02. Você é um bostinha incrível, sabia disso?

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O sol ainda estava dormindo quando Oikawa bateu no apartamento de Iwaizumi. Ele temia por sua vida, claro. Sabia bem como Iwaizumi iria o receber, isso se Iwaizumi chegar a abrir a porta para ele. Entretanto, não era como se Oikawa tivesse muitas opções. Sua própria mente estava o matando sempre que ele fechava os olhos. Precisava ver seu Iwa-chan. Só ele para o acalmar naquele momento.

Então quando Iwaizumi abriu a porta, ele se jogou em seus braços. O abraçando forte.

— Oikawa? — Iwaizumi tentou o afastar, o que só fez Oikawa o apertar ainda mais.

— Você pode me bater depois, mas por enquanto, me deixe ficar assim — sussurrou ele, seu nariz na curva do pescoço do seu amigo de infância. Deixou que o cheiro de Iwaizumi o penetrar.

Para Oikawa, Iwaizumi era seu porto seguro. Seu ponto de salve na rota do jogo chamado vida. E Iwaizumi sabia bem disso.

Então, sempre que Oikawa ficava daquele jeito, Iwaizumi deixava o lado ranzinza de lado e o acolhia. O segurava em seus braços, enquanto sussurrava verdades ao seu ouvido.

Ele não sabia o que tinha ativado o modo miserável do amigo de infância naquela noite, mas ele tinha uma ideia. Então falou aquilo que Oikawa precisava ouvir naquele momento.

— Você é um bostinha incrível, sabia disso? — disse ele, em um tom de voz gentil e doce, apesar do xingamento. O que ele podia fazer? Já havia se tornado um costume se referir a Oikawa por adjetivos maldosos. — Aquele Atsumu não tem metade do seu talento. Já viu ele cantando? Parece um vocaloid, cheio dos auto tunes.

Oikawa riu, sua risada gostosa e sincera. O tom agradável que Iwaizumi conhecia tão bem.

— Ele só está morrendo de inveja — continuou Iwaizumi — Você tem tudo o que ele não tem e ainda conquistou sozinho. E o que ele tem? Um pai rico e garotinhas de quatorze criando perfis fakes pra dar curtida nas fotos dele.

— Você também acha que são fakes? — Oikawa ergueu a cabeça, os olhos brilhando. Iwaizumi havia pressionado o botão certo.

— Tá na cara — diz ele. — Sabe o que pessoal da agência diz?

— Não. O quê?

— Que na verdade é o irmão gêmeo dele que tá no lugar dele, porque ele mesmo não tem carisma nenhum.

— Mentira!

— Verdade.

Ambos sabiam que aquilo não podia ser verdade. O irmão do Atsumu, Osamu Miya, era dono de um restaurante japonês famoso. Não era de conhecimento público, poucos sabiam sobre isso. Oikawa só descobriu porque Akaashi era viciado nos onigiris de lá, sempre pedia comida quando Sugawara estava indisposto para fazer o jantar. Quando Oikawa reconheceu o nome na sacola, ele surtou e proibiu Akaashi de continuar comprando lá.

Você tá alimentando a concorrência! — exclamou ele.

É a concorrência que tá me alimentando!  — foi a resposta de Akaashi.

Claro, Oikawa não conseguiu convencê-lo a parar de comer lá. Akaashi até mesmo fazia as dívidas em seu cartão de crédito. Zero respeito.

— Não se preocupe com isso — Iwaizumi o confidenciou. Suas mãos mexendo distraidamente nos cabelos castanhos de Oikawa. — Ele nunca vai conseguir superar você.

— Obrigado, Iwa-chan — Oikawa sorriu, o abraçando mais forte. Então, em um surto de mudança de humor, ele arrastou Iwaizumi até o sofá. — O que acha de nós dois invadimos o camarim dele e...

— Não. — Iwaizumi o cortou, antes mesmo de dar-lhe uma chance de continuar a conversa. Oikawa fez bico, descontente e emburrado.

— Não conto com você pra mais nada.

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