Quando choveu

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Obviamente, fui até lá.

Toquei a campainha.

-So um minuto! —gritou.

Abriu a porta e paramos frente a frente olhando ao redor com vergonha.

Eu não tinha nada a dizer! Eu não sei o que ela tem na cabeça! Eu não sei como o cérebro dela funciona.

-Posso ver minha filha? —quebrei o gelo.

-Sim sim desculpa, só entrar! —respondeu ela envergonhada me dando espaço pra entrar.

Entrei e nada me surpreendeu! Casa grande e luxuosa! Deve ser uma das casas do pai.

-Ela está aqui! —disse ela parando ao lado da porta de um quarto.

-Certo! —abri a porta, era um quarto pra crianças! Tinha uma tv gigante mesmo a frente da cama onde estava Clem com um gesso na perna direita pegando no controle e desligando a T.V.

-O que você está fazendo aqui? —perguntou indignada com a minha visita.

-Eu venho te buscar sua tola. —fui até a cama e sentei me ao lado dela.—Voce me pregou um belo susto!

-Laura! Mãe! Eu te pedi pra não contar.

-Não deu! Imagina a polícia chegar aqui e pensar que eu te raptei. —responde Laura parada na porta.

-Chega dessa brincadeira tá! A Ashley deve estar louca a tua procura! Vamos embora. —ordenei sussurrando pra que Laura não ouvisse.

-Não! Eu não quero voltar pra casa.

-Clem Eu não te entendo sabe! Você sempre agiu como uma pessoa com mais consciência pra idade, o que deu agora pra você ficar depressiva e fugir.

-Voce não vê né? Até que você presta atenção em mim mas a Ashley! —ficou com os olhos vermelhos. —Ela me maltrata! Da última vez que eu estava na sala assistindo filme a noite quando vocês desceram! Eu disse que ela estava com a barriga grande e depois ela me mandou ficar ali sozinha e disse que ela ia ficar com você lá no quarto assistindo filme. —começou a chorar de raiva.

-Depois eu faço anos e vocês só pensam no vosso casamento? —limpou as lágrimas. -Eu vou ficar aqui! Eu não quero ser torturada daquele jeito.

-Certo eu... eu vou...vou... eu volto já. —sai do quarto.

Foi duro ouvir aquilo, eu nunca imaginei que ela sofria dessa forma! Às vezes a Ashley se esquece que ela é só uma criança e exagera.

Fechei a porta e fiquei encostando nela.

-Olha pra você! —disse Laura sorrindo com lágrimas nos olhos.

-Eu? Eu fiz o que?

-Voce está chorando! —aproximou e passava a mão no meu rosto limpar as lágrimas que eu não tinha notado que estavam escorrendo.

-Não! Fica de longe mim. —afastei me e fiquei de costas.

-Marcos olha, aquilo era verdade mas olha! Eu faço qualquer coisa pra que você me perdoe até posso me ajoelhar!

-Eu tenho outras prioridades sabe! Minha família está virada contra mim, não tenho nada a fazer neste lugar. —virei me querendo ir embora e ela estava no chão ajoelhando suplicando por perdão.

-Marcos! Você tem tantos problemas! Você não merece ficar com ódio de tanta gente! Por favor me perdoa cara!

E tu mataste o irmão dela.... —foi o que me veio na cabeça quando a vi ajoelhada.

A Filha Do Amigo Do Meu PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora