04. Bem-vindo à família, meu bem

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Ao acordar, Bokuto rolou na cama, um costume inconsciente, gostava de enrolar na cama, preso ao namorado enquanto resmungava sobre como não queria levantar. No entanto, naquela manhã, os braços de Bokuto não agarraram nada além do próprio travesseiro.

Abriu os olhos, bocejando ao sentar na cama. Estava cedo demais para Akaashi não estar dormindo ao seu lado. Talvez estivesse no banheiro?

Bokuto levantou, ainda atordoado pelo sono, caminhou preguiçosamente pelo apartamento. Encontrou o namorado dormindo no sofá.

Mil e uma alternativas passaram pela cabeça de Bokuto naquele momento. Akaashi teve alguma ideia durante o sono e precisou escrever antes de perdê-la? Não conseguiu dormir e ficou vendo TV? Ele roncou durante a noite, não o deixando dormir? O chutou da cama? No fim não importava o motivo, a única coisa que ele sabia era que Akaashi não tinha dormido consigo naquela noite.

Ele estava confortável demais no sofá, e o travesseiro e o lençol ali deixava claro que ele estava daquela forma desde o início da noite.

Bokuto ficou ali, observando o namorado, enquanto sua mente se afogava a cada segundo.

De repente, o celular de Akaashi gritou; o despertador. Ele acordou devagar, até que percebendo onde estava, se exasperou. Pegou o lençol e o travesseiro, pronto para voltar para o quarto.

No entanto, ele não contava com Bokuto parado junto à porta.

— Que susto — exclamou, as mãos sobre o coração sentindo-o acelerado.

— Por que você tava dormindo no sofá? — perguntou Bokuto. Akaashi tentou não se arrepiar com sua voz séria.

— Eu não tava dormindo.

— E o que tava fazendo?

— Eu adormeci vendo série.

— Eu não paguei a Netflix esse mês.

Akaashi ficou quieto, havia acabado as desculpas.

— Você colocou despertador pra levantar primeiro que eu, não foi?

Akaashi não respondeu.

— Você já cansou de mim? Dormir juntos todo dia é demais pra você?

— Não é nada disso. — Foi até ele, sabendo o rumo que aquela conversa estava tomando. Segurou o rosto do namorado nas mãos, mas Bokuto se recusava a olhá-lo. — Kou, olha pra mim...

Bokuto o olhou pelo canto dos olhos. Akaashi suspirou.

— Não é você — disse. — É o seu colchão.

Bokuto arqueou as sobrancelhas, enfim olhando diretamente para ele.

— O que tem o meu colchão?

— Ele é horrível — Akaashi grunhiu, largando seu rosto para pousar as mãos em seus ombros. — É desconfortável, eu tô todo dolorido, estou tomando tanto dorflex que tô com medo que meu sistema imunológico tenha ficado viciado.

Bokuto franziu as sobrancelhas, confuso sobre o tópico daquela conversa.

— Ele é tão ruim assim?

— É tipo o final de Usagi Drop.

— Ah. — Deixou escapar, andando cabisbaixo até o sofá. Akaashi o seguiu, sentando ao seu lado. — Desculpa, eu não sabia que estava te fazendo mal.

— Não é sua culpa, meu amor. E bem, eu também não falei nada — Akaashi resmungou a última parte, remexendo seus dedos.

— Você não tinha problemas com ele antes — disse Bokuto.

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