02. Na base da cafeína, energéticos e ódio

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Iwaizumi não dormia direito há dois dias. Ele estava vivendo na base da cafeína, energéticos e ódio.

Tudo por culpa de Oikawa.

Sinceramente, Iwaizumi não sabia o que fazer com ele. O deixou falar sobre seu filho e sua família para deixá-lo feliz, sabia o quanto aquilo significava para ele.

Porém, no momento, Iwaizumi só conseguia pensar em formas de torturar Oikawa. Cogitou até mesmo se demitir.

Não estava fazendo bem a sua saúde física, nem mesmo mental. Ele passava o dia atendendo telefonemas e dando depoimentos online. Tudo em nome de Oikawa. O escândalo afetou toda a empresa. Mesmo assim, Oikawa não parecia se importava. E era o que mais irritava Iwaizumi.

— Levanta essa bunda magra daí! — disse Iwaizumi, batendo com uma pasta de papéis em sua cabeça. Oikawa resmungou, massageando o local atingido.

— Minha bunda não é magra! — rebateu ele.

— Você de lado e de costas é a mesma coisa — disse Iwaizumi, concentrado em seus papéis. Ele entregou um deles a Oikawa. — Sua agenda para essa semana. Você tem uma entrevista amanhã cedo. Com o Tobio.

— Tobio-chan não se dá bem com multidões, você sabe.

— Você deveria ter pensado nisso antes, idiota. Agora já é tarde.

Oikawa resmungou algo sobre ele não ser tão idiota assim, prestando atenção no papel que lhe foi entregue. Iwaizumi caiu ao seu lado no sofá, exausto.

Estava acontecendo tudo muito rápido, e ele não estava conseguindo acompanhar o ritmo.

Notícias sobre Oikawa e Tobio não paravam de aparecer. Especulações sobre quem seria a mãe e sobre a outra criança que estava com ele no restaurante. Graças a Iwaizumi, Shouyou não havia sido exposto. Como ele havia prometido. Notícias sobre uma segunda criança eram rapidam derrubadas, e logo esquecidas.

Sugawara ao saber que eles haviam sido pegos andando por aí com Shouyou, surtou, e com razão. Ele era totalmente contra a exposição das crianças e do relacionamento deles. Ele deu uns bons sermões e cascudos em Oikawa. Estavam sem se falar desde então.

Akaashi se via obrigado a equilibrar as coisas na casa. Manter os meninos longe da confusão e das brigas dos adultos. Graças a isso, ele não teve muito tempo para cuidar dos próprios relacionamentos.

Mas Iwaizumi sabia que ele escapava durante à noite, encontrou com ele nos corredores do apartamento vezes o suficiente para ter certeza de que ele não estava fazendo uma caminhada matinal.

— Você já conversou com Tobio sobre isso? — Iwaizumi perguntou. O garotinho não sabia muito bem o que estava acontecendo.

— Sim. Avisei que agora ele não precisa mais esconder que o pai dele é o Oikawa Tooru.

— E?

— E o quê?

— Você não falou mais nada? Tipo, você não vai contar sobre a mãe dele?

— Por que eu deveria?

— Porque é só sobre isso que eles estão falando. — Iwaizumi jogou as revistas de fofocas sobre a mesa de centro. — O Tobio não é mais uma criancinha, você já pode ter conversas sérias com ele.

— Tobio não precisa saber dela...

Iwaizumi suspirou, esfregando o cabelo com as mãos. Precisava se acalmar. Sabia como aquele assunto era delicado para Oikawa.

— Era só isso? Posso ir pra casa?

— Sim — Iwaizumi se levantou, se espreguiçando. — Vou te levar, esteja pronto em cinco minutos. Vou ligar o carro.

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