Extra 08 - Especial de Natal (parte 02)

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O Natal era muito mais do que ganhar presentes e visitar um velho gordo e barbudo. Era sobre gratidão, união. Um feriado para reunir a família, passar altas horas conversando sobre a vida, relembrando besteiras e os bons tempos.

Era sobre rever aquela tia chata que não parava de perguntar sobre seus pretendentes e o tio piadista que não podia ver um pavê. O cheiro de churrasco vindo da casa ao lado, e os fogos de artifícios que tiravam a paz dos criadores de cachorros.

Era aquele tipo de Natal que Sugawara queria mostrar aos seus filhos e, por isso, não hesitou em aceitar o convite da mãe de Oikawa, que solicitou a presença deles no final do ano.

— Ficou louco? — Oikawa o abordou. — Minha mãe vai enlouquecer a gente. Ao lado dela, não temos um segundo de paz.

— Você só fala isso porque quer passar o feriado enchendo a cara.

— Não é pra isso que serve os feriados?

— Eu acho que é uma boa ideia — disse Akaashi, entrando na conversa. — Vai ser bom pros garotos, principalmente pro Tobio. Você praticamente nunca o leva pra ver a avó.

Oikawa cruzou os braços, virando o rosto. Ele não queria admitir em voz alta o quanto sentia falta de casa. Mesmo que Sugawara fosse um talento nato na cozinha, não se comparava à comida caseira de sua mãe. O abraço acolhedor, até mesmo as palmadas enquanto o xingava de filho ingrato. Ele queria visitá-la, mas não durante o Natal.

Não com seus outros familiares que adoravam pedir favores e dinheiro emprestado. Imaginava qual tia-avó faria uma cirurgia de “urgência e extremamente necessária” desta vez. 

— E eu já falei que vamos — Sugawara disse —, ela não nos deixaria em paz se a gente cancelasse sem uma boa desculpa.

— Então tá decidido — falou Akaashi. — Quando a gente parte?

— Amanhã bem cedo.

— Mas já? — Oikawa exclamou. — Natal só é daqui a dois dias.

— E acha que vamos só pra festejar? — Sugawara arqueou uma sobrancelha. — Eu tenho que levar o Shouyou pra ver minha mãe e o Keiji quer visitar o orfanato.

— Tenho quase certeza de que eles ficaram com meu potinho de moedas — disse Akaashi, estreitando os olhos.

— Achei que quisesse ir pra doar os brinquedos velhos dos meninos. — Sugawara o questionou.

— Isso também. 

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— Por que a gente tá andando de ônibus? — perguntou Shouyou, passando por debaixo da catraca, seguindo de Kenma e Tobio.

— Porque um carro não caberia a gente e o Iwaizumi não confia em ninguém para dirigir a van dele — respondeu Sugawara.

— A Aya-chan não é um van, é uma minivan. Vamos respeitar.

— Qual a diferença?

Se equilibrar enquanto tentavam andar dentro do ônibus era uma tarefa difícil, mas eles conseguiram. Oikawa e Akaashi brigavam pelo lugar no alto, enquanto Sugawara discutia com a cobradora que não queria acreditar que Tobio tinha apenas cinco anos. No fim, ele acabou pagando a passagem extra, mas deixou claro que o garoto iria sentado durante a viagem.

Os acentos então ficaram assim: Oikawa e Akaashi nos assentos altos, com Oikawa na janela. Do outro lado do corredor, estavam Tobio e Sugawara, com Shouyou no colo e no lugar atrás deles, Kenma acompanhava Iwaizumi.

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