02. Obrigada por criá-lo tão bem

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— Você tem dez minutos — Oikawa ouviu alguém da staff o alertar.

— OK. — Respondeu ele, sem dar muita atenção. Havia finalmente recuperado seu celular (Iwaizumi ficou sem paciência para ouvir sua choradeira e resolveu o devolver) então estava totalmente absorvido em suas redes sociais, se mantendo atualizando.

Tanto que não se importava com o que estava acontecendo ao seu redor. Sua maquiadora, alguma novata, já que a anterior estava de licença maternidade, não parava de puxar seu cabelo enquanto fazia a chapinha. Oikawa estava de bom humor, então deixou passar.

Enquanto navegava no pinterest, em sua pasta de decoração para casa (estava pensando em reformar o apartamento, mas Sugawara não estava muito contente com a ideia, sempre dizendo que era desperdício de dinheiro) a porta se abriu novamente, dessa vez revelando Iwaizumi.

— O Tobio já terminou —  disse ele —, pedi para o Akaashi pegá-lo, ele já tá a caminho.

A maquiadora novata acabou queimando sua nuca, talvez assustada pela entrada repentina de Iwaizumi.

— Cuidado! — Exclamou Oikawa. Ele então se voltou para o amigo, o olhando pelo reflexo no espelho. — Ele se saiu bem?

— Deu pro gasto — Iwaizumi deu de ombros, encostando no batente da porta do camarim. — As fotos ficaram boas, ele parecia estar se divertindo, os sorrisos ficaram bem espontâneos.

— O esperado do meu reizinho — Oikawa cantarolou. — Onde ele está agora?

— Tirando a maquiagem, logo mais ele—

— Papai! — Tobio passou correndo por entre as pernas de Iwaizumi, quase o derrubando no chão. Oikawa girou a cadeira, abrindo os braços para pegar o seu garotinho.
 
— Oi, meu amor — Oikawa o encheu de beijos, fazendo cócegas em seu pescoço, deixando que a risada infantil e contagiante de Tobio ecoasse. — Como foi, você se divertiu? O Iwa-chan foi bonzinho com você?

Tobio olhou para Iwaizumi, fazendo bico.

— É, foi legalzinho —  deu de ombros.

— Esse muleque — Iwaizumi resmungou, balançando a cabeça. Já havia se conformado que não importava o que fizesse, para Tobio ele sempre seria o vilão malvado que enchia seu pai de trabalho, o mantendo longe dele.

A mesma pessoa que o alertou sobre seu tempo voltou, agora contando cinco minutos para ele entrar no ar.
— Diga tchau ao seu pai, Tobio, vou levar você lá pra baixo. O Akaashi já deve estar chegando.

Tobio fez bico, mas não protestou. Ele deu um último abraço no pai, recebendo um beijo em seus cabelos negros.

— Vejo você mais tarde, benzinho — diz Oikawa, acenando. Tobio aceitou a mão de Iwaizumi, deixando ser levado embora. Quando a porta fechou, Oikawa suspirou, girando a cadeira na posição inicial, para que sua maquiadora pudesse continuar com o trabalho.

Foi algo rápido, e ela não parecia mas uma novata. Usava ambas as mãos, deixando-o pronto antes do tempo limite, em menos de três minutos.

— Tudo pronto? — Oikawa perguntou, recebendo o silêncio como resposta. Ele deu de ombros, talvez ela estivesse nervosa demais, justo, afinal, estava cuidando do cabelo e da imagem de Oikawa Tooru.

Entretanto, ela falou, e não para pedir um autógrafo.

— Obrigada por criá-lo tão bem. 

Oikawa assustou-se, reconhecendo aquela voz. Girou a cadeira novamente, tão rápido que sua cabeça ficou tonta. Mas não havia ninguém, ele estava sozinho.

— Não pode ser ela... — ele disse. Levantando, abrindo a porta, olhando de um lado para o outro no corredor. Nada. Estava vazio.

Correu de volta para dentro do camarim, pegando seu celular. Os dedos digitando no automático.

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