CAPÍTULO DOIS

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Encosto na parede. A rua não está deserta, havia um poste de luz bem ao meu lado, mas isso não era perigoso quando se estava em outra cidade. As pessoas aqui não me conheciam, me viam ocasionalmente, me viam como um desconhecido que só se olhava uma única vez para depois seguirem com suas vidas. Mas eu olhava aquelas pessoas mais de uma vez; uma mulher deixou cair uma nota de vinte e não percebeu, saiu dando seguindo seu caminho com duas sacolas de compras, Um homem achou essa nota e usou para comprar cigarros e pelo jeito que ele tossia algum daqueles pulmões já não estava tão bem; ele fumou três cigarros antes de sair andando por onde tinha voltado. A rua de paralelepípedos de pedra era pouco esburacada, os postes tinham uma luz que não ajudava muito; um ciclista caiu em um buraco e ralou o joelho, mas subiu de novo na bicicleta e saiu disparo pela rua. Observar as pessoas era legal por ora, depois todas elas pareciam iguais. Então espero para o melhor momento da noite.

É quando o vejo vindo na minha direção, andando daquele jeito cauteloso e contido mas mesmo assim sorrindo demais deixando suas bochechas vermelhas. Um vermelhão tão intenso que nem mesmo a noite é capaz de cobrir. Nos cumprimentamos com um aceno de cabeça sutil antes de entrarmos em um beco de luz tênue, continuamos andando por alguns minutos até chegarmos à casa. Uma pequena casa de tijolos que tínhamos alugado a um senhorzinho. Não morávamos aqui nem passávamos mais de uma noite, mas era aqui que decidimos nos encontrar quando quiséssemos. Os dias dos encontros tem de mudar a cada semana; hoje é sábado, e já tínhamos nos encontrado na segunda. Por tanto no domingo estamos proibidos de nos ver segunda e sábado. Assim tínhamos mais chances de nunca sermos pegos, as pessoas desconfiariam se saíssemos sempre no mesmo dia, sempre com a mesma desculpa ou com rima delas. Não podíamos arriscar nunca.

Deixamos para nos beijar quando a porta e as janelas estavam trancadas.

— Estava com saudades. — Digo entre os beijos. Ele mordiscava meu lábio devagar.

— Eu também.

Agarrei sua cintura e o levei em direção ao quarto. Alex estava murmurando alguma coisa ao meu ouvido e eu tentava dar atenção a isso, mas não conseguia tanto quanto queria. O corpo dele estava nos meus braços e perco alguns dos meus sentidos quando isso acontece. O beijo com volúpia, ele agarra meu pescoço e deixa pequenas marcas com suas unhas. Sinto minha pele arrepiar, sinto meu pênis contrair dentro da calça. Eu o queria, mas tinha que saber aproveitar os minutos que tínhamos.

— Como foi... seu dia?

— Chato. Totalmente chato. O seu?

Alex riu e disse que o mesmo. O riso dele era parecido com o de uma criança e isso às vezes me fazia lembrar que ele tinha irmãos mais novos: Ulysses, Violet e Alfie. Eu não conseguia decorar o nome dos três, mas depois que ele me explicou que juntando as iniciais dos três formava a palavra uva, eu consegui decorar. Mas não vou pensar nos irmãos dele agora, nem nos nossos pais. Eu só conseguia pensar em Alex sendo meu.

Liar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora