01. As consequências que lutem

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Akaashi odiava acordar cedo. Mais do que acordar cedo, ele odiava ser acordado. Suas horas de sono eram sagradas. Todo mundo sabia disso.

Tateou o ar, procurando pela mesinha do centro. Havia dormido no sofá, em uma tentativa de colocar suas séries em dia. Não achando o celular, forçou o corpo a se sentar, enquanto abria preguiçosamente os olhos. O celular estava no balcão da cozinha.

Akaashi gemeu, levantando. O celular ainda tocando. Quem quer que fosse do outro lado não sabia a hora de desistir. Correu para atender, antes que o barulho acordasse os meninos. 

— Alô? — bocejou, sentando no banquinho da cozinha.

— Keiji!

— Kei-chan!

Akaashi afastou o celular da orelha, só agora vendo a identificação de chamada: ''Iwaizumi''

— Por que vocês tão no celular do Iwaizumi-san?

— Porque a operadora da gente é uma vagabun... — Oikawa parou de falar — Eu não tô no viva voz não, né?

— Não. Os meninos ainda estão dormindo.

Akaashi ouviu um barulho do outro lado, provavelmente o celular sendo passado. Logo pode ouvir a voz de Sugawara.

— Você não vai acreditar no que aconteceu! — exclamou Sugawara.

— Vocês acharam o Kiyoshi?

— Ah, sim, esse infeliz. Não, ainda não... Sai, Tooru! Eu que vou contar a ele! — Akaashi ouviu passos, como se Sugawara estivesse correndo. — O Daichi tá aqui!

— O quê? — Akaashi exclamou, tampando a boca com a mão. Olhou na direção do corredor. Os meninos ainda estavam em seu precioso sono. — O policial das pernas bonitas?

— Senhor coxas gostosas! — Akaashi ouviu Oikawa gritar no fundo.

— Cala a boca, piranha! — Sugawara gritou de volta.

— Como ele foi parar aí? — Akaashi perguntou.

— Sabe o detetive amigo do Iwaizumi-san?

— Era o Daichi?

— Era o Daichi!

Akaashi ouviu novamente o barulho do aparelho em movimento. A voz ao telefone agora pertencia a Oikawa.

— Eu queria ter gravado a reação deles — Oikawa riu — Suga-chan ficou lá, com o queixo no chão, enquanto o Daichi apontou para ele e o chamou de fora da lei.

Akaashi afastou o telefone novamente, a risada de Oikawa ecoando no apartamento.

— O pobre do Daichi vai ficar desidratado, o tanto que o Suga-chan tá secando ele. Ai, isso dói!

Akaashi riu. Sugawara voltou a chamada.

— Como tão as coisas por aí? — ele perguntou.

— Vai mudar de assunto? — Oikawa cutucou.

— Quer apanhar de novo?

— Estamos bem — respondeu Akaashi, levantando para fazer café. Ele tinha que começar a preparar o café da manhã dos meninos também, logo mais eles acordariam. — E vocês aí? Descobriram algo sobre o Kiyoshi?

— Ainda não encontramos ele — respondeu Sugawara —, o mozão tá estudando a área. Ele nos fez perguntas sobre o Kiyoshi e a família dele. Tooru e eu ajudamos com todo tipo de informação.

— Dei a lista de amigos dele, gente que ele andava naquela época. — Disse Oikawa, a essa altura, Akaashi já estava no viva-voz. — Grande parte não mora mais aqui, alguns casaram. Até mesmo o Toshi, acredita?

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