dormir era uma das piores para Sabina. Ou tinha insônia ou pesadelos, parecia mais uma espécie de tortura do que de descanso.

Pegou um pouco de água e já estava voltando para seu quarto quando se aproximou de uma das janelas e viu um carro preto do outro lado da rua.

O carro então foi ligado e o motorista começou a dirigir. Automaticamente Sabina começou a fazer diversas suposições, mas logo as deixou de lado ao pensar que seria apenas uma pessoa qualquer que parou o carro para falar ao telefone.

Respirou fundo e voltou para o quarto deixando o copo em um lugar qualquer. E deitando na cama, como sabia que não conseguiria dormir pegou seu celular e começou a mexer nele até finalmente amanhecer e ela se levantar para se arrumar.

Regra número 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora