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"— Any, eu estou bem. — Ele sussurrou caído no chão.

— Pedro, nós vamos te tirar daqui, ok? — Ela levou sua mão ao rosto do garoto.

— Any, me escute... Saia daqui com suas amigas o quanto antes. Se os policiais virem você aqui vão lhe prender e meu esforço terá sido em vão.

— Mas, e você?

— Eu vou ficar bem. — Repetiu.

Pedro Sampaio, polícial e namorado de Any havia acabado de levar um tiro, tentando defender a garota.

— Você me perdoa? — Ela perguntou. — Eu não queria mentir para você...

— Eu sei que se não me contou que fazia parte de uma gangue é porque não podia.

— Mas mesmo assim você levou um tiro por mim, não é policial Sampaio?!

Ele deu um pequeno sorriso.

— Vá! Por favor.  — Ele usou o resto da força que tinha para empurrar a garota.

A mesma levantou e entrou no carro. Sabina  e Joalin entraram logo em seguida e então foram embora, deixando o amor da vida de Any e o homem que havia salvado elas para trás, como cinco sobreviventes ou covardes."

A cena repassava na cabeça de Any enquanto ela observava a caixa a sua frente.

Abriu a mesma com medo  de reviver mais uma vez as lembranças.

Pegou um lenço branco, nele estava enrolado uma pétala de uma das rosas do primeiro buquê de flores que havia ganhado de Pedro. A pétala estava morta, assim como ele.

A garota se repreendeu ao pensar nisso, mas era a verdade.

Em seguida pegou uma foto dos dois. Estavam em uma cafeteria e provavelmente o garçom ou um estranho qualquer havia tirado aquela foto. Deu um sorriso ao lembrar daquele dia. No final daquele dia ambos haviam acabado juntos sujos de sorvete, pois depois que deixaram a cafeteria seguiram para uma sorveteria.

Na verdade deveriam ter tirado a foto no final do dia não naquele momento.

Seu sorriso desapareceu ao lembrar que aquele havia sido a penúltima vez que tinham se visto e o último encontro feliz.

Any havia sido quebrada, não por culpa de Pedro que era tão bom que a fez se apaixonar, também não era culpa das meninas mesmo que nenhuma delas tivesse impedido ela de deixá-lo morrer sozinho

Era culpa dela. Ela se acusava.

Foi ela quem se deixou apaixonar por ele, era isso que ela insistia em pensar.

Era por isso que ela havia insistido para criarem a regra número 2, não queria que suas amigas sofressem como ela sofreu.

Para muitos poderia parecer egoísmo como se Gabrielly pensasse "Se eu não ficar com meu amor ninguém ficará também", mas na verdade era apenas cuidado. Uma atitude bela da parte dela.

Any foi tirada do seu momento ao escutar batidas na porta.

— Any? — era Joalin.

— O que é? — A cacheada perguntou.

— Posso entrar? — a loira perguntou.

— Só um minuto. — Any respondeu começando a guardar as coisas na caixa.

Assim que terminou ela levantou e caminhou até a porta, abrindo a mesma.

— Oi. — Any cumprimentou.

— Any... — Joalin pôs as mãos no bolso de trás da calça que usava. — Podemos conversar?

— Claro, entra aí. — Any saiu do meio da posta deixando a loira passar.

Joalin sentou na cama da cacheada e pegou uma almofada colocando no seu colo.

Any se jogou em uma cadeira perto do computador e encarou a garota.

— E então? — Any encorajou a amiga.

— Estou um pouco nervosa, por causa do assalto.

— Joalin, relaxe. Já fizemos isso muitas vezes. — tentou acalmar a amiga mas então de repente parou, ficando confusa. — Ei, porque não está falando sobre isso com Sabina?

— Bem, vamos dizer que ela não é a pessoa que eu mais queira falar no momento. — Joalin murmurou.

— O quê? — Any arquiou a sobrancelha.

— Nada. Any, estou me sentindo muito distante de você, na verdade de todas vocês. Moramos na mesma casa, nos vemos todos os dias, mas cada uma está no seu mundinho, Sabe? — Joalin buscou compreensão.

— Sim, mas é que nós estamos muito preocupadas com nós mesmas eu acho.

Joalin assentiu.

— Hoje a noite vai ser irado. — Any riu.

— Irado? Vai ser estranho. — Joalin disse. —  vai ser a primeira vez que cometemos um assalto com os garotos. Espero que dê tudo certo.

— Vai dá. — Any assegurou.

Mas bem no fundo ela também tinha esse insegurança. Sempre fora elas cinco e agora haviam chegado cinco garotos na vida delas, e ela não sabia bem como agir quanto a isso.

Regra número 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora