Extra 02 - Especial de dia das mães

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Enquanto o próximo capítulo não sai (porque eu to enrolando pra escrever) resolvi postar três especiais de dia das mães e dos pais. Não postei antes pois não fazia sentido, já que as datas comemorativas já passaram, mas foi capítulos que eu me divertir escrevendo e acho que vocês vão gostar.

Boa leitura!


O primeiro domingo de maio era como qualquer outro domingo para os garotos. Eles não entendiam bem o significado daquele dia.

A semana toda a TV era recheada de propagandas e mensagens do dias das mães. Que emocionavam até o mais frio dos corações, entretanto, para Shouyou, Kenma e Tobio, era como qualquer comercial de geladeira normal.

Akaashi sentia o mesmo. Ele nem mesmo poderia dizer que sentia-se melancólico no dia das mães, não podia sentia falta do que nunca viveu.

Sugawara e Oikawa eram aqueles que ainda sentiam a magia do dia clamado como especial. Sugawara começava o dia ligando para sua mãe, colocando-o Shouyou para falar com a avó. O garotinho repetia animado as palavras que o pai falava. Oikawa fazia o mesmo, mesmo que grande parte do tempo deixasse a mãe no viva voz falando sozinha. Ela sempre se calava ao ver Tobio na video chamada.

Akaashi tentava ao máximo não pensar nesse dia como outro qualquer. Era o dia das mães afinal! Dia daquelas que davam a vida pelos filhos; Que protegiam e cuidavam de seus filhotes. Porém, era difícil, dada as referências que ele tinha.

Ele foi abandonado por sua genitora, assim como seu filho. Tobio foi entregue pela mulher que deveria protegê-lo.

Mesmo sabendo que não são sua maioria, mães ruins eram o que cercava a realidade de Akaashi.

Ele podia dizer que odiava o dia das mães.

Mesmo assim, participava das atividades em família.

Sugawara sempre acordava cedo para preparar o prato favoritos de todos: Lasanha. Enquanto ele preparava o almoço, Shouyou gostava de sentar à mesa, vendo-o cozinhar enquanto contava histórias sobre que tipo de pessoa Ashiya era.

Ele jogava video game com Kenma (mesmo que já fizesse isso normalmente) Assistiam seus programas favoritos, como Masterchef e Largados e Pelados. Os dois esparramados no sofá, Akaashi tinha Kenma sobre seu corpo, deitado em seu peito, que o fazia subir e descer sempre que respirava.

Kenma nunca o perguntou sobre sua mãe. Claro, ele conhecia sua história. Akaashi contou tudo a ele assim que teve certeza que Kenma entenderia. Seu garoto foi simplista ao compreender. Era um garoto esperto, afinal. Mas agora, um ano mais velho e com tudo que vinha acontecendo com eles na escola, Akaashi se perguntou se a curiosidade sobre aquela que lhe deu a luz já brotou na sua cabeça.

— Filho...

— Hm?

— Sabe que dia é hoje?

— Domingo?

— Isso também, mas o feriado?

— República?

— Dia das mães.

— Ah...

— Não tem, não sei, curiosidade sobre ela?

Kenma ergueu a cabeça para olhar o pai, as sobrancelhas franzidas. Ele escorregou para sentar atrás de Akaashi, com as costas no sofá, as pernas sobre o estômago do pai.

— Você tem sobre a sua? — Kenma o perguntou, com uma voz pequena.

— Sim — confessou Akaashi. — Passei muito tempo pensando sobre o porquê dela ter me abandonado. Eu não havia sido planejado? Meu pai a forçou a isso? Ela não teve apoio? Eram perguntas que vivia me fazendo.

Kenma o olhou por um tempo, a testa ainda franzida. Então ele balançou a cabeça.

— Eu não penso sobre isso — disse por fim, dando de ombros.

— Não?

— Não — tornou a balançar a cabeça. — O senhor provavelmente pensava porque estava sozinho. Eu não tô sozinho. Tenho você, o tio Suga e o Oikawa. Tem o Shouyou, o Tobio, o Tetsu. Até mesmo o bobão do Bokuto e o Iwaizumi.

Akaashi ficou olhando para o filho por algum tempo, a boca aberta, tamanha sua surpresa. E então ele começou a rir, riu tanto que sua barriga começou a doer. Kenma ficou sem entender.

— Ah, meu amor — Akaashi riu mais um pouco, sentando para abraçar o filho. O abraçou com força, quase os fundindo em um só. Beijou o topo da sua cabeça, afastando-se para beijar seu rosto. — Eu amo você, sabe disso, não sabe?

— Eu sei — Kenma deu de ombros. Ele também sorria. — Eu também amo você, pai.

Akaashi o abraçou novamente, caindo para trás, de volta ao sofá, levando Kenma consigo. Acariciava seu cabelo, enquanto na TV, a moça tentava acender uma foqueira com o tufo do próprio cabelo.

Daqui a algumas horas Sugawara os chamariam para o almoço, Oikawa bateria milhões de fotos que levariam seus seguidores a loucura. Bokuto apareceria depois de passar a manhã com sua mãe e lancharia com eles. Mas, naquele momento, o dia das mães de Akaashi estava completo. Ele tinha seu filho amado em seus braços, não precisava de mais nada. 

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